17 dezembro 2010

Em memória de Carlos Pinto Coelho (1944-2010)



São os autores e os artistas quem cria a cultura. Entre esta e o público (potencialmente) fruidor há os comunicadores. Deve entender-se por comunicadores não os que se limitam a veicular, mais ou menos acrítica e burocraticamente, as notícias de eventos culturais mas os que reflectem e problematizam a matéria a eles subjacente, tornando-a mais facilmente apreensível e apetecível pelo grande público. Carlos Pinto Coelho foi o jornalista português – não é exagero afirmá-lo – que nas últimas duas décadas melhor soube desempenhar esse nobre mister de comunicar a cultura, de maneira cativante e apelativa, mas sempre na observância de rigorosos critérios de qualidade e bom gosto, nunca transigindo com o vulgar e o medíocre (talvez aqui radiquem algumas das incompreensões e injustiças de que foi vítima). Comecei a admirar e a tirar proveito dessa sua arte comunicacional com o diário televisivo "Acontece!" (entre 1994 e 2003, na RTP-2) e, depois do incompreensível e criminoso afastamento do seu autor da televisão pública por mão de Luís Marques (a mando de Morais Sarmento, ministro do governo de Durão Barroso), com o programa radiofónico "Agora... Acontece!", que vinha realizando desde 1998 e ultimamente era difundido por mais de 80 rádios locais de Portugal e ainda por estações de Espanha, Macau e Brasil.
Atendendo às partidas que coração já lhe pregara, outros, no seu lugar, teriam deixado de trabalhar. O seu elevado sentido de serviço público e a consciência de que o país muito perderia com tal atitude, impeliram-no a continuar no activo. Por isso, maior a dívida de gratidão de todos quantos apreciavam o seu trabalho e mais sentido o seu desaparecimento. Mas como a lei da morte não é passível de revogação, há que saber honrar e cultivar a sua memória. E uma das formas de o fazer é ouvindo as edições do "Agora... Acontece!" disponíveis no arquivo on-line da Rádio Universitária do Minho. Esse é um excelente testemunho do seu excercício, culto e inteligente, de bem entrevistar, e da atenção que sempre deu à boa música (de expressão) portuguesa e à poesia recitada, uma arte tão maltratada hoje em dia na rádio portuguesa.
Rendo-lhe a minha sentida homenagem, transcrevendo as palavras de um colega de ofício, que com ele privou, João Gobern:

«Por esta altura, já se recordou a sua biografia, já se lembraram os seus feitos: e o maior deles é mesmo ter assinado, durante quase uma década, um diário de resistência cultural numa TV habituada a franzir o sobrolho à cultura. Já sorrimos diante da memória do seu jeito pausado de dizer e de encadear frases e ideias num ritmo muito próprio. Tinha 66 anos e depois da machadada inexplicável que lhe foi dada por uns bárbaros que a História não vai recordar, mas também não chegou a condenar, parecia ter recuperado em pleno de dois enfartes. Voltara à rádio para continuar a falar de livros, de artes e ideias, sempre apoiados em pessoas para que o diálogo não acabasse e as palavras pudessem recuperar o valor real que os maus tratos lhes tinham roubado. Tinha projectos e propostas, algumas delas utópicas mas até por isso mais valiosas. Tinha agora regressado à RTP [Memória] para continuar à conversa do lado que mais falta parece fazer a uma terra que esquecendo os seus se alheia de si mesma. Depois de entrevistar o pintor Nadir Afonso, no programa de estreia, preparava-se para questionar o General Almeida Bruno, militar de Abril. E não fica mal no seu currículo a circunstância de estar a trabalhar naquilo que mais gostava quando o coração voltou a falhar, desta vez sem remédio. Jornalista, passou ao lado da advocacia, com escala pela imprensa. Foi na televisão que fez de tudo, passando inclusivamente pela direcção de programas da RTP. Mas a sua cara é a folha de rosto do "Acontece!", estupidamente interrompido por um ministro pugilista que sentenciou a necessidade de mudar quase tudo para que quase tudo ficasse na mesma.
Sem querer, houve duas memórias que emergiram. A mais velha terá uns quinze anos e junta numa sala acanhada da 5 de Outubro uma equipa de consultores do "Acontece!" – o José Rebelo, o António Carlos Carvalho, a Maria João Fernandes, o Nuno Henrique Luz e eu – a despejar sugestões, a defender as damas e os cavalheiros das nossas áreas e preferências. Ele, quase alheado. Até que de repente acaba o recreio: isto é bom, aquilo não funciona em televisão, isto vai precisar de uma abordagem especial. De repente, o programa já estava na cabeça dele e eram escassas as mudanças a partir do momento em que havia esse desenho mental. Depois, no Verão do ano passado, conseguiu numa óptima noite de tertúlia figueirense juntar-me ao meu pai [Ápio de Sottomayor] e deixar-nos horas à conversa sobre o jornalismo de hoje. Nunca tinha tido com o meu mestre de vida e de profissão um diálogo tão profundo como nessa ocasião. E percebo agora que será difícil de repetir algo de semelhante sem a ajuda e o estímulo do Carlos Pinto Coelho, que ainda por cima quando me telefonava, normalmente para me dar ralhetes, insistia em tratar-me por "meu rapaz". Eu achava graça. Agora não acho nada. Aquele abraço.» (João Gobern, in "Pano para Mangas" - "Conversa acabada.", 16.12.2010)

30 novembro 2010

Que se passa com o Prémio José Afonso?



«Com o objectivo de homenagear José Afonso, incentivar a criação musical de raiz portuguesa e animar turística e culturalmente a cidade da Amadora, organizará a autarquia anualmente um Festival de Música Popular Portuguesa, o qual terá como ponto alto a atribuição do Prémio José Afonso.
O Prémio José Afonso destina-se a galardoar um álbum inédito editado durante o ano anterior ao da realização do Festival de Música Popular Portuguesa, cujos temas tenham como referência a Cultura e a História portuguesas, tal como a obra do autor de "Grândola, Vila Morena".»
Assim reza o regulamento do Prémio José Afonso, criado em 1988, pela Câmara Municipal da Amadora, era então presidente Orlando de Almeida, e vereador da Cultura e Turismo Fernando Pereira, dando seguimento a proposta do Sr. Júlio Murraças, o funcionário da edilidade que até 2005 teve a seu cargo a pré-selecção dos discos, a organização do festival e a direcção da revista "MPP".
Depois do episódio insólito ocorrido em 2006, em que o prémio não foi atribuído, não por falta de
discos de qualidade editados no ano anterior (um dos quais "Faluas do Tejo", dos Madredeus, o grupo que, depois de Amália, mais fez pela difusão da música portuguesa além-fronteiras e que acabou por se extinguir sem nunca receber a distinção), mas devido a incompetência do executivo camarário na elaboração da lista sujeita à apreciação do júri, as coisas pareciam ter voltado a uma relativa normalidade. Em 2007, a Brigada Victor Jara seria a feliz contemplada, pelo álbum "Ceia Louca" (há muito que o histórico grupo de Coimbra era credor do prémio) e no ano seguinte sorriria a sorte ao grupo Frei Fado d'El Rei, pelo disco "Senhor Poeta: Um Tributo a José Afonso". Sábias e fora de questionamento ambas as decisões do júri.
Era expectável que no decurso de 2009 fosse anunciado o disco eleito do ano anterior. Estranhamente, isso não aconteceu. Não me parecendo normal o que se estava a passar, a 28 de Janeiro de 2010, tomei a iniciativa de escrever uma carta à Câmara Municipal da Amadora, solicitando um esclarecimento. Não obtive resposta. Apesar disso, ainda dei o benefício da dúvida às pessoas que na autarquia têm a seu cargo a gestão do processo do P.J.A., na esperança que entretanto surgisse uma solução, embora já fora de tempo. Puro engano! Chegámos a 30 de Novembro de 2010, portanto, a um mês de findar o ano, e – pasme-se! – ainda não se sabe qual o disco distinguido de 2008, quando o normal é que já se conhecesse o contemplado de 2009.
Resta saber se a vergonhosa situação a que se chegou se deve a pura e simples negligência dos srs. Joaquim Raposo e António Moreira (respectivamente, presidente da Câmara e vereador da Cultura) ou se tudo decorre de um propósito inconfessado de liquidar o Prémio José Afonso, o mais prestigiado galardão existente em Portugal para a música não erudita. Qualquer que seja a hipótese válida, a situação é deveras insustentável e não pode deixar de suscitar o vivo repúdio, em primeiro lugar, dos cidadãos e contribuintes que garantem os (imerecidos) vencimentos da dupla Raposo & Moreira e, em segundo lugar, de todas as pessoas que prezam a memória de José Afonso e cultivam a boa música popular portuguesa que a ele tanto deve.
Não conheci José Afonso, mas sou um grande admirador do seu legado poético-musical e tenho de lhe estar eternamente grato pelo inestimável contributo que deu, a partir dos anos 60, para o desenvolvimento da música popular portuguesa, como via alternativa ao nacional cançonetismo e ao pop-rock decalcado de grupos/intérpretes ingleses e americanos (o original é sempre melhor). É bom não esquecer que Fausto Bordalo Dias, Júlio Pereira, Janita Salomé e Trovante, entre outros, começaram a tocar/compor segundo os cânones estéticos anglo-americanos e foi justamente por influência de José Afonso que "mudaram a agulha" para a música de raiz portuguesa. Não tivesse existido o autor de "Cantares do Andarilho" e é quase certo que álbuns fundamentais do nosso património discográfico/musical como "Por Este Rio Acima", "Cavaquinho", "Braguesa", "Lavrar em Teu Peito" e "Baile no Bosque" nunca teriam sido produzidos.
Não posso, por isso, ficar passivo e calado quando vejo uma entidade suportada com dinheiro públicos amesquinhar (vilmente) a memória de José Afonso e votar ao desprezo a grande música popular portuguesa.

15 outubro 2010

Sobre o estado da Antena 2



Convidados pelo novo Provedor do Ouvinte, Mário Figueiredo, os anteriores ocupantes do cargo, José Nuno Martins e Adelino Gomes, disseram os que lhe aprouve acerca dos seus magistérios e sobre o estado actual da rádio pública. Cumpre-me comentar duas afirmações que José Nuno Martins proferiu na edição do programa "Em Nome do Ouvinte", de 08.10.2010:

1. «O actual poder político continua a desprezar a rádio (com todas as letras)».
Não podia estar mais de acordo. Tal acontece porque na cabeça nos políticos há a ideia de que a rádio (ao contrário da televisão) não os faz ganhar (nem perder) eleições. Esquecem-se da importância social e cultural que a rádio ainda tem na sociedade portuguesa, como José Nuno Martins bem chamou a atenção. E eu espero que essa importância não diminua, apesar da tendência inexorável que é a absorção da rádio (assim como da televisão) pela internet. A meu ver, a grande revolução na rádio dar-se-á quando a internet chegar aos auto-rádios, pois é no automóvel que a rádio é hoje mais ouvida. Quando isso acontecer – e não deve faltar muito – o leque de opções de escuta abrir-se-á imenso, mesmo considerando apenas as rádios feitas por portugueses (no território nacional ou não). Não mais os ouvintes automobilistas ficarão condicionados ao espectro muito limitado de estações hertzianas (de conteúdos musicais bastante parecidos) sintonizáveis na área onde circulam, podendo passar a ouvir toda e qualquer estação com emissão on-line. Essa será a grande prova de fogo para as rádios nacionais, acomodadas que estão no seu marasmo, por falta de alternativas ao alcance dos ouvintes automobilistas (que não seja o CD-áudio ou, eventualmente, ficheiros MP3).

