24 dezembro 2023

"Ó Meu Menino Jesus" (tradicional do Alto Alentejo)


Autor desconhecido, "Adoração dos Pastores", Sécs. XVII-XVIII, Igreja de Santa Maria da Alcáçova, Elvas
Fotografia gentilmente cedida pelo Dr. Artur Goulart, responsável pela coordenação científica do inventário artístico da Arquidiocese de Évora
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SARRONCA

A sarronca, também conhecida pelo nome genérico de ronca, é um instrumento muito primitivo, da categoria especial dos membranofones de fricção, composto essencialmente por uma caixa de ressonância cuja boca é tapada com uma pele esticada que faz de membrana vibratória, posta em vibração sonora não por percussão mas por fricção da membrana ou de um elemento fixo por uma ponta no seu centro, e que se esfrega com a mão; produz-se desse modo um ruído grave e fundo, que o bojo da caixa transforma no ronco que caracteriza o instrumento.
A organologia distingue duas espécies principais destes membranofones de fricção, conforme o processo fricativo pelo qual a pele é posta em vibração: é directo, se se esfrega directamente a membrana, ou indirecto, se existe algum elemento fricativo.
Os membranofones de fricção directa são geralmente membranofones de percussão vulgares, tambores ou pandeiros, usados daquele modo especial; a fricção faz-se então normalmente com a própria mão (que por vezes se unta com qualquer produto que lhe aumenta a força de aderência) ou, em certos casos, com um pano. Entre nós, e no resto da Europa, eles não parecem ser conhecidos.
Os membranofones de fricção indirecta podem, por sua vez, ser de dois tipos, conforme o elemento fricativo é flexível (uma corda) ou rígido (um pau ou haste); cada um destes tipos pode ainda ser de duas espécies, conforme esse elemento fricativo é exterior ou interior, isto é, conforme a corda ou haste se encontram por fora ou por dentro da caixa. Em todos eles, a caixa geralmente não é típica, e qualquer recipiente faz as suas vezes; na maioria dos casos europeus, usa-se para o efeito uma vasilha ou vaso de barro; entre nós, porém, na região de Elvas, fazem-se, em certas olarias, bilhas especiais para as sarroncas, na época em que elas ali se usam, que é o Natal. O instrumento é levado sob o braço direito: a fricção faz-se longitudinalmente, ao longo do elemento fricativo, da pele para fora se este é de corda (jalando), do topo livre para a pele (puiando) ou em ambos os sentidos se ele é de haste; neste último caso, quando o instrumento se integra num conjunto, os dois sons, que correspondem a cada um desses movimentos, fazem um acompanhamento baixo e de ritmo vivo. Estes elementos fricativos, ou os dedos, untam-se com resina, cera, água, saliva ou outro produto pegajoso — por vezes, em certos povos, sangue —, e ora se faz deslizar a mão fechada sobre a corda ou haste, provocando um ronco contínuo, ora, no primeiro caso, se faz passar a corda segura entre o polegar e o indicador em pequenos movimentos sucessivos e bruscos, que produzem uma série de estrépitos secos e iguais. Parece que por vezes o tocador apoia os dedos da mão esquerda sobre a pele, para graduar a sua vibração e sonoridade. Os «virtuosos» valem-se de todos estes processos para fazer floreados e «bonituras», e marcar o ritmo dos bailes (e, nos casos afro-americanos, quando querem fazer falar o morto pela voz do instrumento).
