30 agosto 2011

R.T.P. condenada em tribunal



Para conhecimento dos cidadãos/contribuintes portugueses aqui se transcreve uma notícia publicada no semanário angolano "Novo Jornal", de 26 de Agosto de 2011:

«A RTP foi condenada em tribunal por despedimento ilícito do jornalista Gabriel Alves, a quem terá de pagar uma indemnização que ultrapassa o meio milhão de euros.
O repórter, uma das caras mais conhecidas na informação desportiva, e trabalhador da RTP durante 32 anos, foi despedido em 2007.
A discórdia entre o jornalista e a estação remonta a 2006, altura em que Gabriel Alves realizou a cobertura do Campeonato do Mundo de Futebol da Alemanha para a Televisão Pública de Angola (TPA), na sequência de um acordo de colaboração entre as duas estações públicas. Findo o período estabelecido, a TPA convidou o jornalista a permanecer por mais um mês, comunicando essa intenção à RTP, que não se pronunciou, favorável ou desfavoravelmente. Quando regressou à RTP Gabriel Alves foi impedido de realizar qualquer trabalho. O jornalista interpôs uma acção no Tribunal de Trabalho, que agora condenou a RTP a pagar os salários em atraso desde Novembro de 2007 até Julho de 2011, a que se somam vários subsídios e a indemnização por antiguidade. No total, Gabriel Alves deverá receber um valor próximo de 550 mil euros.» (in "Novo Jornal", 26.08.2011)


Em 2007, o presidente do Conselho de Administração da R.T.P. era Almerindo Marques. Alguém vai agora pedir-lhe responsabilidades por este acto de gestão gravemente danoso para os bolsos dos contribuintes? É claro que não! O sr.
Almerindo pode ficar absolutamente descansadinho da vida...


Adenda (em 31.08.2011):

O jornalista Hugo Leal teve a gentileza de me alertar para o facto desta notícia ter sido publicada, em primeira-mão, pelo diário português "Correio da Manhã", no dia 21.08.2011. O seu a seu dono.
Aqui fica o link:
http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/lazer/tv--media/rtp-condenada-a-pagar-550-mil-euros-a-gabriel-alves

01 agosto 2011

Porquê a suspensão do "Lugar ao Sul"?

Em virtude dos caprichos umbilicais do sr. Rui Pêgo, o aclamado e popular "Lugar ao Sul" deslizou das 09:00 horas de sábado para as obscuras 07:00. O horário é claramente indigno e aviltante para os ouvintes que depois de uma árdua semana de trabalho gostariam de pôr em dia o seu merecido descanso. No meu caso pessoal, não estando disposto a fazer tal sacrifício, ademais originado por pérfida arbitrariedade, mas não querendo deixar de ouvir o programa no horário a que me habituei, a solução de recurso que se me ofereceu foi a gravação pré-programada. Ora, às 09:00 de sábado passado, mal soou o despertador, liguei o meu aparelho na expectativa de me deliciar com mais uma saborosa e nutritiva conversa de Mestre Rafael Correia com algum poeta, músico ou homem/mulher sábio(a) do nosso Portugal profundo. Para meu desapontamento, surge na gravação um tal José Candeias a conduzir uma emissão a partir do Museu de Portimão, em moldes retintamente decalcados do programa "Terra-a-Terra", emitido na TSF entre as 09:00 e as 11:00 de sábado. Pensei: na "sapiente" cabeça de Rui Pêgo surgiu agora a luminosa ideia de fazer concorrência directa à rádio de Joaquim Oliveira, não com um programa diferente e alternativo mas com um émulo?! Bem, não brotando de tal mente ideias originais, limitando-se a copiar modelos de outrem, nem sequer vou ao ponto de criticar o aparecimento na grelha da Antena 1 de tal programa. Não posso é deixar de me insurgir contra a supressão do "Lugar ao Sul", já que sobre ele não pendia a contingência do seu autor ter entrado de férias (pois deixou de trabalhar para a RDP em meados de 2009), como é o caso dos realizadores dos dois programas seguintes na grelha da Antena 1 – Júlio Isidro ("Ilha dos Tesouros"), Ana Aranha e Iolanda Ferreira ("A Vida dos Sons"). Tratando-se de um programa de arquivo nada justificaria que fosse suspenso. Seria pedir muito à 'editora' Cláudia Almeida que fosse ao arquivo buscar quatro ou cinco registos do "Lugar ao Sul" e de lhes adicionasse uma breve nota de apresentação? Não se pede à sra. Cláudia Almeida mais que a simples menção da data da emissão original, o local da recolha e eventualmente os nomes e ocupações dos interlocutores de Rafael Correia, pois em tudo o que vá além disso a probabilidade de haver erros e incorrecções é muito elevada. Vistas bem as coisas, tal edição nem é absolutamente necessária e talvez seja preferível ouvir as gravações tal qual Rafael Correia as deixou, sem intervenção de terceiros, sobretudo quando se trata de gente incompetente e mal preparada. Deduz-se, portanto, que a suspensão do "Lugar ao Sul" decorreu, não de uma impossibilidade incontornável, mas de decisão arbitrária de Rui Pêgo. Um gesto que, aliás, se inscreve na linha de afronta e de desconsideração com que tal indivíduo sempre tratou os fiéis ouvintes do programa de Rafael Correia. Se o sr. Rui Pêgo fazia mesmo questão que o espaço conduzido por José Candeias tivesse três horas de duração (apesar de tremendamente burocrático e enfadonho de se ouvir – falou o presidente da Junta de Freguesia, segue-se o presidente da Câmara, depois tem a palavra o presidente da associação dos hoteleiros, etc.) que o colocasse entre as 08:00 e as 11:00. Assim, a almejada concorrência à TSF seria taco a taco, logo mais eficaz. É caso para dizer que até nesses aspectos de pura estratégia concorrencial (ainda que contrários à filosofia que deve nortear o serviço público de rádio) Rui Pêgo se revela um autêntico pitosga.


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