2. «A Antena 2 – felizmente – mudou muito desde essa altura.» [quando José Nuno Martins cessou as funções de Provedor do Ouvinte].
Com o devido respeito por JNM, não subscrevo esta sua opinião. A que mudanças se refere em concreto José Nuno Martins? À alteração do horário do programa de música étnica "Raízes" que migrou da hora de almoço para depois da meia-noite? Não vejo mais nenhuma mudança e mesmo aquela não a posso considerar significativa, antes um pequeno ajuste na grelha sem mexer no essencial. Faz lembrar a célebre frase do escritor Tomasi di Lampedusa (no romance "O Leopardo"): «É preciso mudar alguma coisa para que tudo continue na mesma».
Os ataques à Antena 2 começaram em 2003, pela mão do administrador Luís Marques, e a grande machadada foi dada depois da saída do director de programas, João Pereira Bastos, em meados de 2005, quando mandaram às urtigas a grelha que ele havia delineado. De então para cá, a desqualificação do serviço prestado pela antena (supostamente) cultural tem-se mantido: continua a praga dos 'spots' e 'jingles' sucessivamente repetidos de hora a hora (às vezes menos), a pôr à prova a paciência e a sanidade mental dos ouvintes mais fiéis; continuam ao microfone as tais vozinhas com o seu português de trazer por casa, atabalhoado e repleto de erros de sintaxe e de prosódia; continua a não haver espaços culturais não musicais (poesia, ficção romanesca, História, Antropologia, artes plásticas, ciência, ciclos temáticos, etc.), em clamoroso incumprimento do estipulado no contrato de concessão do serviço público de radiodifusão; continua a passagem única de boa parte dos programas de autor, quando o mais elementar bom-senso recomenda que todos os programas de autor (que representam um investimento acrescido da estação e que como tal deve ser potenciado ao máximo) tenham duas transmissões em turnos distintos, de modo a ficarem acessíveis a públicos com disponibilidades de audição diferentes; continua a encomendar-se alguns desses programas a indivíduos que deixam muito a desejar, sabendo-se que em Portugal há pessoas muito mais bem preparadas nos assuntos abordados; continua a apostar-se em programas de música pop, logo de muito discutível interesse para a esmagadora maioria dos ouvintes da Antena 2; continua a insistir-se na ideia de que o melhor acompanhamento sonoro para a hora de jantar é, todos os dias, jazz (digo isto perfeitamente à vontade pois até gosto de algum jazz, mas dado que não ingiro todos os dias a mesma iguaria gastronómica, penso que auditivamente também devia ter uma ementa variada – em minha casa, quando se está à mesa, não se vê televisão: ouve-se rádio ou CDs); tirando os espaços consagrados ao jazz, à música electrónica de ambientes, à música pop, à música ética e à música contemporânea, continua a não haver um conceito de grelha/programação em que o ouvinte pudesse saber de antemão o que ouvir – música sacra, música coral profana, canção/lied, música coral-sinfónica, música sinfónica, música concertante, bailado e música de cena, música de câmara, instrumentos solistas, obras e/ou intérpretes portugueses, perfil de um autor, etc. – preferindo-se os espaços alargados de trechos de música indiferenciada escolhidos 'ad hoc', como se o público da Antena 2 fosse uma massa amorfa de gostos indistintos ("burros que comem toda a palha que se lhes der").
Ao contrário de outros ouvintes que evocam a antiga Lisboa 2, eu não o faço porque não sou desse tempo. Falta-me o conhecimento de causa para ajuizar com fundamento. Em todo o caso, quando se ouve registos da época (gravações de concertos e edições do programa "O Gosto pela Música") é facilmente constatável que havia um cuidado na locução e no uso da língua portuguesa que não existe actualmente na Antena 2 (não por faltarem no país pessoas cultas e com bom domínio da língua, mas por erros crassos na escolha/admissão do pessoal). Relativamente à oferta musical, creio que não me reveria por inteiro na antiga Lisboa 2, porque devia estar monopolizada pela produção dos períodos clássico, romântico, ultra-romântico, impressionista e neoclássico. A música antiga (barroca, maneirista, renascentista e medieval) devia ter um peso bastante residual – Bach, Haendel e pouco mais – e ainda por cima tocada por orquestras românticas, já que o movimento da nova música antiga iniciado na Europa Central e do Norte, nos anos 60, por Nikolaus Harnoncourt, Gustav Leonhardt, Frans Brüggen, Alfred Deller, Anner Bylsma, os irmãos Kuijken e pela Schola Cantorum Basiliensis (onde estudaram Jordi Savall, Montserrat Figueras, Hopkinson Smith e o nosso Manuel Morais) só chegaria a Portugal vinte e tal anos depois. Ouvir Bach ou Vivaldi à maneira de Herbert von Karajan é algo que hoje pouca gente suportaria.
O meu termo de comparação é com a Antena 2 do consulado de João Pereira Bastos. Era essa Antena 2 que me dava prazer ouvir e à qual devo muito do meu enriquecimento cultural (musical e não só). A actual Antena 2 mais do que não me proporcionar essa gratificação espiritual constitui uma fonte de desconforto auditivo. Ressalvo, naturalmente, alguns (poucos) programas de autor: "Teatro Imaginário" (de Eduardo Street), "Questões de Moral" (de Joel Costa), "Em Sintonia com António Cartaxo", "Musica Aeterna" (de João Chambers) e "A Força das Coisas" (de Luís Caetano). Em termos de escuta continuada, a Antena 2 gizada pela dupla Rui Pêgo/João Almeida é um produto impróprio para consumo.
Sei que muitos mais ouvintes partilham desta opinião e garanto que não são apenas os nostálgicos da antiga Lisboa 2.


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16 setembro 2010

Em memória de Francisco Ribeiro (1965-2010)



«Francisco Ribeiro era um músico discreto em palco. Apesar do balanço que conseguiu imprimir ao violoncelo, que estudou e que o acompanhou por toda a carreira, agora confirmada como demasiado curta, e que chegou para abrir com força e convicção o primeiro êxito dos Madredeus – "A Vaca de Fogo" –, era esse mesmo violoncelo que o obrigava à quietude, embora se percebesse que vibrava por inteiro com a música. O contraponto surgia quando soltava o vozeirão: a primeira vez que o vi e ouvi cantar foi curiosamente num concerto da Sétima Legião, em que foi convidado ao lado da sua parceira de projecto e amiga Teresa Salgueiro. Cantaram "Ascensão" [in "De um Tempo Ausente", 1989] e, sem margem de erro para a memória distante, foi isso mesmo que provocaram no público presente, maravilhado com aquele contraste vocal. Conheci-o em 1987 quando se viveram os primeiros dias da Madredeus, grupo de cinco que se propunha resgatar alguma simplicidade e alguma solenidade à música portuguesa. O trilho foi suado mas o caminho acabou por tornar-se realidade: um sonho feito verdade. Um teclado, um acordeão, uma guitarra clássica, um violoncelo e uma voz acabaram por mostrar como a portugalidade se fazia reconhecer, até lá fora, quando soava autêntica, genuína e feliz. Os discos foram-se sucedendo: "Existir" [1990], "Lisboa" [1992], "O Espírito da Paz" [1994] e "Ainda" [1995] valeram ao músico discreto aquilo que ele mais tarde denominou o seu período de "rock'n'roll e muita euforia". Os Madredeus começaram a mudar: primeiro, saiu Rodrigo Leão e entraram Carlos Maria Trindade e José Peixoto; depois, naquele que foi considerado o annus horribilis do grupo – 1996 – partiram o acordeonista Gabriel Gomes e o próprio violoncelista Francisco Ribeiro. Após um período de incerteza, soube-se que se tinha afastado das actividades públicas para relançar e concluir em Inglaterra os seus estudos académicos. Com algumas colaborações pelo meio, voltou a Portugal em 2006 para em Dezembro do ano passado lançar um meritório projecto pessoal que infelizmente passou despercebido. Chamou-se "Desiderata: A Junção do Bem" e contou com as colaborações da Orquestra Nacional do Porto, das cantoras Filipa Pais, Natália Casanova e Tanya Tagaq, do fadista José Perdigão e ainda do seu antigo companheiro José Peixoto. Inspirado num poema do americano Max Ehrmann, destacava os seus primeiros versos: "Vai placidamente no meio do barulho e da confusão, lembrando-te de quanta paz existe no silêncio.". Sinceramente, não descubro melhor forma de me despedir do Francisco que morreu ontem levado por um cancro no fígado. Talvez agora possa ser ouvido o seu disco, vibrante e discreto como quem o fez.» (João Gobern, in "Pano para Mangas" - "A paz do silêncio", 15.09.2010)


Em complemento às palavras de João Gobern, é pertinente referir um trabalho onde a mão de Francisco Ribeiro foi marcante: o álbum "Ave Mundi Luminar" (1993), de Rodrigo Leão & Vox Ensemble. Além de assinar quatro músicas em parceria com Rodrigo Leão, Francisco Ribeiro foi o responsável pelos arranjos e dirigiu o agrupamento de câmara Vox Ensemble, que ele próprio também integrou (violoncelo e voz). O disco obteve um retumbante sucesso internacional e não será exagero afirmar-se que muito o deveu a Francisco Ribeiro.
O seu único álbum em nome próprio, "Desiderata: A Junção do Bem", editado em Dezembro de 2009, segue e aprofunda o conceito estético de "Ave Mundi Luminar" e nessa medida poderá até considerar-se o segundo capítulo desse trabalho. Teve foi sorte diferente junto do público e para tal muito contribuiu a parca divulgação que teve nos media audiovisuais. Na rádio pública, foi completamente ignorado: não foi Disco Antena 1 (ao invés do que seria razoável e lógico que acontecesse), nunca figurou na 'playlist' assim como não mereceu a mais pequena atenção em programas musicais de autor, como "Vozes da Lusofonia" e "Alma Lusa" (edição alargada). É verdade que não estamos em presença de música de consumo imediato e de fácil agrado para públicos de sensibilidade embotada, mas jamais o critério da facilidade ou do imediatismo devia nortear uma estação cuja missão é prestar serviço público. Porque a razão da existência da rádio pública é justamente a de dar voz aos artistas de qualidade que as rádios privadas enjeitam, devido à contingência de dependerem da publicidade, o mesmo é dizer dos anunciantes que querem grandes audiências.
Mas se o disco de Francisco Ribeiro e outros de real valia foram/são criminosamente desprezados pela estação onde deviam ter tratamento preferencial (deixo isto à consideração de quem de direito), não o foram/são por um homem chamado Luís Rei, no programa "Terra Pura". De facto, uma das edições, em
Janeiro de 2010, foi integralmente dedicada ao CD "Desiderata: A Junção do Bem" e nela Francisco Ribeiro teve a oportunidade de expor as ideias que estiveram na sua concepção, possibilitando aos ouvintes uma percepção mas esclarecida e fundamentada do seu pensamento artístico. Isto, sim, é verdadeiro serviço público! Nessa conformidade, o programa merecia uma amplitude de audiência muito maior do que a que consegue alcançar com as três rádios locais que o transmitem: Rádio Zero (Lisboa), Rádio Universitária do Minho (Braga) e Rádio Miróbriga (Santiago do Cacém). Tal como fiz a respeito do "Agora...Acontece!", daqui lanço um repto aos directores das rádios locais e regionais deste país: não vos parece que a grelha da vossa estação ficaria substancialmente enriquecida se incluísse o programa "Terra Pura"? Então, vá! Dêem às populações que servem a oportunidade de ouvirem um programa de inegável interesse musical e cultural. Desse modo também darão ao Luís Rei um incentivo acrescido para continuar o seu abnegado labor de divulgação das "novas e antigas raízes da música tradicional".
Para ouvir/descarregar a edição do "Terra Pura" com a entrevista de Francisco Ribeiro, é favor aceder à
página respectiva.
Alguns temas do disco também podem ser ouvidos no MySpace:
http://www.myspace.com/desiderataajuncaodobem

10 setembro 2010

Concertos Antena 1



Finda a temporada de Verão dos concertos Antena 1, com realização e apresentação de Ana Sofia Carvalhêda, há que fazer um balanço. Começo por dizer que a qualidade genérica dos concertos não decepcionou, se exceptuarmos três ou quatro casos muito abaixo da média. O meu reparo prende-se com outras duas questões que considero muito importantes e não deviam ser descuradas numa estação de rádio nacional e generalista:

1. Linguagens musicais contempladas.
O fado de Lisboa foi o género largamente privilegiado e quase não se ouviu música tradicional/folk. Só a Ronda dos Quatro Caminhos e Júlio Pereira marcaram presença ao longo de um mês de concertos. É muito pouco. E não foi certamente por falta de intérpretes dentro dessa vertente musical e de concertos que tal aconteceu. Talvez na cidade de Lisboa não ocorram, por razões algo misteriosas (quiçá por falta de sensibilidade dos programadores), muitos concertos de música tradicional/folk mas na chamada região metropolitana – designadamente em Sintra (Centro Cultural Olga Cadaval) e Almada (Fórum Romeu Correia e Auditório Fernando Lopes-Graça) – a situação é diferente. O mesmo direi relativamente ao resto do país, designadamente no Porto e em Coimbra. E aqui passo ao ponto seguinte.

2. Área geográfica de gravação dos concertos.

Praticamente todos os concertos transmitidos pela Antena 1 foram gravados em salas ou recintos de Lisboa – CCB, Palácio de Belém, Praça de Armas do Castelo de São Jorge, Teatro Municipal de São Luiz, Cinema São Jorge. Que me lembre, apenas um concerto – o do fadista Duarte – foi gravado fora, em Évora, mais concretamente no Teatro Garcia de Resende. Não é aceitável que, tendo o país uma boa rede de cine-teatros e auditórios, de norte a sul, onde decorrem espectáculos musicais de excelente qualidade e em condições acústicas em tudo idênticas (nalguns casos, superiores) às das salas/recintos lisboetas citados, a rádio pública ignore esse facto. A Antena 1 é uma estação nacional e não uma rádio local de Lisboa, de acordo com o respectivo estatuto aprovado pelos órgãos de soberania da República. Nessa conformidade, tem a obrigação de tomar em consideração a realidade cultural, no caso a musical, do todo nacional, incluindo obviamente as Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira.

