05 janeiro 2008

Luiz Goes: "É Preciso Acreditar"



No dia em o grande cantor Luiz Goes completa a bonita idade de 75 anos, presto-lhe a minha singela homenagem, deixando aqui o poema de um dos seus temas mais sublimes, "É Preciso Acreditar", escrito pelo notável poeta Leonel Neves. Um tema que, nos tempos que correm, não podia fazer mais sentido.
Um agradecimento muito especial a Luiz Goes pelos momentos de enlevo e força anímica que as suas canções me têm proporcionado. Luiz Goes: um cantor para sempre!
E já agora uma pergunta dirigida à direcção de programas da RDP-Antena 1, e a quem tem por competência legal avaliar o serviço público de rádio: como se explica que um intérprete desta dimensão esteja a ser boicotado na emissão musical de continuidade, vulgo 'playlist'? A quantos ouvintes/contribuintes, sobretudo dos escalões etários mais baixos, está a rádio do Estado e negar a oportunidade de descobrirem e apreciarem Luiz Goes?



É Preciso Acreditar



Poema: Leonel Neves
Música e voz: Luiz Goes
Guitarra: António Andias; viola: Durval Moreirinhas


É preciso acreditar!
É preciso acreditar
que o sorriso de quem passa
é um bem p'ra se guardar;
que é luar ou sol de graça
que nos vem alumiar,
com amor, alumiar!

É preciso acreditar!
É preciso acreditar
que a canção de quem trabalha
é um bem p'ra se guardar;
que não há nada que valha
a vontade de cantar,
a qualquer hora cantar!

É preciso acreditar!
É preciso acreditar
que uma vela ao longe solta
é um bem p'ra se guardar;
que se um barco parte ou volta,
passará no alto mar
e que é livre o alto mar!

É preciso acreditar!
É preciso acreditar
que esta chuva que nos molha
é um bem p'ra se guardar;
que sempre há terra que colha
um ribeiro a despertar
para um pão por despertar!


(in "Canções de Amor e de Esperança", Columbia/VC, 1972, reed. EMI-VC, 1995)

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Outros textos sobre Luiz Goes neste blogue:
Galeria da Música Portuguesa: Luiz Goes
Grandes discos da música portuguesa: efemérides em 2007

1 comentário:

antonio vieira santos disse...

Como natural de coimbra,por vezes canto ou dou jeito com aquele estilo coimbrão no fado em
pequenas tertulias lá vou exprimindo a canção dos drs. que passaram e deixaram saudades.