Destes membranofones de fricção indirecta conhecemos entre nós a sarronca de haste exterior, que é a mais corrente, e a de corda interior. Nestas duas formas, o instrumento era certamente outrora de uso bastante corrente e comum em muitas regiões do País, embora com nomes, particularidades e técnicas de factura e funções consideravelmente diferentes, conforme as diversas áreas e localidades. De um modo geral, no Noroeste, o nome mais usual é o de ronca ou sarronca; em Terras de Miranda (Duas Igrejas, Ifanes) dizem zabumbas, e do mesmo modo na zona além-Guadiana, as variantes zabomba (Barrancos, Safara), sabomba (Santo Aleixo da Restauração) ou zambomba (Santo Amador); em Freixo de Espada à Cinta (Mazouco, Fornos) é a zorra; na arraia beiroa, no Sudeste da Beira Baixa (Malpica, Rosmaninhal, etc.), zamburra; em S. Brissos (Beja) registamos roncadeira, e em Valhelhas (Guarda), zurra-burros. No Algarve, finalmente, em Loulé, confundindo significados, Athayde de Oliveira descreve o instrumento sob a designação de adufo. Nestas nossas diversas sarroncas, a caixa é, em regra, geralmente uma vasilha de barro, de diferentes tamanhos e formas, que variam conforme o tipo de louça da região. Mas ela pode ser de outras espécies, como sucede com as zabombas de Barrancos e as zorras de Freixo de Espada à Cinta, onde se usa mesmo tudo o que possa servir para fazer aumentar o barulho da fricção: púcaros ou panelas, pequenos ou grandes, «quanto maiores melhores», de barro, folha, alumínio ou até esmalte, latas, bidões, cortiços, etc.; as zamburras do Rosmaninhal também muitas vezes são canecos de folha, e do mesmo modo em certos casos alentejanos (Ferreira do Alentejo, por exemplo). Em Loulé e em outras partes, além das panelas habituais, usam por vezes os alcatruzes das noras. Os cortiços das abelhas são muito frequentes e então o instrumento leva por vezes mesmo o simples nome de cortiço: temos indicação do seu emprego em Santo Tirso, ocasionalmente em certas partes do Gerês, em Cabeceiras de Basto (Eiró), em Vilarinho da Furna, etc.; no Barroso (Covas do Barroso, Boticas), em vez dele, vê-se em alguns casos um cilindro de madeira; mais excepcionalmente, encontramos também a cabaça de fundo serrado, por exemplo nas roncas pastoris da serra de Mação.
[...]
A pele que se usa para membrana de vibração deve naturalmente ser fina, mas varia também conforme as maiores disponibilidades locais; geralmente de ovelha, carneiro, borrego, cabrito, chibo — por vezes o fole da farinha (Rio Caldo, Gerês) — ou cabra (a samarra das zamburras beiroas), preferem-lhe nas terras de além-Guadiana, e, em Loulé, as de coelho ou lebre, colocadas com o pêlo para dentro; no Leste trasmontano, de Freixo de Espada à Cinta, em Mazouco, Fornos, etc., a Terras de Miranda, usam a bexiga de porco. E é também de bexiga de porco ou de carneiro (as maiores) que se recobrem as sarroncas que se fazem na região de Elvas.
[...]
A sarronca, sob estas diferentes formas, é entre nós usada fundamentalmente em duas épocas definidas e preferentemente à noite: no Carnaval e no ciclo do Natal. De uma maneira geral, em toda a faixa ocidental do Norte do País (onde, de resto, ela é, pelo menos agora, muito pouco frequente), em diversos pontos dos distritos de Viana do Castelo, Braga, Vila Real, Porto, Aveiro, Viseu, Coimbra, Leiria e Santarém, e também no Leste, nos da Guarda e Castelo Branco — Aranhas (Penamacor), Vilar Barroco (Oleiros), Zebreira e Segura (Idanha-a-Nova), Aldeia Nova do Cabo (Fundão); Malpica do Tejo (Castelo Branco) (aqui juntamente com o adufe, o almofariz e a garrafa com garfo) — e em pontos isolados do Alentejo — por exemplo Redondo e Póvoa (Moura) —, onde ela ainda existe ou há memória de ter existido, a sarronca tem o carácter de um instrumento carnavalesco, justificado de resto, pelo seu aspecto e som, e que se usa nos desfiles e brincadeiras dessa ocasião. Este mesmo carácter festivo — e também nocturno — da sarronca está na base da sua utilização nas esfolhadas e espadeladas, que registámos em Rebordões (Santo Tirso). E numa ordem de ideias afim, vemo-la às vezes nas «rogas» que vêm às vindimas do Douro. Traduzindo esta feição, em certos casos, como por exemplo Eiró (Cabeceiras de Basto), Tecla (Celorico de Basto) ou Cerdeira (Montalegre), ela aparece igualmente na Serração da Velha; e na Ponte da Barca, em Santo Tirso e em Gião (Feira), etc., nas assuadas aos viúvos que casam. Em numerosos casos, como, por exemplo, no