16 julho 2010

Antena 2: zero euros para a aquisição de novos discos



Há cerca de ano e meio, em mensagem dirigida à Provedoria do Ouvinte, o musicólogo e professor universitário Mário Vieira de Carvalho chamava a atenção para o facto de importantes concertos e recitais de música clássica/erudita ocorridos em Portugal não serem gravados pela Antena 2, ficando assim o arquivo sonoro sem registos desses eventos para usufruto dos ouvintes (os actuais e os vindouros). A este problema, há agora que acrescentar outro, não menos grave: a dotação orçamental de zero euros consignada à Antena 2 para a aquisição de novos discos.
Quer dizer: os mandantes da Rádio e Televisão de Portugal decidiram que não são necessárias mais edições discográficas de música erudita? Se assim o entendem é porque não percebem patavina do assunto, nem se dignaram consultar quem os pudesse esclarecer. A triste realidade é que a discoteca da RDP tem ainda muitas lacunas, sobretudo no domínio da música antiga. Se me disserem que não faz sentido comprar a enésima gravação das "Quatro Estações" (de Vivaldi) ou da "Quinta Sinfonia" (de Beethoven), que algum chinês ou japonês decidiu fazer, eu aceito de bom grado esse argumento. Mas importa ter em atenção que estão constantemente a sair discos com obras nunca antes gravadas, muitos dos quais largamente elogiados pela crítica especializada e distinguidos com prémios de prestígio (Diapason d’Or, etc.). E quanto a esses, qualquer que seja a nacionalidade do compositor ou intérprete, constitui uma falha grave que não sejam adquiridos pela rádio pública.
No que respeita aos compositores e intérpretes portugueses de reconhecido mérito (independentemente da editora ser nacional ou estrangeira), é de todo o interesse que a emissora do Estado possua uma cópia de todos os seus registos fonográficos. A RDP tem a obrigação moral e histórica de ser a depositária de todas as gravações de obras escritas ou tocadas por cidadãos nacionais detentores de talento. Cito, a título de exemplo (um entre muitos que poderia apontar), o caso do pianista português Artur Pizarro, que publicou recentemente um álbum com a suite "Ibéria" (de Isaac Albéniz) e as "Goyescas" (de Enrique Granados), um dos eleitos da
BBC Music Magazine.
Será que os actuais locatários da direcção da Antena 2 e da administração da R.T.P. acham que mesmo tratando-se de Artur Pizarro, o mais distinto aluno de Sequeira Costa e que vem fazendo uma digníssima carreira internacional, não é importante para o serviço público possuir e divulgar os seus discos? Ou será que julgam que cabe às editoras oferecerem as suas edições à R.T.P., a troco de uma hipotética divulgação? Sendo esta a prática corrente na Antena 1, devem pensar que vale o mesmo para a Antena 2: «Se nos enviarem os discos, nós poderemos – eventualmente – divulgá-los; se não no-los enviarem, escusam de alimentar a ilusão de que os iremos comprar.»

Em contraste com esta visão tacanha e ao arrepio das obrigações culturais do serviço público, constata-se que há dinheiro a rodos para dar aos inaudíveis Pedro Malaquias, Paulo Alves Guerra e Raul Mesquita (já são três as séries "apresentadas" por tão "insigne autor" na Antena 2) e para esbanjar em futebóis, com a consequente carga onerosa para os contribuintes (cf. Mundial de Futebol: RTP não chora miséria II). Isto para não falar nos vencimentos verdadeiramente obscenos e afrontosos para os contribuintes que alguns indivíduos estão a auferir da endividada R.T.P., a começar pelo sr. Guilherme Costa com os seus 250 040,00€ anuais (cf. semanário "Sol", de 22.01.2010). A décima parte daquele montante chegaria e sobraria – calculo eu – para comprar todos os discos importantes de música erudita editados em cada ano.

22 junho 2010

José Saramago na música portuguesa



Muito antes do compositor italiano Azio Corghi (*) se ter debruçado sobre a produção romanesca e teatral de José Saramago, já a obra poética do autor – que compreende os livros "Os Poemas Possíveis" (Portugália, 1966), "Provavelmente Alegria" (Livros Horizonte, 1970) e "O Ano de 1993" (Futura, 1975) – merecera a atenção de grandes compositores e intérpretes portugueses. Luís Cília, durante o exílio em França, foi o primeiro a musicar e a cantar a poesia de Saramago, na trilogia "La Poésie Portugaise de Nos Jours et de Toujours" (1967, 1969 e 1971), portanto, cerca de três décadas antes da atribuição do Prémio Nobel da Literatura. Seguiu-se Manuel Freire, com os poemas "Fala do Velho do Restelo ao Astronauta" (1971), "Ouvindo Beethoven" (1973) e "Dia Não" (1978), que viriam a ser regravados com novos arranjos, em 1999, no álbum "As Canções Possíveis". Com os outros nove poemas que completam o alinhamento deste CD, Manuel Freire afirmou-se o mais dedicado intérprete da poesia de José Saramago, e quiçá o que melhor a cantou.
Embora de forma mais avulsa, também Pedro Barroso, Carlos do Carmo, Mísia, Amélia Muge, Fernando Tordo e Marco Oliveira juntaram os seus nomes à galeria dos que deram voz cantada aos versos do grande escritor.
Aqui fica o rol das versões conhecidas, perfazendo as três dezenas, considerando-se as regravações que alguns poemas tiveram. É muito provável que a lista esteja incompleta e, nessa conformidade, os leitores ficam convidados a indicar as eventuais ausências (contacto: ajferreira74@gmail.com).
A ordem é cronológica e alfabética (no caso de temas pertencentes ao mesmo disco).

1. Contracanto – Luís Cília (in LP "La Poésie Portugaise de Nos Jours et de Toujours", vol. 1, Moshé-Naïm, 1967)
2. Dia Não – Luís Cília (in LP "La Poésie Portugaise de Nos Jours et de Toujours", vol. 1, Moshé-Naïm, 1967; CD "La Poésie Portugaise de Nos Jours et de Toujours", EMEN, 1996)
3. Há-de haver – Luís Cília (in LP "La Poésie Portugaise de Nos Jours et de Toujours", vol. 2, Moshé-Naïm, 1969; CD "La Poésie Portugaise de Nos Jours et de Toujours", EMEN, 1996)
4. Não me peçam razões – Luís Cília (in LP "La Poésie Portugaise de Nos Jours et de Toujours", vol. 2, Moshé-Naïm, 1969; CD "La Poésie Portugaise de Nos Jours et de Toujours", EMEN, 1996)
5. Poema à boca fechada – Luís Cília (in LP "La Poésie Portugaise de Nos Jours et de Toujours", vol. 3, Moshé-Naïm, 1971)
6. Venham leis – Luís Cília (in LP "La Poésie Portugaise de Nos Jours et de Toujours", vol. 3, Moshé-Naïm, 1971; CD "La Poésie Portugaise de Nos Jours et de Toujours", EMEN, 1996)
7. Fala do Velho do Restelo ao Astronauta – Manuel Freire (in EP "Dulcineia", Zip Zip, 1971; CD "Pedra Filosofal", Strauss, 1993, CNM, 2004)
8. Ouvindo Beethoven – Manuel Freire (in EP "Abaixo D. Quixote", Sassetti, 1973; CD "Pedra Filosofal", Strauss, 1993, CNM, 2004)
9. Dia Não – Manuel Freire (in LP "Devolta", Diapasão/Lamiré, 1978)
10. Nasce Afrodite Amor Nasce o Teu Corpo – Pedro Barroso (in LP "Água Mole em Pedra Dura", Sassetti, 1978, reed. CD "Cartas a Portugal", Strauss, 2000)
11. Aprendamos o Rito – Carlos do Carmo (in LP "Mais do Que Amor é Amar", Philips/Polygram, 1986, reed. Philips/Polygram, 1996)
12. Fado Adivinha – Mísia (in CD "Fado", BMG Ariola, 1993)
13. Nenhuma Estrela Caiu – Mísia (in CD "Garras dos Sentidos", Erato, 1998)
14. Aprendamos o Rito – Carlos do Carmo (in CD "Ao Vivo no CCB: Os Sucessos de 35 Anos de Carreira", EMI-VC, 1999)
15. A Ponte – Manuel Freire (in CD "As Canções Possíveis: Manuel Freire canta José Saramago", Editorial Caminho, 1999, reed. Ovação, 2005)
16. Circo – Manuel Freire (in CD "As Canções Possíveis: Manuel Freire canta José Saramago", Editorial Caminho, 1999, reed. Ovação, 2005)
17. Dia Não – Manuel Freire (in CD "As Canções Possíveis: Manuel Freire canta José Saramago", Editorial Caminho, 1999, reed. Ovação, 2005)
18. Dispostos em Cruz – Manuel Freire (in CD "As Canções Possíveis: Manuel Freire canta José Saramago", Editorial Caminho, 1999, reed. Ovação, 2005)
19. É Tão Fundo o Silêncio – Manuel Freire (in CD "As Canções Possíveis: Manuel Freire canta José Saramago", Editorial Caminho, 1999, reed. Ovação, 2005)
20. Fala do Velho do Restelo ao Astronauta – Manuel Freire (in CD "As Canções Possíveis: Manuel Freire canta José Saramago", Editorial Caminho, 1999, reed. Ovação, 2005)
21. Jogo do Lenço – Manuel Freire (in CD "As Canções Possíveis: Manuel Freire canta José Saramago", Editorial Caminho, 1999, reed. Ovação, 2005)
22. Nem Sempre a Mesma Rima – Manuel Freire (in CD "As Canções Possíveis: Manuel Freire canta José Saramago", Editorial Caminho, 1999, reed. Ovação, 2005)
23. Ouvindo Beethoven – Manuel Freire (in CD "As Canções Possíveis: Manuel Freire canta José Saramago", Editorial Caminho, 1999, reed. Ovação, 2005)
24. Retrato do Poeta Quando Jovem – Manuel Freire (in CD "As Canções Possíveis: Manuel Freire canta José Saramago", Editorial Caminho, 1999, reed. Ovação, 2005)
25. Tenho a Alma Queimada – Manuel Freire (in CD "As Canções Possíveis: Manuel Freire canta José Saramago", Editorial Caminho, 1999, reed. Ovação, 2005)
26. Tenho um Irmão Siamês – Manuel Freire (in CD "As Canções Possíveis: Manuel Freire canta José Saramago", Editorial Caminho, 1999, reed. Ovação, 2005)
27. Se Não Tenho Outra Voz – Amélia Muge (in CD "A Monte", Vachier & Associados, 2002)
28. Fado Adivinha II – Mísia (in CD "Drama Box", Liberdades Poéticas/EMI-VC, 2005)
29. Circo – Fernando Tordo (in CD "Tributo a los Laureados Nobel", Factoría Autor, 2005)
30. Retrato do Poeta Quando Jovem – Marco Oliveira (in CD "Retrato", HM Música, 2008)

A estas versões cantadas, acrescentam-se as gravações de poesia dita/recitada. Além dos espécimes presentes em edições discográficas, como é o caso do poema "Circo", recitado por Vítor de Sousa no CD "No Palco da Poesia" (Ovação, 1995, reed. 2000), há que considerar os registos existentes no arquivo sonoro da RDP, na voz de António Cardoso Pinto, Paulo Rato e outros.
Sem prejuízo da transmissão de excertos de entrevistas de José Saramago, era expectável e desejável que a direcção de programas da Antena 1, nos dias em que Portugal se despediu do seu primeiro (e único, até agora) Nobel da Literatura, deitasse mão aos seus poemas – os cantados e os recitados – e os desse a ouvir, se não na íntegra, numa boa parte. Mas não. Será que Rui Pêgo e os seus adjuntos não tinham conhecimento da existência de tão importante acervo fonográfico? Se não tinham, podiam ter-se dignado perguntar a quem os soubesse informar. Enfim... mais um triste episódio que põe a nu as gritantes deficiências que se vêm verificando no serviço público de radiodifusão.

(*) Azio Corghi compôs as seguintes obras, baseadas em livros/textos de José Saramago: "Blimunda" (1989 - ópera, a partir do romance "Memorial do Convento"); "Divara" (1993 - ópera, a partir da peça "In Nomine Dei"); "La Morte di Lazzaro" (1995 - cantata dramática); "Cruci-Verba" (2001 - para voz recitante e orquestra, a partir do romance "O Evangelho Segundo Jesus Cristo"); "De Paz e de Guerra" (2002 - cantata para coro e orquestra); "Il Dissoluto Assolto" (2005 - ópera, a partir da peça "Don Giovanni ou o Dissoluto Absolvido").
Em Portugal, Jorge Salgueiro é autor de "Ensaio sobre a Cegueira: um Requiem pela Humanidade" (2004 - ed. Tradisom, 2005), composto para a adaptação dramática do romance "Ensaio sobre a Cegueira", levada à cena pela companhia de teatro "O Bando", em co-produção com o Teatro Nacional de São João (Porto).

