Francisco Mateus, no blogue Rádio Crítica, a exemplo do que fez para a Rádio Comercial dos anos 80, inventaria também uma série de programas da Antena 1 da mesma década. Remata com uma apreciação da situação actual, da qual respigo a esta passagem: «Sou defensor da existência em Portugal do serviço público de radiodifusão, não para rivalizar com os operadores privados, mas para ser diferente destes. Para ser uma alternativa sólida, qualitativa e credível. Em 2006 a RDP, "A rádio que liga Portugal", está com um pé em cada um dos lados, e sendo assim, não está assente em nenhum. Ficando a meio caminho, acaba por "apanhar" dos dois.»
Devo dizer que não podia estar mais de acordo com estas palavras e permito-me precisar que é justamente na programação musical que a Antena 1 mais peca por não ser uma alternativa qualitativa e credível às estações privadas. É facilmente verificável que quase não existem espaços musicais de autor, sendo os alinhamentos preenchidos por uma 'playlist' que pouco ou nada difere das rádios que dependem da publicidade. Uma 'playlist' monolítica, monopolizada pela música pop, que não promove o fado e ainda menos a música popular portuguesa (tradicional e de autor). Por isso, quando ouço o slogan "A rádio que liga Portugal" soa-me a uma piada de muito mau gosto.
26 maio 2006
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