Alto Minho, em Alvarães, Anha, Barroselas (Viana do Castelo), na Lapela e Traporiz (Monção), o instrumento e o costume desapareceram, mas subsiste a palavra, com um significado de entidade vaga com que se mete medo às crianças, que personaliza talvez a expressão desse ronco nocturno e tenebroso. Noutros lugares onde a tradição se perdeu mas o instrumento ainda existe, ele é usado em paródias e partidas, também geralmente à noite, para meter igualmente medo aos transeuntes solitários; é o que sucede, por exemplo, em Vale de Nogueira (Vila Real), em Louredo (Feira) (em que são visados, especialmente, os rapazitos novos que infringem a proibição de saírem à noite antes dos 18 anos), em Amoreira da Gândara (Anadia), no Louriçal (Pombal), em Valhelhas (Guarda), e ainda em alguns casos algarvios, como Bensafrim (Lagos).
Na faixa oriental do País, na província bragançana, no Alentejo, de um modo geral, e acentuadamente nas terras de além-Guadiana, e ainda em inúmeros pontos da arraia beiroa — que correspondem à área pastoril portuguesa característica, estreitamente aparentadas com as terras espanholas confinantes —, e também no Sul da Estremadura, a sarronca, que mostra aí os aspectos mais significativos entre nós, embora também de uso por vezes nocturno e feição aparentemente burlesca, pode-se considerar como instrumento de carácter cerimonial, próprio do ciclo do Inverno e, sobretudo, do Natal, isto é, do período em que a Igreja permitia, no interior dos templos, músicas rústicas e pastoris, sendo de notar que, nestas áreas, e especialmente no Alentejo e na arraia beiroa, o costume conserva plena vigência e desperta grande entusiasmo. Nestes casos, a sarronca toca-se ora em casa, como é o caso de Castelo de Vide, de S. Brás da Várzea e de S. Lourenço (Elvas), de Vila Viçosa, de Juromenha (Alandroal), e das terras de além-Guadiana, muitas vezes a acompanhar os «cantes» ou cantares ao Menino Deus (Alcácer do Sal e, sobretudo, Campo Maior, Vila Boim, Santa Eulália, e a própria cidade de Elvas, que se abastecem com as sarroncas aí fabricadas em grandes quantidades nesta ocasião), ora na rua, em grupos festivos, de que ela sustenta a animação. Na tela seis ou setecentista, de autor desconhecido, representando a Adoração dos Pastores, existente em Elvas, na Igreja de Santa Maria da Alcáçova, e a que já nos referimos, vê-se, como dissemos, um pastor ajoelhado junto ao Menino, com a sarronca ao lado [imagem supra]; trata-se de uma vasilha de barro de cerca de 30 cm de altura e medianamente bojuda, e com a boca revestida de pele, recortada em folho à sua volta (certamente por erro, falta o elemento fricativo, corda ou, mais provavelmente — segundo o estilo local —, pau). Esta feição natalícia nota-se na área além-Guadiana e, sobretudo, na arraia beiroa, na Malpica e no Rosmaninhal, onde se cantam quadras humorísticas, toda a noite de Natal, dedicadas à zamburra, e pretexto para copiosas libações (de resto, certamente por se lhe reconhecer esse carácter humorístico, ela usa-se nestas localidades também na matança do porco, ocasião por toda a parte de grande euforia). Em Loulé, por seu turno, a sarronca, como dissemos, com o nome de adufo, acompanha também os cânticos das noites de Natal, Ano Novo e Reis, que terminam com as «chacotas» elogiosas ou insultuosas aos donos das casas. O mesmo sucede na região trasmontana de Leste, de Mazouco e Fornos (Freixo de Espada à Cinta) ao Mogadouro (Bruçô) e Terras de Miranda (Ifanes, Duas Igrejas, etc.), onde a zorra ou zabumba se usa igualmente na noite de Natal, e é mesmo tocada na igreja durante a Missa do Galo. Em algumas terras compreendidas nesta área, a sarronca toca-se não apenas na noite de Natal mas durante todo o ciclo do Inverno, mormente, como em Loulé, nas três celebrações principais que nele têm lugar — Natal, Ano Novo e Reis —, nestes casos a acompanhar as cantigas e peditórios próprios dessas ocasiões.