14 junho 2010

Considerações sobre a 'playlist' da Antena 1

Ouvi com atenção e interesse as edições do programa "Em Nome do Ouvinte" consagradas à 'playlist' da Antena 1 e, findo o ciclo, gostaria de tecer algumas considerações a respeito de alguns pontos abordados.
Começo por concordar com o Provedor do Ouvinte, Sr. Adelino Gomes, quando avança a ideia de um sistema híbrido, não pugnando pela abolição 'playlist' mas recomendando o desejável reforço da programação musical de autor que, actualmente, não tem nem o peso nem a visibilidade que devia ter na rádio pública. O ideal seria a oferta musical do serviço público resultar integralmente da selecção dos realizadores, mas atendendo às alterações que a rádio sofreu nos últimos dez/quinze anos em que realizadores cultos e bons conhecedores de repertório foram despedidos (ou colocados na prateleira) e substituídos pelos chamados radialistas de gostos vulgares e corriqueiros, entre ter tais radialistas a escolher a música para preencher os espaços que apresentam e uma 'playlist' elaborada por um colégio de sábios com sensibilidades musicais diversas mas sempre de apurado bom gosto eu não hesito em optar pela última solução. De facto, o grande problema da 'playlist' da Antena 1 é ter estado (e continuar a estar) nas mãos de uma única pessoa que por maior ecletismo de gostos musicais que tenha (que não me parece ser o caso de José Mariño, devo confessar) nunca garante satisfatoriamente o trinómio "variedade – abrangência – qualidade" que muito a propósito o Sr. Adelino Gomes enunciou. Em Setembro de 2005, em carta que dirigi ao então editor de 'playlist' Rui Santos e ao seu chefe Rui Pêgo (ainda não havia Provedor do Ouvinte), tive o ensejo de lhes sugerir que, para a constituição da 'playlist', solicitassem a colaboração dos realizadores da casa mais qualificados nas diferentes áreas – Edgar Canelas e Armando Carvalhêda (para a música portuguesa de raiz), Luís Filipe Barros (para a música anglo-americana), José Nuno Martins (para a música latina), Raquel Bulha (para as músicas do mundo) e José Duarte (para o jazz). Reparo agora que me esqueci de referir António Cartaxo (para a música clássica). Não, a música clássica não está aqui a mais, pois sou de opinião que nas 'playlists' da estação pública a chamada música erudita tem perfeito cabimento, sem prejuízo da existência de apontamentos como "As Grandes Músicas". É óbvio que não se iria pôr nas 'playlists' de canais generalistas obras de grande envergadura (como uma sinfonia de Mahler ou uma ópera de Wagner), mas com peças e/ou andamentos curtos, de fácil audição, não duvido que a oferta musical ficaria com uma acrescida qualidade. A educação do gosto e o alargamento de horizontes musicais dos ouvintes também passam por aí, e o serviço público de rádio tem nesse capítulo uma particular obrigação. Eu próprio estou inteiramente disponível para enviar à direcção de programas uma lista de centenas de temas (recentes e menos recentes), sobretudo nas áreas da música portuguesa, anglo-americana e clássica, para que a 'playlist' da Antena 1 possa dar o salto qualitativo de que tanto precisa. E não peço qualquer compensação pecuniária: faço-o por amor à boa música e por entender, enquanto contribuinte e ouvinte, que a rádio de todos nós, pelo menos na área musical, está a prestar um serviço muito deficiente.
No Outono de 2006, José Nuno Martins, quando tratou da questão da 'playlist' da Antena 1, se bem me lembro, teve o cuidado de frisar a importância da selecção musical ter a assinatura de várias pessoas, com sensibilidades e mundividências diferentes, por forma a alargar o arco estético e estilístico do repertório facultado à audiência. Rui Pêgo limitou-se a fazer orelhas moucas a essa avisada recomendação e, com o autismo e a caturrice que lhe conhecemos, continuou teimosamente a seguir o mesmo modelo. Com cinco anos que já leva à frente da direcção de programas, parece não ter ainda percebido que a 'playlist' de uma estação de serviço público não se pode pautar pela mesma formatação de uma rádio privada, do tipo RFM (como um ouvinte defendeu, quiçá por encomenda de alguém da direcção da RDP ou de algum interesse obscuro). Mas quanto a isso teremos de pedir responsabilidades a quem tem nas suas mãos o poder de o substituir e, vá-se lá saber porquê, não o faz. Já agora, como explicar a recusa de Rui Pêgo, enquanto cabeça da direcção de programas, em dar as devidas explicações ao Sr. Provedor sobre a 'playlist' e se ter escudado atrás dos seus adjuntos. Sem prejuízo dos editores de 'playlist' (o anterior e o actual) se pronunciarem, pareceu-me de muito mau tom o chefe ter-se remetido ao silêncio, como se tudo aquilo nada tivesse a ver com ele. Só posso interpretar essa atitude como um claro sinal de desconsideração, em primeiro lugar, pela pessoa Adelino Gomes e, sem segundo lugar, pela figura institucional Provedor do Ouvinte.
Como já tive oportunidade de afirmar, nem todos os CDs que aparecem nas lojas com o autocolante "Disco Antena 1" são de indiscutível qualidade e seria importante averiguar o porquê de discos medianos e vulgares merecerem tal distinção enquanto outros de qualidade superior serem ignorados. Eu poderia apresentar aqui uma boa lista, mas para não ser fastidioso, e em complemento ao rol que deixei no texto
Discos Antena 1 (II), escrito em Novembro passado, cito apenas mais cinco, todos lançados depois de Agosto de 2009: "Ao Vivo", de Eduardo Ramos (Ed. de Autor); "Uma Autora, 202 Canções", de Amélia Muge (ed. Carácter); "Cruzes, Canhoto!", de Toque de Caixa (ed. Ocarina); "Guia", de António Zambujo (ed. World Village/Harmonia Mundi); e "Cancionário", de Ricardo Parreira (ed. HM Música). Acresce que todos estão excluídos da 'playlist' e, por curiosidade, nenhum deles tem a chancela das editoras dominantes no mercado nacional. Eu pergunto: todas estas coincidências são casuais? É verdade que alguns daqueles discos (não todos) passaram momentaneamente nas rubricas "Cantos da Casa" e "Alma Lusa", mas tal não devia obstar a que tivessem outra visibilidade na rádio pública. E tal visibilidade, sem prejuízo de receberem a referida distinção ainda que bastante desacreditada, seria alcançada se lhes fosse dada a dignidade de figurarem na 'playlist'. Mas o cúmulo da bizarria é o facto de Discos Antena 1 (e não são tão poucos quanto isso) ficarem de fora da 'playlist', como muito bem lembrou o Sr. Provedor. Dá a ideia de que a etiqueta "Disco Antena 1" serve mais para disfarçar, para inglês ver, porque no fundo não são aqueles os que mais interessa promover. A direcção de programas até poderá alegar: «Vejam a lista dos Discos Antena 1! Como é que se pode dizer que a rádio pública não presta atenção à música portuguesa de qualidade?» A verdade nua e crua, porém, é que os Discos Antena 1, na sua maioria, apenas passam durante uma semana, circunstância que os deixa imensamente prejudicados em comparação com os tais discos/artistas que, mesmo não ostentando o dístico, são massivamente rodados na 'playlist' durante meses seguidos.
Ricardo Soares disse que o fado ao passar quatro vezes por dia (na rubrica "Alma Lusa") fica em vantagem relativamente a qualquer canção pop, que alegadamente roda no máximo duas vezes, no mesmo período. Este argumento além de falacioso não é sério. Em primeiro lugar, entre as 00:00 e as 24:00h, não é o mesmo fado que roda quatro vezes: são dois fados que passam duas vezes cada um. Em segundo lugar, é completamente abstruso e desonesto colocar no mesmo plano de comparação um género musical inteiro, com múltiplos e variados artistas, e uma canção de outro género, no caso música pop. Com efeito, não é pelo facto de haver quatro passagens de fado por dia (correspondendo a dois espécimes/artistas) que o deixa mais bem representado que a música pop. Afinal de contas, quantas passagens de música pop se dão, em média, em cada ciclo de 24 horas? Mesmo sem fazer uma monitorização continuada, e descontando os programas/rubricas de autor e espaços não musicais (noticiários, programas de informação e de desporto, etc.), a minha estimativa aponta para cerca de 65 (não considerando a música estrangeira). Então, será razoável comparar 4 passagens de fado com 65 de música pop? E qual é a frequência de aparição em antena de intérpretes de um e de outro género? Um fadista aparece de tempos a tempos, geralmente com intervalos de vários meses, mas um artista pop pode passar todos os dias. Não há comparação possível. E com que argumento a música tradicional tem apenas duas passagens, ou seja, metade das do fado? O fado é de Lisboa e de Coimbra; a música tradicional é do resto do país. Será que até neste capítulo ainda continua válida a asserção queiroziana "Portugal é Lisboa, o resto é paisagem!"?
E se a música tradicional ou de inspiração tradicional vem sendo flagrantemente marginalizada, o que jamais poderei aceitar na rádio do Estado, justamente por estar em causa uma das vertentes da nossa identidade cultural, não deixa de ser também verdade que os grandes autores/compositores/intérpretes (vulgo, cantautores) se não estão de todo banidos da 'playlist', a sua presença é muito discreta e rarefeita. José Afonso, Adriano Correia de Oliveira, Fausto Bordalo Dias e José Mário Branco até podem passar de tempos a tempos (quase sempre com o mesmo tema), mas para mim é claro que não estão representados em conformidade com a importância e extensão das respectivas obras. No caso particular de Fausto e de José Mário Branco, nada justifica que a escolha dos temas recaia sempre no repertório mais antigo. Como muito bem disse o Sr. Provedor, estamos em presença de dois artistas ainda em actividade e que têm nas suas discografias álbuns que não são propriamente vetustos. Fausto editou em 2003 "A Ópera Mágica do Cantor Maldito" e José Mário Branco publicou no ano seguinte "Resistir é Vencer". Pois nenhum destes trabalhos mereceu a atenção de Ricardo Soares, nem está presentemente a merecer da parte de José Mariño. E Manuel Freire? Totalmente silenciado! E nem precisavam de pegar na "Pedra Filosofal" ou noutra balada dos anos 70, ainda que uma vez por outra pudessem passar, pensando no público que com elas tomou contacto na época e também no auditório mais jovem, ao qual não se pode negar a oportunidade de as conhecer. O ainda presidente da SPA gravou há não muitos anos dois belos discos – "As Canções Possíveis" (1999) e "Manuel Freire Canta Nemésio" (2008). E Amélia Muge, que tem uma discografia de alto quilate produzida dos anos 90 para cá, mas que também não figura na 'playlist' da Antena 1? A lista continuaria por aí fora...
Para que não prevaleça a ideia de que apenas tenho olhos para os veteranos, aproveito para citar alguns artistas/grupos muito mais novos, com discos editados mas completamente ausentes da 'playlist': Filipa Pais, Teresa Gentil, Helena Oliveira, Carla Pires, Célia Barroca, Joana Amendoeira, Maria Ana Bobone, Raquel Peters, António Zambujo, Ricardo Ribeiro, Pedro Jóia, Manuel d'Oliveira, Joel Xavier, Ricardo Parreira, Luísa Amaro, Realejo, Danças Ocultas, Fol&ar, Lufa Lufa, Trilhos, Galandum Galundaina, Lenga Lenga, Mandrágora, At-Tambur, Dazkarieh, Uxu Kalhus, Mu, Monte Lunai, Gnomon, Roncos do Diabo, Roldana Folk, Lúmen, Pé na Terra, Diabo a Sete, César Prata, Assobio, João Filipe, Banda Futrica, A Barca dos Castiços, Stockholm Lisboa Project, Musicalbi, Segue-me à Capela...
Relativamente à repartição do bolo da 'playlist' pelas companhias discográficas, registo com agrado que a análise feita pelo Sr. Viriato Teles venha confirmar que efectivamente a parte de leão está nas mãos das quatro que havia referido – EMI, Universal, Sony/BMG, Farol. A cifra de 80% que apontei é meramente impressiva mas mesmo que os dados estatísticos não coincidam rigorosamente com ela, a margem de erro não será significativa. Se àquelas quatro editoras, juntarmos a Som Livre/Iplay no que respeita a edições próprias (excluindo, portanto, as reedições do catálogo da Valentim de Carvalho), a percentagem subirá para 85 a 90 %. Aqui considero como parâmetro de aferição o número de passagens, porque, como se sabe, nem todos os temas presentes na 'playlist' passam com a mesma frequência. Pelo que me apercebi, os dados que o Sr. Viriato Teles avançou dizem respeito ao número de temas que pertencem a cada editora. Pois seria interessante averiguar, no período monitorizado, quantas passagens couberam a cada uma delas.
O que eu nunca disse foi que os acervos da Valentim de Carvalho e da Movieplay ficavam de fora da 'playlist' da Antena 1, como se deu a entender no programa. Estas duas editoras terão certamente alguma representatividade, na fatia remanescente das 'majors', só que muito abaixo da que deviam ter, em razão da extensão e qualidade dos catálogos que detêm. Foi esta a ideia que quis exprimir na
carta que, em 25 de Novembro de 2008, dirigi à Provedoria do Ouvinte (e a outras entidades). O facto do grosso de tais catálogos não ser recente e havendo a disposição legal que estipula que 35 % da música portuguesa a difundir tenha sido originalmente editada nos últimos doze meses poderá explicar a tal desproporcionalidade, mas apenas em parte. E digo "em parte" porque vejo artistas nacionais dos anos 80 que gravaram para a Polygram (agora, Universal) ter muito mais divulgação na Antena 1 do que artistas coevos ligados à Orfeu e à Rádio Triunfo (actual Movieplay). Aponto, a título de exemplo, os Heróis do Mar e os Jáfumega, que rodam amiúde, e os grupos Raízes e Terra a Terra que nunca passam. No princípio deste ano, a Movieplay lançou uma colecção de três livros/CD de título genérico "Os Fados da Alvorada". Pois esta edição, organizada pela mão proficiente de José Manuel Osório, que resgatou para a luz do dia um repertório de inegável valia que ficara esquecido desde o tempo do vinil e que mereceu rasgados elogios da crítica especializada, não foi disco Antena 1 e não está representada na 'playlist' (apenas se ouviram alguns temas na "Alma Lusa", pela mão de Edgar Canelas). Em contrapartida, a colectânea que a Universal acaba de lançar de título "As Grandes Canções de Sempre", onde a par do melhor há coisas verdadeiramente medíocres (para não falar em ausências imperdoáveis) e que, vistas bem as coisas, nada vem acrescentar a colectâneas do mesmo género editadas pela Reader's Digest, não só recebeu o rótulo de Disco Antena 1 com é alvo de uma destacada divulgação na 'playlist'. Em suma: a edição de uma poderosa multinacional recebeu da rádio pública a máxima das atenções, ao passo que outra edição de significado cultural superior, mas que tem a chancela da pouco influente Movieplay, foi votada ao desprezo. Como é que os ouvintes devem interpretar esta atitude dual da direcção de programas da Antena 1? Eu não acredito que a explicação resida somente no facto de Rui Pêgo e os seus adjuntos não gostarem de fado. Estou absolutamente convicto de que se a antologia "Os Fados da Alvorada" tivesse o selo da Universal (ou da EMI, ou da Sony/BMG ou da Farol) teria sido objecto de outra atenção. Ora, isto é uma coisa que jamais se poderá aceitar no serviço público de radiodifusão.
Quanto à presença de pequenas editoras e edições de autor na 'playlist', admito que desde Novembro de 2008, quando escrevi o texto
'Playlist' da Antena 1: uma vergonha nacional, se tenham registado algumas alterações. Em todo o caso, continuo com a impressão de que tal representatividade (ainda assim, ínfima) se restringe ao pop-rock, ao hip hop e afins. Era capaz de apostar (mas se estiver errado, o Sr. Viriato Teles fará o favor de me corrigir) que nem a Ocarina nem a Açor/Emiliano Toste, por exemplo, estão representadas na 'playlist' da Antena 1, apesar de terem nos seus catálogos muitas edições de reconhecida qualidade (algumas das quais nomeadas para o Prémio José Afonso).

01 junho 2010

A infância e a música portuguesa


"Meninos de Todas as Cores" (ilustração de Mara Mendes, in livro/CD "Cancioneiro Crescer com a Música I", de Jorge Salgueiro, Foco Musical – Educação e Cultura, 2001)


"O melhor do mundo são as crianças": este verso tão simples de Fernando Pessoa tornou-se um lugar-comum. E como geralmente acontece com os lugares comuns, gastou-se pelo uso: o seu significado esvaziou-se.
Temos de reconhecer que as crianças têm hoje condições de vida e de crescimento incomparavelmente melhores do que tiveram os seus pais. Porém, não deixa de ser também verdade que muitas delas não são bafejadas pela mesma sorte. O futuro faz-se com todas elas e será tanto melhor quanto mais harmoniosa e feliz for a infância.
Aos poetas e aos músicos – populares e eruditos – nunca o mundo infantil foi indiferente; daí a riqueza de repertório poético-musical sobre e para as crianças: as cantigas de embalar, os contos e histórias de encantar, as canções de recreio, as lengalengas, etc., sem esquecer o repertório de cariz interventivo que a realidade social inspirou a poetas e cantores.
A pretexto do Dia Mundial da Criança, pareceu-nos que seria interessante a realização n' "Os Cantos da Casa" de uma pequena série de programas dedicada à infância. Sem pretensões de exaustividade, procurou-se abarcar boa parte do que de mais qualificado existe neste domínio no nosso património discográfico, incluindo títulos hoje indisponíveis no mercado e que urge reeditar.
Esta série é dedicada a todas as crianças do mundo, designadamente àquelas que, pelas mais variadas circunstâncias (fome, guerra, doenças, maus tratos físicos e psíquicos, etc.), vêem todos os dias ser-lhes negada a oportunidade de serem... crianças.
"Os Cantos da Casa": um programa de Octávio Fonseca e Pedro Ramajal para a Esquerda Ponto Rádio.

Os documentos com as letras e os poemas, especialmente preparados para os Amigos do LUGAR AO SUL, serão facultados a todas as demais pessoas que os solicitarem (contacto: ajferreira74@gmail.com).
E que viva a boa música portuguesa!


Primeira parte: Canções de embalar e histórias de encantar

"Os Cantos da Casa" n.º 84 [01-Jun-2010]



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1. Embalo – Popular (Paul, Covilhã, Beira Baixa); recolha de José Alberto Sardinha (1981, in "Recolhas Musicais da Tradição Oral Portuguesa: LP 1 – Beira Baixa e Minho", Contralto - Música Popular, Lda., 1982; "Portugal - Raízes Musicais": CD 4 - Beira Baixa e Beira Trasmontana, BMG/JN, 1997)
2. Ó Menino Ó – Brigada Victor Jara (in LP "Tamborileiro", Mundo Novo/Editorial Caminho, 1979, reed. Farol Música, 1996)
3. Canção de Embalar – Musicalbi (in CD "Mastiço", I Som, 2007)
4. Embalo – Brigada Victor Jara com Cristina Branco (in CD "Ceia Louca", Polydor/Universal, 2006)
5. Canto de Embalar (instrumental) – Carlos Paredes (in CD "Espelho de Sons", Philips/Polygram, 1988; CD "Asas Sobre o Mundo", Philips/Polygram, 1989; CD "Uma Guitarra com Gente Dentro: Antologia", Universal, 2002)
6. Canção da Infância – Luiz Goes (in LP "Coimbra de Ontem e de Hoje", Columbia/VC, 1967, reed. EMI-VC, 1995, Valentim de Carvalho/Iplay, 2008; livro/4CD "Canções Para Quem Vier: Integral 1952-2002": CD 2, EMI-VC, 2002; "O Melhor de Luiz Goes", Valentim de Carvalho/Iplay, 2008)
7. Canção de Embalar – José Afonso (in LP "Cantares do Andarilho", Orfeu, 1968, reed. Movieplay, 1987, 1996)
8. Canção para a Minha Filha Isabel Adormecer Quando Tiver Medo do Escuro – Vitorino (in CD "Eu Que me Comovo Por Tudo e Por Nada", EMI-VC, 1992)
9. Durme – Brigada Victor Jara (in CD "Ceia Louca", Polydor/Universal, 2006)
10. Ronda dos Espanta Papões II (instrumental) – Vai de Roda (in CD "Terreiro das Bruxas", UPAV, 1990, reed. Mundo da Canção, 2005)
11. Papãozinho – Amélia Muge (in CD "Múgica", UPAV, 1992)
12. Contar mémés – João Afonso (in CD "Canções de Embalar", CNM, 2001)
13. Menino d'Oiro (instrumental) – Rão Kyao (in 2CD "Em'Cantado": CD 2, Polydor/Universal, 2009)
14. Vai-t'embora passarinho – Vá-de-Viró (in CD "Outras Músicas", Música XXI, 2000)
15. O Sono do João (poema de António Nobre) – Manuela de Freitas (in LP/CD "Poemas de Bibe: Grande Poesia Portuguesa Escolhida para os Mais Pequenos", UPAV, 1990, reed. Público, 2006)
16. O Contador de Sonhos (instrumental) – João Filipe com Gnomon (in CD "Contarolando", João Filipe, 2009)
17. Conta-me um Conto – João Lóio (in CD "O Segredo Maior: Canções a Brincar", Memórias/Fortes & Rangel, 1998, reed. Campo das Letras, col. Palmo e Meio, vol. 45, 2006)
18. O Gato das Botas (conto) – Margarida Carpinteiro (in CD/DVD "As Histórias da Carochinha", NZ Produções/Som Livre, 2004, reed. Chiado Kids/Vidisco, 2010)
19. Indo eu por i abaixo – Vitorino (in LP "Romances", Orfeu, 1981, reed. Movieplay, 1999; 3CD "Tudo": CD 1 – O Alentejo, EMI, 2006)
20. Conta-me contos, ama... – Janita Salomé (in LP "Lavrar em Teu Peito", EMI-VC, 1985, reed. EMI-VC, 2001)
21. Uma Viagem sem Fim (instrumental) – João Lóio (in CD "O Segredo Maior: Canções a Brincar", Memórias/Fortes & Rangel, 1998, reed. Campo das Letras, col. Palmo e Meio, vol. 45, 2006)
22. Era uma Vez uma Velha – Banda do Casaco (in LP "Coisas do Arco da Velha", Philips/Phonogram Portuguesa, 1976, reed. Philips/Polygram, 1993)
23. Godofredo Cheio de Medo – Banda do Casaco (in LP "Contos da Barbearia", Valentim de Carvalho/EMI, 1978)
24. A Cigarra e a Formiga (poema de Mário Pederneiras) – João Villaret (in CD "João Villaret", col. O Melhor dos Melhores, vol. 9, Movieplay, 1994)
25. Retrato d'Homenzinho Pequenino com Frasco – Banda do Casaco (in LP "Contos da Barbearia", Valentim de Carvalho/EMI, 1978)


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Segunda parte: No reino das fadas e dos bichos

"Os Cantos da Casa" n.º 100 [16-Fev-2011]



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1. No Reino das Fadas / As Fadas (poema de Antero de Quental) – Reymundo & Célia Figueiredo (in CD "Aromas", Edições FRA, 2006)
2. Fadas do Jardim do Rei – Luísa Barreto (in livro/CD "Pelo Caminho das Fadas", Centro Lusitano de Unificação Cultural, 1997, reed. 2001)
3. O Fogo do Sol Poente – Sebastião Antunes (in livro/CD "Pelo Caminho das Fadas", Centro Lusitano de Unificação Cultural, 1997, reed. 2001)
4. Fadas ao Luar – Luísa Barreto (in livro/CD "Pelo Caminho das Fadas", Centro Lusitano de Unificação Cultural, 1997, reed. 2001)
5. O meu Elfo – Luísa Barreto (in livro/CD "Pelo Caminho das Fadas", Centro Lusitano de Unificação Cultural, 1997, reed. 2001)
6. Anões e Bruxedos – Luísa Barreto (in livro/CD "Pelo Caminho das Fadas", Centro Lusitano de Unificação Cultural, 1997, reed. 2001)
7. Terreiro das Bruxas (instrumental) – Vai de Roda (in CD "Terreiro das Bruxas", UPAV, 1990, reed. Mundo da Canção, 2005)
8. A Bruxa – Luísa Barreto (in livro/CD "Pelo Caminho das Fadas", Centro Lusitano de Unificação Cultural, 1997, reed. 2001)
9. A Bruxa Que Não Era Assim Tão Má – João Filipe com Sameiro Sequeira & Sérgio Castro (in CD "Contarolando", João Filipe, 2009)
10. Esquilo (instrumental) – João Lóio (in CD "O Segredo Maior: Canções a Brincar", Memórias/Fortes & Rangel, 1998; livro/CD "O Segredo Maior: Canções a Brincar", Campo das Letras, col. Palmo e Meio, vol. 45, 2006)
11. Os Bichos – Gonçalo Pratas (in livro/CD "Canta o Galo Gordo: Poemas e Canções para Todo o Ano", Editorial Caminho, 2008)
12. Fungagá da Bicharada – José Barata Moura (in LP "Fungagá da Bicharada", Zip Zip/Sassetti, 1975; CD "Fungagá da Bicharada", CNM, 2004; livro/4CD "Obra Infantil Completa de José Barata Moura", CNM, 2005)
13. Bichos – Trovante (in LP "Baile no Bosque", Valentim de Carvalho, 1981, reed. EMI-VC, 1988, Valentim de Carvalho/Som Livre, 2007)
14. Invocação da Alcateia – Francisco Fonseca (in CD "Todo Este Céu", de Né Ladeiras, Columbia/Sony Music, 1997)
15. A Lua e os Lobos (instrumental) – Rão Kyao (in CD "Porto Alto", Farol Música, 2004)
16. La Lhoba Parda – Vai de Roda (in CD "Polas Ondas", Alba, 1996)
17. As Abelhas Trabalhadeiras – Carlos Alberto Moniz e Maria do Amparo; narração de Júlio Isidro (in LP "Fungagá da Bicharada", Diapasão/Lamiré, 1976, reed. Strauss, 1994, CNM, 2005)
18. A Cigarra, também a Formiga e outros – Carlos Alberto Moniz e Maria do Amparo; narração de Júlio Isidro (in LP "Fungagá da Bicharada", Diapasão/Lamiré, 1976, reed. Strauss, 1994, CNM, 2005)
19. Caixinha de Música (poema de Matilde Rosa Araújo) – Manuela de Freitas (in LP/CD "Poemas de Bibe: Grande Poesia Portuguesa Escolhida para os Mais Pequenos", UPAV, 1990, reed. Público, 2006)
20. A Formiga no Carreiro – Sitiados (in CD "Filhos da Madrugada Cantam José Afonso", BMG Ariola, 1994)
21. Leões e Mais – Amélia Muge (in CD "Todos os Dias...", Columbia/Sony Music, 1994)
22. O Barbeiro – Ronda dos Quatro Caminhos (in LP "Canções Tradicionais Infantis", Transmédia, 1985, reed. Polygram, 1995)
23. A Banda do Maestro Pinguim – José Barata Moura (in EP "A Banhoca da Rita e do André", Zip Zip/Sassetti, 1975; CD "Joana Come a Papa", Strauss, 1993, reed. CNM, 2004; livro/4CD "Obra Infantil Completa de José Barata Moura", CNM, 2005)
24. Tonino di Lamiré – José Barata Moura (in EP "A Banhoca da Rita e do André", Zip Zip/Sassetti, 1975; CD "A Charanga do Zé", Strauss, 2001; livro/4CD "Obra Infantil Completa de José Barata Moura", CNM, 2005)
25. Relincha Pingócios, o Doutor Cavalo Dentista – José Barata Moura (in LP "A Mudança do Macaco Zacarias", Diapasão/Lamiré, 1978; CD "A Mudança do Macaco Zacarias", Strauss, 2001; livro/4CD "Obra Infantil Completa de José Barata Moura", CNM, 2005)
26. O Cavalo (poema de Natália Correia) – Vítor de Sousa (in CD "No Palco da Poesia", Ovação, 1995, reed. Ovação, 2000)
27. Zebra Zulmira – Dani Silva (in CD "O Jardim da Bicharada", Farol Música, 2006; DVD/CD "O Jardim da Bicharada: Os Vídeos", Farol Música, 2008)
28. Canguru Gugu – Quinta do Bill (in CD "O Jardim da Bicharada", Farol Música, 2006; DVD/CD "O Jardim da Bicharada: Os Vídeos", Farol Música, 2008)
29. As Desventuras do Rabanete Saltitão – José Barata Moura (in EP "Cantiga do Passeio", Diapasão/Sassetti, 1979; CD "A Charanga do Zé", Strauss, 2001; livro/4CD "Obra Infantil Completa de José Barata Moura", CNM, 2005)
30. A Vaca Arnestina Maçaroca – José Barata Moura (in EP "A Banhoca da Rita e do André", Zip Zip/Sassetti, 1975; CD "Joana Come a Papa", Strauss, 1993, reed. CNM, 2004; livro/4CD "Obra Infantil Completa de José Barata Moura", CNM, 2005)
31. O Cão D. Pantaleão e o Outro Cão – José Barata Moura (in LP "Fungagá da Bicharada", Zip Zip/Sassetti, 1975; CD "Fungagá da Bicharada", CNM, 2004; livro/4CD "Obra Infantil Completa de José Barata Moura", CNM, 2005)
32. Gastão era Perfeito – José Afonso (in LP "Venham Mais Cinco", Orfeu, 1973, reed. Movieplay, 1987, 1996)
33. A Morte do Rato (poema de Tóssan) – Mário Viegas (in LP/CD "Poemas de Bibe: Grande Poesia Portuguesa Escolhida para os Mais Pequenos", UPAV, 1990, reed. Público, 2006)
34. Maria Gata – Amélia Muge (in livro/CD "Uma Autora, 202 Canções", Caracter, 2009)
35. O mundo só vai prestar – João Lóio com Regina Castro & António Paulo Silva (in CD "O Segredo Maior: Canções a Brincar", Memórias/Fortes & Rangel, 1998; livro/CD "O Segredo Maior: Canções a Brincar", Campo das Letras, col. Palmo e Meio, vol. 45, 2006)
36. A Andorinha da Primavera – Madredeus (in CD "O Paraíso", EMI-VC, 1997)
37. Andorinhas no Terreiro (instrumental) – Roda Pé (in CD "Pousio", Public-art, 2008)
38. Balada das Vinte Meninas – Vitorino (in LP "Cantigas de Ida e Volta", Orfeu, 1975)
39. Papagaio – Fausto Bordalo Dias (in LP "Cantigas de Ida e Volta", Orfeu, 1975)
40. O Canário – Trupe Barlaventina (in CD "Lendas do País do Sul", Concertante, 1999)
41. Olha o Rouxinol – Ronda dos Quatro Caminhos & Grupo Cantares de Évora (in 2CD "Alçude": CD 1, Ovação, 2001)
42. Senhora Cegonha – Grupo Coral de Cantares Regionais de Portel (in CD "Cantares Regionais de Portel", Lusosom, 1993; CD "25 Anos a Cantar Portel", Ovação, 2004; CD "O Melhor de Grupo Coral de Cantares Regionais de Portel", Ovação, 2010)
43. Segredo (poema de Miguel Torga) – Afonso Dias (in CD "Cantando Espalharey", Vol. III, Edere, 2002)
44. Malfamagrifada – Banda do Casaco (in LP "Contos da Barbearia", Valentim de Carvalho/EMI, 1978)
45. Faz de conta (poema de Eugénio de Andrade) – Mário Viegas & Manuela de Freitas (in LP/CD "Poemas de Bibe: Grande Poesia Portuguesa Escolhida para os Mais Pequenos", UPAV, 1990, reed. Público, 2006)


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Terceira parte: Brincando, brincando...

"Os Cantos da Casa" n.º 108 [01-Jun-2011]



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1. Pedagogia (poema de Miguel Torga) – Afonso Dias (in CD "Cantando Espalharey", vol. I, Edere, 2001)
2. Faz de conta – Júlio Pereira com Sara Tavares (in CD "Faz de Conta", EMI-VC, 2003)
3. Bichinho de conta – João Almeida & Diana Matos (in livro/CD "Sementes de Música para bebés e crianças", Editorial Caminho, 2008)
4. Joaninha voa, voa – Ana Maria Ferrão (in livro/CD "Sementes de Música para bebés e crianças", Editorial Caminho, 2008)
5. Uma joaninha – João Lóio com Ana Luísa Dias de Carvalho & Regina Castro (in CD "O Segredo Maior: Canções a Brincar", Memórias/Fortes & Rangel, 1998; livro/CD "O Segredo Maior: Canções a Brincar", Campo das Letras, col. Palmo e Meio, vol. 45, 2006)
6. O Pastorinho – Amélia Muge (in CD "Todos os Dias...", Columbia/Sony Music, 1994)
7. Aquela Nuvem (poema de José Gomes Ferreira) – Afonso Dias (in CD "Cantando Espalharey", vol. III, Edere, 2002)
8. Cavalinho, Cavalinho – Fausto Bordalo Dias (in LP "Cantigas de Ida e Volta", Orfeu, 1975)
9. Quero um Cavalo de Várias Cores (poema de Reinaldo Ferreira) – José Fanha (in livro/CD "Poemas com Animais", Gailivro, 2004)
10. Que o Mundo É Meu – Filipa Pais (in CD "À Porta do Mundo", Vachier & Associados, 2003)
11. Bárbara Rosinha – Vitorino (in LP "Cantigas de Encantar", EMI-VC, 1989, reed. EMI-VC, 2000)
12. Planeta dos Encantos (instrumental) – João Filipe (in CD "Contarolando", João Filipe, 2009)
13. É Tão Bom – Sérgio Godinho (in LP "Sérgio Godinho Canta com os Amigos do Gaspar", Philips/Polygram, 1988, reed. Universal, 2001)
14. Maravilha – Real Companhia (in livro/CD "Pé Ante Pé", Edição Tê, 2003)
15. Que linda falua (instrumental) – Opus Ensemble (in LP "Temas do Cancioneiro Português", EMI Classics, 1987, reed. EMI Classics, 1998)
16. Rema, Rema – João Almeida (in livro/CD "Sementes de Música para bebés e crianças", Editorial Caminho, 2008)
17. O mar também canta (instrumental / vocalizos) – Diana Matos (in livro/CD "Sementes de Música para bebés e crianças", Editorial Caminho, 2008)
18. Balada do Sino – Teresa Paula Brito (in EP "Teresa Paula Brito Canta José Afonso", Riso e Ritmo, 1970; CD "Teresa Paula Brito", col. Clássicos da Renascença, vol. 61, Movieplay, 2000)
19. Boia, boia, binha (instrumental) – Opus Ensemble (in LP "Temas do Cancioneiro Português", EMI Classics, 1987, reed. EMI Classics, 1998)
20. Avenida de Angola – Cristina Branco (in CD "Abril", Universal Music Classics France, 2007)
21. As pombinhas da Cat'rina (instrumental) – Opus Ensemble (in LP "Temas do Cancioneiro Português", EMI Classics, 1987, reed. EMI Classics, 1998)
22. A pomba – Diana Matos (in livro/CD "Sementes de Música para bebés e crianças", Editorial Caminho, 2008)
23. A pombinha e o pombinho – Diana Matos & João Almeida (in livro/CD "Sementes de Música para bebés e crianças", Editorial Caminho, 2008)
24. Pombinha, passarinho, rolinha – Moçoilas (in CD "Já Cá Vai Roubado", Casa da Cultura de Loulé, 2001)
25. Don Solidon – Vá-de-Viró (in CD "Vivências", Vá-de-Viró, 1998)
26. Teresinha – João Almeida (in livro/CD "Sementes de Música para bebés e crianças", Editorial Caminho, 2008)
27. Era bonitinha – João Almeida (in livro/CD "Sementes de Música para bebés e crianças", Editorial Caminho, 2008)
28. Menina, se bem me queres – João Almeida (in livro/CD "Sementes de Música para bebés e crianças", Editorial Caminho, 2008)
29. No jardim (instrumental / vocalizos) – João Almeida & Diana Matos (in livro/CD "Sementes de Música para bebés e crianças", Editorial Caminho, 2008)
30. Estando a dobar – Diana Matos & João Almeida (in livro/CD "Sementes de Música para bebés e crianças", Editorial Caminho, 2008)
31. Se esta rua fosse minha (vocalizos / instrumental) – João Almeida (in livro/CD "Sementes de Música para bebés e crianças", Editorial Caminho, 2008)
32. Indo eu por Braga acima – João Almeida (in livro/CD "Sementes de Música para bebés e crianças", Editorial Caminho, 2008)
33. Dança da Rosa (Matilde Rosa Araújo / Fernando Lopes-Graça) – Meninos Cantores do Município da Trofa (in CD "Histórias de (en)Cantar", Quarta Vaga Produções/Edisco, 2000)
34. A Ciranda – João Almeida & Diana Matos (in livro/CD "Sementes de Música para bebés e crianças", Editorial Caminho, 2008)
35. Bailando – Xarabanda (in CD "Instrumentos Musicais da Tradição Popular Madeirense", Associação Musical e Cultural Xarabanda, 2007)
36. Bate palminhas – Diana Matos (in livro/CD "Sementes de Música para bebés e crianças", Editorial Caminho, 2008)
37. Triste Viuvinha – Vitorino com os sobrinhos (in LP "Cantigas de Encantar", EMI-VC, 1989, reed. EMI-VC, 2000)
38. Cantiga de Roda – Ronda dos Quatro Caminhos (in LP "Canções Tradicionais Infantis", Schiu!/Transmédia, 1985, reed. Polygram, 1995)
39. Machadinha – Roda Pé (in CD "Pousio", Public-art, 2008)
40. Saia da Carolina – Arrefole (in CD "Veículo Climatizado", Açor/Emiliano Toste, 2006)
41. Alecrim / Os Olhos da Marianita / O Meu Pião (instrumental) – Reymundo (in CD "Aromas", Edições FRA, 2006)
42. João – Vitorino (in LP "Cantigas de Encantar", EMI-VC, 1989, reed. EMI-VC, 2000)
43. Brinquedo (poema de Miguel Torga) – Manuela de Freitas (in LP/CD "Poemas de Bibe: Grande Poesia Portuguesa Escolhida para os Mais Pequenos", UPAV, 1990, reed. Público, 2006)
44. Papelinho – Chuchurumel (in CD "No Castelo de Chuchurumel", Chuchurumel/Luzlinar, 2005)
45. Rondel do Alentejo (poema de Almada Negreiros) – Mário Viegas (in LP/CD "Poemas de Bibe: Grande Poesia Portuguesa Escolhida para os Mais Pequenos", UPAV, 1990, reed. Público, 2006)
46. Trângulo Mângulo – Gaiteiros de Lisboa (in CD "Bocas do Inferno", Farol Música, 1997)
47. Lenga-lenga da Velha – Crianças de Proença-a-Nova (Beira Baixa); recolha de José Alberto Sardinha (in "Portugal - Raízes Musicais": CD 4 - "Beira Baixa e Beira Trasmontana", BMG/JN, 1997)
48. Lenga-lengas – Afonso Dias (in CD "Olhar de Pássaro", Concertante, 2000)
49. Conto do Bicho Papão – Quadrilha (in CD "Entre Luas", Ovação, 1997)


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Quarta parte: Na escola – Primeiros passos

"Os Cantos da Casa" n.º 190 [18-Set-2014]



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1. Anjos de Pijama (III) – Meninos Cantores do Município da Trofa (in CD "Anjos de Pijama", Câmara Municipal da Trofa, 2009)
2. Bom-dia – Gonçalo Pratas (in livro/CD "Canta o Galo Gordo: Poemas e Canções para Todo o Ano", Editorial Caminho, 2008)
3. Cá Vou Eu p'rá Escola – Maria João (in CD "Bom-Dia, Benjamin!", Movieplay, 1995)
4. Outra Margem – Trovante (in LP "Baile no Bosque", Valentim de Carvalho, 1981, reed. EMI-VC, 1988, Valentim de Carvalho/Som Livre, 2007)
5. Meninos de Todas as Cores (poema de Luísa Ducla Soares) – Crianças sob a direcção de Jorge Salgueiro (in livro/CD "Cancioneiro Crescer com a Música I", Foco Musical – Educação e Cultura, 2001)
6. As Cores – Cristina Branco (in livro/CD "Canta o Galo Gordo: Poemas e Canções para Todo o Ano", Editorial Caminho, 2008)
7. As Cores – José Barata Moura (in EP "Canções Infantis", Zip Zip/Sassetti, 1974; CD "A Mudança do Macaco Zacarias", Strauss, 2001; livro/4CD "Obra Infantil Completa de José Barata Moura", CNM, 2005)
8. As Notas – José Barata Moura (in EP "Canções Infantis", Zip Zip/Sassetti, 1974; CD "A Mudança do Macaco Zacarias", Strauss, 2001; livro/4CD "Obra Infantil Completa de José Barata Moura", CNM, 2005)
9. 12 Meses (a rodar) – Maria de Vasconcelos (in CD "Canções da Maria", Arthouse/Edições Valentim de Carvalho, 2012)
10. Abrilinho Volta ao Ninho – Vitorino (in livro/CD "Abril, Abrilzinho", Praça das Flores e Público, 2006)
11. Primavera, Verão, Outono, Inverno – Gonçalo Pratas (in livro/CD "Canta o Galo Gordo: Poemas e Canções para Todo o Ano", Editorial Caminho, 2008)
12. Canção do Inverno – Luísa Barreto (in livro/CD "Pelo Caminho das Fadas", Centro Lusitano de Unificação Cultural, 1997, reed. 2001)
13. Ritual da Chuva (poema ameríndio, trad. Herberto Hélder) – Mário Viegas (in LP/CD "Poemas de Bibe: Grande Poesia Portuguesa Escolhida para os Mais Pequenos", UPAV, 1990, reed. Público, 2006)
14. A Menina Gotinha de Água – João Filipe com Sameiro Sequeira (in CD "Contarolando", João Filipe, 2009)
15. Loas à Chuva e ao Vento – Bando dos Gambozinos (in CD "As Cançõezinhas da Tila", Fortes & Rangel, 1996, reed. Editora Civilização, 1998)
16. Lua Depois da Chuva – Lena d'Água (in LP/CD "Ou Isto ou Aquilo", Edisom, 1992)
17. O Alfabeto – José Jorge Letria (in LP "O Circo da Alegria", Diapasão/Sassetti, 1979; reed. CD "Pim, Pam, Pum", Strauss, 1999)
18. As Letras – José Barata Moura (in EP "Canções Infantis", Zip Zip/Sassetti, 1974; CD "A Mudança do Macaco Zacarias", Strauss, 2001; livro/4CD "Obra Infantil Completa de José Barata Moura", CNM, 2005)
19. A Dança do B (poema de Maria Alberta Menéres) – Afonso Dias (in CD "Cantando Espalharey", vol. III, Edere, 2002)
20. C – Afonso Dias & Francisco Fanhais (in CD "Abecedário a Rimar", Edere, 2003)
21. O Xarope do Amor - Ciência fascinante com "C" – Maria de Vasconcelos (in CD "Canções da Maria II", Edições Valentim de Carvalho, 2013)
22. A Mimi Caçarola - Canção com "Ç" – Maria de Vasconcelos (in CD "Canções da Maria II", Edições Valentim de Carvalho, 2013)
23. E – Afonso Dias & Carla Moreira (in CD "Abecedário a Rimar", Edere, 2003)
24. G – Afonso Dias (in CD "Abecedário a Rimar", Edere, 2003)
25. P – Afonso Dias & Carla Moreira (in CD "Abecedário a Rimar", Edere, 2003)
26. R – Afonso Dias & Carla Moreira (in CD "Abecedário a Rimar", Edere, 2003)
27. Laranjinha e Raposinho – O casamento com "S" que vale de Z – Maria de Vasconcelos (in CD "Canções da Maria II", Edições Valentim de Carvalho, 2013)
28. X – Afonso Dias (in CD "Abecedário a Rimar", Edere, 2003)
29. Z – Afonso Dias (in CD "Abecedário a Rimar", Edere, 2003)
30. Eu Já Sei Escrever – Maria João (in CD "Bom-Dia, Benjamin!", Movieplay, 1995)
31. Os Ditongos a Cantar – Maria de Vasconcelos (in CD "Canções da Maria", Arthouse/Edições Valentim de Carvalho, 2012)
32. Tudo Certo! Maravilha! (Sílaba forte) – Maria de Vasconcelos (in CD "Canções da Maria II", Edições Valentim de Carvalho, 2013)
33. O Sr. EGA e a Fada Madrinha da Gramática Mágica com pós de perlimpimpim – Maria de Vasconcelos (in CD "Canções da Maria II", Edições Valentim de Carvalho, 2013)
34. Nomes Colectivos – Maria de Vasconcelos (in CD "Canções da Maria", Arthouse/Edições Valentim de Carvalho, 2012)
35. A Fonte das Palavras – Rui Veloso / Cabeças no Ar (in CD "Cabeças no Ar", EMI-VC, 2002)
36. Que fizeste das palavras? (poema) – Eugénio de Andrade (in CD "Eugénio de Andrade por Eugénio de Andrade", Numérica, 1997)
37. Os Números a Cantar – Maria de Vasconcelos (in CD "Canções da Maria", Arthouse/Edições Valentim de Carvalho, 2012)
38. Cantilena – Fausto Bordalo Dias & Vitorino (in LP "Cantigas de Ida e Volta", Orfeu, 1975)
39. Tiquetaque - As horas e a tabuada do 5 – Maria de Vasconcelos (in CD "Canções da Maria II", Edições Valentim de Carvalho, 2013)
40. Zizi, Sua Alteza - A amizade com 'Z' – Maria de Vasconcelos (in CD "Canções da Maria II", Edições Valentim de Carvalho, 2013)


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Quinta parte: Na escola – Prosseguindo o caminho

"Os Cantos da Casa" n.º 199 [29-Jan-2015]



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1. Canção das Perguntas – João Lóio & Ana Luísa Dias de Carvalho (in CD "O Segredo Maior: Canções a Brincar", Memórias/Fortes & Rangel, 1998; livro/CD "O Segredo Maior: Canções a Brincar", Campo das Letras, col. Palmo e Meio, vol. 45, 2006)
2. Coral (poema de Sophia de Mello Breyner Andresen) – Manuela de Freitas (in LP/CD "Poemas de Bibe: Grande Poesia Portuguesa Escolhida para os Mais Pequenos", UPAV, 1990, reed. Público, 2006)
3. Partes de Mim – Gonçalo Pratas (in livro/CD "Canta o Galo Gordo: Poemas e Canções para Todo o Ano", Editorial Caminho, 2008)
4. Canção dos Cinco Dedos – Carlos Paião (in LP "Algarismos", EMI-VC, 1982; 2LP/CD "O Melhor de Carlos Paião", EMI-VC, 1991; 2CD "Letra e Música: 15 Anos Depois": CD 2, EMI-VC, 2003; CD "Perfil", Valentim de Carvalho/Som Livre, 2007; 2CD "Letra e Música: 25 Anos Depois": CD 2, EMI, 2013)
5. Inspira - Expira (O Aparelho Respiratório) – Maria de Vasconcelos (in CD "Canções da Maria II", Edições Valentim de Carvalho, 2013)
6. Era uma Vez um Coração – Maria de Vasconcelos (in CD "Canções da Maria", Arthouse/Edições Valentim de Carvalho, 2012)
7. Poema do Coração (poema de António Gedeão) – Afonso Dias (in CD "Poesia de António Gedeão", col. Selecta, Música XXI, 2006)
8. Comer e Digerir (O Aparelho Digestivo) – Maria de Vasconcelos (in CD "Canções da Maria II", Edições Valentim de Carvalho, 2013)
9. Comer Bem ou Comer Mal – Gonçalo Pratas (in livro/CD "Canta o Galo Gordo: Poemas e Canções para Todo o Ano", Editorial Caminho, 2008)
10. Balada do Pão (instrumental) – Rão Kyao (in CD "Porto Alto", Farol Música, 2004)
11. Pitinha – Cucha Carvalheiro (in livro/Cassete "Rimas e Jogos Infantis", Lisboa Editora, 1994, reed. livro/CD, Lisboa Editora, 2004)
12. Frutos (poema de Eugénio de Andrade) – Manuela de Freitas (in LP/CD "Poemas de Bibe: Grande Poesia Portuguesa Escolhida para os Mais Pequenos", UPAV, 1990, reed. Público, 2006)
13. Laranja Doce Laranja – Vários artistas (in CD "Planeta Adormecido: Banda Sonora do Filme", Ovação, 2010)
14. Dança do Raminho de Laranjeira – Meninos Cantores do Município da Trofa (in CD "Histórias de (en)Cantar", Quarta Vaga Produções/Edisco, 2000)
15. Laranjinhas – Moçoilas (in CD "Qu'é Que Tens a Ver com Isso?", Ocarina, 2006)
16. Rifão Quotidiano (poema de Mário-Henrique Leiria) – Mário Viegas (in LP/CD "Poemas de Bibe: Grande Poesia Portuguesa Escolhida para os Mais Pequenos", UPAV, 1990, reed. Público, 2006)
17. Figuinho da Capa Rota – Meninos Cantores do Município da Trofa (in CD "Histórias de (en)Cantar", Quarta Vaga Produções/Edisco, 2000)
18. Amora Madura – José Afonso (in LP "Eu Vou Ser como a Toupeira", Orfeu, 1972; reed. Movieplay, 1987, 1996, Art'Orfeu Media, 2012)
19. Calimero e a Pêra Verde – Celina da Piedade com Naragonia (in 2CD "Em Casa": CD 2, Celina da Piedade/Melopeia, 2012)
20. Alecrim (instrumental) – Opus Ensemble (in LP "Temas do Cancioneiro Português", EMI Classics, 1987, reed. EMI Classics, 1998)
21. Manjerico, Revira a Folha – Diana Matos (in livro/CD "Sementes de Música para bebés e crianças", Editorial Caminho, 2008)
22. Erva-Cidreira – Celina da Piedade (in CD "O Cante das Ervas", Xmusic, 2014)
23. O Cravo Vaidoso – Vitorino (in livro/CD "Abril, Abrilzinho", Praça das Flores e Público, 2006)
24. Os Malmequeres – Pedra d'Hera (in CD "Ventos", Ovação, 2006)
25. Vira dos Malmequeres – Tonicha (in CD "Canções d'Aquém e d'Além Tejo", Polydor/Polygram, 1995; CD "Canções para os Meus Netos... de Qualquer Idade", Universal, 2008)
26. Flor de Jacarandá – Vitorino (in LP "Negro Fado", EMI-VC, 1998, reed. EMI-VC, 199?; CD "As Mais Bonitas", EMI-VC, 1993; 3CD "Tudo": CD 2 – Lisboa, EMI, 2006)
27. Florinha – Luísa Barreto (in livro/CD "Pelo Caminho das Fadas", Centro Lusitano de Unificação Cultural, 1997, reed. 2001)
28. A Flor (poema de Almada Negreiros) – Vítor de Sousa (in CD "No Palco da Poesia", Ovação, 1995, reed. Ovação, 2000)
29. Aquarela – Real Companhia (in livro/CD "Pé Ante Pé", Edição Tê, 2003)
30. A Feiticeira (conto) – Mário Viegas (in LP "Canções Tradicionais Infantis", de Ronda dos Quatro Caminhos, Schiu!/Transmédia, 1985, reed. Polygram, 1995)


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Sexta parte: Na escola – Rumo ao futuro



"Os Cantos da Casa" n.º 208 [01-Jun-2015]
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1. Romance Ingénuo de Duas Linhas Paralelas (poema de José Fanha) – Trupe Barlaventina (in CD "O Perfume da Palavra", Concertante, 1999)
2. Canção do Cometa – Vários artistas (in CD "Planeta Adormecido: Banda Sonora do Filme", Ovação, 2010)
3. O Sistema Solar (Planetas) – Maria de Vasconcelos (in CD "Canções da Maria", Arthouse/Edições Valentim de Carvalho, 2012)
4. A Explicação das Estrelas – Cabeças no Ar (in CD "Cabeças no Ar", EMI-VC, 2002)
5. Dom Afonso Fundador – Orquestra Didáctica da Foco Musical, dir. Jorge Salgueiro (in livro/CD "Cantata 'O Conquistador'", Foco Musical – Educação e Cultura, 2005)
6. Romance da Bela Infanta – Diana Matos (in livro/CD "Sementes de Música para bebés e crianças", Editorial Caminho, 2008)
7. Partida – Carlos Alberto Moniz (in CD "Vasco da Gama: A Grande Viagem", Grupo Forum, 1997)
8. Índia – Carlos Alberto Moniz (in CD "Vasco da Gama: A Grande Viagem", Grupo Forum, 1997)
9. Lisboa – Carlos Alberto Moniz (in CD "Vasco da Gama: A Grande Viagem", Grupo Forum, 1997)
10. O Achamento do Brasil: Abertura (instrumental) – Orquestra Didáctica da Foco Musical, dir. Jorge Salgueiro (in livro/CD "O Achamento do Brasil: Ópera em II Actos", Foco Musical – Educação e Cultura, 2004)
11. O Achamento do Brasil: Recitativo e ária de Pedro Álvares Cabral – Orquestra Didáctica da Foco Musical, dir. Jorge Salgueiro (in livro/CD "O Achamento do Brasil: Ópera em II Actos", Foco Musical – Educação e Cultura, 2004)
12. O Achamento do Brasil: Coro dos marinheiros – Orquestra Didáctica da Foco Musical, dir. Jorge Salgueiro (in livro/CD "O Achamento do Brasil: Ópera em II Actos", Foco Musical – Educação e Cultura, 2004)
13. Dez – João Filipe com Sameiro Sequeira & Folk.at.Rua (in CD "Contarolando", João Filipe, 2009)
14. O Zeca – Manuel Freire (in livro/CD "Abril, Abrilzinho", Praça das Flores e Público, 2006)
15. Pela Voz da Telefonia – Manuel Freire & Vitorino (in livro/CD "Abril, Abrilzinho", Praça das Flores e Público, 2006)
16. Em Cada Esquina da Noite – Manuel Freire (in livro/CD "Abril, Abrilzinho", Praça das Flores e Público, 2006)
17. O Capitão dos Tanques – Vitorino (in livro/CD "Abril, Abrilzinho", Praça das Flores e Público, 2006)
18. Cançãozinha da Escola – Meninos Cantores do Município da Trofa (in CD "Histórias de (en)Cantar", Quarta Vaga Produções/Edisco, 2000)
19. Olha o Arco-Íris – João Lóio com Ana Luísa Dias de Carvalho, Isabel Oliveira, Regina Castro & Guilhermino Monteiro (in CD "Mais Um Dia", João Lóio, 2007)
20. João Manquinho – Cucha Carvalheiro (in livro/Cassete "Rimas e Jogos Infantis", Lisboa Editora, 1994, reed. livro/CD, Lisboa Editora, 2004)
21. O Zezinho – Crianças sob a direcção de Jorge Salgueiro (in livro/CD "Cancioneiro Crescer com a Música I", Foco Musical – Educação e Cultura, 2001)
22. Meu Sonho Doido – João Lóio com Ana Luísa Dias de Carvalho, Isabel Oliveira, Regina Castro & Guilhermino Monteiro (in CD "Mais Um Dia", João Lóio, 2007)
23. Curta-Metragem – Clã (in CD "Disco Voador", A Chave do Som/EMI, 2011)
24. A Corrente do Jogo – Cabeças no Ar (in CD "Cabeças no Ar", EMI-VC, 2002)
25. A Fisga – Tim / Rio Grande (in CD "Rio Grande", EMI-VC, 1996)
26. Segunda Oportunidade (instrumental) – João Filipe (in CD "Contarolando", João Filipe, 2009)
27. Baile da Biblioteca – Cabeças no Ar (in CD "Cabeças no Ar", EMI-VC, 2002)
28. O Cheiro dos Livros – Cabeças no Ar (in CD "Cabeças no Ar", EMI-VC, 2002)
29. A Escola – Jorge Palma (in LP "Bairro do Amor", Philips/Polygram, 1989, reed. Philips/Polygram, 1998; CD "Dá-me Lume: O Melhor de Jorge Palma", Universal, 2000)
30. O Que Eu Quero Ser Quando For Grande – Rui Veloso (in 2CD "Mingos & Os Samurais": CD 1, EMI-VC, 1990)
31. O Mais Importante na Vida (poema de António Botto) – Manuela de Freitas (in LP/CD "Poemas de Bibe: Grande Poesia Portuguesa Escolhida para os Mais Pequenos", UPAV, 1990, reed. Público, 2006)
32. Canção do Cego Que Vê – Vários artistas (in CD "Planeta Adormecido: Banda Sonora do Filme", Ovação, 2010)
33. Pequena Dor – Rui Veloso / Cabeças no Ar (in CD "Cabeças no Ar", EMI-VC, 2002)


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Sétima e última parte: Criança bem amada, criança mal amada



"Os Cantos da Casa" n.º 232 [01-Jun-2016]
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1. O Nosso Menino – Tonicha (in CD "Mulher", Polydor/Polygram, 1997; 2CD "Antologia 77/97": CD 2, Universal, 2007)
2. Os Direitos da Criança: parte 6 (poema de Matilde Rosa Araújo) – Pedro Ramajal
3. Gostas, Mãe? – Inês Pupo (in livro/CD "Canta o Galo Gordo: Poemas e Canções para Todo o Ano", Editorial Caminho, 2008)
4. Mãe (poema de Almada Negreiros) – Afonso Dias (in CD "Cantando Espalharey", vol. III, Edere, 2002)
5. Ilha da Infância – Manuel Paulo & Nancy Vieira (in livro/CD "Pássaro Cego", Arthouse/Iplay, 2009)
6. Algumas Proposições com Crianças (poema de Ruy Belo) – Pedro Ramajal
7. Criança Mulher I – Fausto Bordalo Dias (in LP "Fausto", Philips, 1970)
8. Aquela Criança – Florência (in LP "Canções do Dia e da Noite", Orfeu, 1977)
9. Riso de Criança – Carlos Zel (in LP "É Fado: Neste Rio Vou Morrer", Roda/J.C. Donas, 1978, reed. Vidisco, 2002)
10. Os Direitos da Criança: parte 7 (poema de Matilde Rosa Araújo) – Pedro Ramajal
11. É Tão Bom Ser Pequenino – Rodrigo (in LP "A Última Tourada Real de Salvaterra", EMI/VC, 1972, reed. EMI-VC, 2003, Edições Valentim de Carvalho/Som Livre, 2007; CD "O Melhor de Rodrigo", EMI-VC, 1990; CD "O Melhor de Rodrigo", Edições Valentim de Carvalho/Iplay, 2008; CD "Rodrigo: Essencial", Edições Valentim de Carvalho, 2014)
12. Ir Seguro e Sossegado – Fernando Marques (in CD "O Encontro das Águas", Ovação, 1998)
13. A Vida Como Ela É – Joana Amendoeira (in CD "Brincar aos Fados", Farol Música, 2014)
14. A Uma Criança (poema de Sebastião da Gama) – Pedro Ramajal
15. Bons Dias, Menino – Lucília do Carmo (in LP "Lucília do Carmo", Trova, 1978, reed. Fatum/UPAV, 1992, Universal, 2003)
16. Menino de Oiro, Menino de Lata – Tonicha (in LP "Ela por Ela", Polydor/Polygram, 1980, reed. Polydor/Polygram, 1996; 2CD "Antologia 77/97": CD 2, Universal, 2007)
17. Poema para um Menino – Luiz Goes (in LP "Canções de Amor e de Esperança", Columbia/VC, 1972, reed. EMI-VC, 1995; CD "O Melhor de Luiz Goes", EMI-VC, 1989; livro/4CD "Canções Para Quem Vier: Integral 1952-2002": CD 3, EMI-VC, 2002; CD "O Melhor de Luiz Goes", Edições Valentim de Carvalho/Iplay, 2008; CD "Luiz Goes: Essencial", Edições Valentim de Carvalho, 2014)
18. Menino da Rua – Teresa Silva Carvalho (in single "Nordeste / Menino da Rua", Orfeu, 1977; CD "Teresa Silva Carvalho", col. Clássicos da Renascença, vol. 63, Movieplay, 2000)
19. Anti-Anne Frank (poema de António Gedeão) – Pedro Ramajal
20. Menino do Sol-Posto – Rodrigo (in LP "Só Para Quem Gosta de Fado", Rossil, 1981)
21. Os Putos – Carlos do Carmo (in single "Os Putos / Fado de Todos Nós", Trova, 1978; CD "Fado Maestro: 45 Anos de Carreira", Universal, 2008)
22. Crianças – Frutuoso França (in LP "Frutuoso França", Alvorada, 1978; CD "Frutuoso França", col. Fados do Fado", vol. 14, Movieplay, 1998)
23. Não Quero, Não – Teresa Gentil (in CD "Gent'ilesa", Descalças - Cooperativa Cultural, 2008)
24. Quando Eu For Grande – José Mário Branco (in LP/CD "Correspondências", UPAV, 1990, reed. EMI-VC, 1996)
25. Cinco Réis de Gente (poema de António Botto) – Pedro Ramajal
26. Ardinita – Rodrigo (in LP "Uma Noite de Fado em Cascais", Parlophone/VC, 1972; CD "Rodrigo", col. Caravela, EMI-VC, 1996; CD "Rodrigo: Grandes Êxitos", Parlophone/Warner Music, 2013)
27. Domingo no Mundo – Sérgio Godinho (in CD "Domingo no Mundo", EMI-VC, 1997)
28. Menino do Mar – Frei Fado d'El Rei (in CD "Danças no Tempo", Columbia/Sony Music, 1995)
29. A um Menino Operário em Frente da Montra de um Automóvel (poema de Salette Tavares) – Pedro Ramajal
30. O Menino Negro Não Entrou na Roda – Luís Cília (in LP "Meu País", Le Chant du Monde, 1973)
31. Menino Só – Jorge Cravo (in CD "Canções d'uma Cidade e d'um Rio", Numérica, 2010)
32. Menino do Bairro Negro – José Afonso (in EP "Baladas de Coimbra", Rapsódia, 1963; LP "Baladas e Fados de Coimbra", Edisco, 1982; CD "Os Vampiros", Edisco, 1987, 2006)
33. Criança Negra – Maria Armanda (in EP "Rio Tejo de Lisboa", Discos Estúdio, 1976; 2CD "Fado Capital": CD 2, Ovação, 1994)
34. Meu menino negro, negro (poema de Matilde Rosa Araújo) – Pedro Ramajal
35. Para os Meninos da Guerra – Daniel (in EP "Para os Meninos da Guerra", Discos Estúdio, 1968)
36. Enquanto Houver Soldados – Paco Bandeira (in LP "Malhas, Malhões e Outras Canções", Imavox, 1980; 10CD "Passageiro de Canções": CD 6, Profissom, 2000)
37. Avisem as Crianças – João Lóio (in CD "Canções de Amor e Guerra", João Lóio, 2002)
38. Meninos Angolanos – UHF (in CD "Rock É! Dançando na Noite", AM.RA Discos/Vidisco, 1998; single " Meninos Angolanos", AM.RA Discos, 2001)
39. Os Olhos das Crianças (poema de Sidónio Muralha) – Pedro Ramajal
40. Os Meninos de Huambo – Paulo de Carvalho (in LP "Desculpem Qualquer Coisinha...", Philips/Polygram, 1985, reed. Philips/Polygram, 1998; 2CD "Antologia 71/86": CD 2, Universal, 2007)
41. Meninos d'Oiro – Raul Indipwo (in CD "Meninos d'Oiro", Fundação Ouro Negro, 1991)
42. Os Direitos da Criança: partes 1 e 2 (poema de Matilde Rosa Araújo) – Pedro Ramajal
43. Jardim da Mocidade – Cabeças no Ar (in CD "Cabeças no Ar", EMI-VC, 2002)

Nota:
A maioria dos poemas deste último capítulo foi extraída da antologia "As Crianças, Todas as Crianças" (Lisboa: Livros Horizonte, 1979), organizada por Matilde Rosa Araújo, cuja capa se apresenta ao fundo.
As capas de muitas das outras edições utilizadas nesta série podem ser vistas no blogue "Música para Crianças dos 0 aos 100".