ERNESTO VEIGA DE OLIVEIRA (in "Instrumentos Musicais Populares Portugueses", Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1966 – p. 210-213)



Tocador de sarronca.
Fotografia respigada de: https://olhares.com/tocador-de-sarronca-foto1515297.html.



Tocadores de sarronca.
Fotografia respigada de: https://folclore.pt/sarronca-ronca-zamburra/.


Se alguém nos pedisse para indicar duas cantigas portuguesas originalmente associadas à sarronca, a escolha recairia, obrigatoriamente, na natalícia "Ó Meu Menino Jesus" (Campo Maior, Alto Alentejo) e na carnavalesca "Moda da Zamburra" (concelho de Castelo Branco, Beira Baixa), ambas recriadas e gravadas pela Brigada Victor Jara. A primeira dessas recriações, que tem como referente a recolha que Michel Giacometti fez naquela vila do distrito de Portalegre e publicou no LP "Alentejo" (1965), integrante da série discográfica "Música Regional Portuguesa", saiu no álbum "Quem Sai aos Seus", de 1981. De então até à presente data gravaram-se, pelo menos, mais doze versões, ora baseadas na referida recolha, ora na que o mesmo etnomusicólogo efectuou meia-dúzia de anos mais tarde, na mesma localidade da raia alentejana, para a série documental televisiva "Povo Que Canta" (1971). Umas mais fiéis à recolha, não dispensando a sarronca, outras menos convencionais, por assim dizer, o conjunto das catorze testemunha exemplarmente a forma como a música de raiz pode ser abordada seriamente e de acordo com as diversas sensibilidades dos músicos que se interessam pelo vasto e ancestral cancioneiro popular português. E tendo esta cantiga alentejana uma das mais belas melodias da nossa tradição oral, contando-se, aliás, entre as mais cativantes e empolgantes de todas as natalícias à escala mundial, e uma letra que transmite uma mensagem humanista que está nos antípodas da alienação consumista que hoje impera no chamado Primeiro Mundo, achámos por bem apresentar, em sequência cronológica, as catorze recriações que inventariámos, precedidas das duas recolhas feitas por Michel Giacometti, em Campo Maior, junto do Sr. António Pereira Ferreira. Boa escuta, com votos de Boas-Festas!

Com o propósito de averiguar que 'cardápio' musical natalício a direcção de programas da Antena 1 escolheu para presentear, via 'playlist', os ouvintes nesta semana antecedente ao Natal, demo-nos ao cuidado, mau grado o incómodo, de andar a 'picar' a emissão, sobretudo no turno da tarde. Pois apanhámos um sem-número de canções anglo-saxónicas ou adaptadas para inglês, incluindo algumas das mais banais e corriqueiras (como a estafada e pirosa q.b. "Last Christmas", dos Wham!) e ainda uma espanhola. E portuguesas? Nada, nem sequer uma do álbum "Adiafa no Natal dos Reis" que, em finais de Novembro (há escassas semanas, portanto), até foi disco Antena 1. Fica-se com a ideia de que aquele rótulo é mais para inglês ver e que as edições nas quais é aposto, quando não provêm das 'majors' (Universal Music, Warner Music e Sony Music), são rapidamente atiradas para o baú dos intocáveis.
Perguntamos: como explicar tamanha bizarria na rádio que tem a obrigação, mais do que todas as outras, de divulgar o repertório musical português de feição natalícia que é tão rico e diversificado? Fica à consideração das pessoas e entidades a quem compete escrutinar e avaliar o serviço prestado pela estação pública de radiodifusão!



Ó Meu Menino Jesus



Letra e música: Popular (Campo Maior, Alto Alentejo)
Informante: António Pereira Ferreira*
Recolha: Michel Giacometti (in LP "Alentejo", série "Antologia da Música Regional Portuguesa", Arquivos Sonoros Portugueses/Michel Giacometti, 1965; 5CD "Portuguese Folk Music": CD 4 – Alentejo, Portugal Som/Strauss, 1998; 6CD "Música Regional Portuguesa": CD 5 – Alentejo, Portugal Som/Numérica, 2008)


Oh meu Menino Jesus,
Oh meu menino tão belo,
Onde foste a nascer
Ao rigor do caramelo! [bis]

Ó meu Menino Jesus,
Não queiras menino ser;
No rigor do caramelo
A neve te faz gemer! [bis]

E o menino da Senhora
Chama pai a S. José,
Que lhe trouxe uns sapatinhos
Da feira de Santo André. [bis]

O Menino chora, chora,
Chora pelos sapatinhos;
Haja quem lhe dê as solas,
Qu'eu lhe darei os saltinhos. [bis]

[instrumental]

— Dá-me o teu menino!
— Não dou, não dou, não dou!
— Dá-me o teu menino!
— Vai à missa que eu lá vou!
— Dá-me o teu menino!
— Não dou, não dou, não dou!
— Dá-me o teu menino!
— Vai à missa que eu já vou!


* António Pereira Ferreira – voz e sarronca

Nota 1:
«Canto de Natal recolhido em Campo Maior. Canta-se na noite de Natal, já pelas ruas, já em família, acompanhado do popular instrumento designado por ronca ou zabumba. Também se canta na igreja, mas, neste caso, sem acompanhamento. A ronca é constituída por um púcaro de barro ao qual se adapta um pedaço de pele de anho, retesada e solidamente atada, através da qual passa um junco que o executante fricciona por meio de um movimento de vaivém. É sabido que este primitivo instrumento dá em Espanha pelo nome de zambomba (na Extremadura, o seu emprego nas festas de Natal já se acha assinalado por um texto que data de 1429), pelos de Goebe e Rommelpot, respectivamente, na Flandres e na Holanda, e pelo de pignato na Provença. Torna-se curioso notar que, em todos estes casos, ele serve para acompanhar os cantos de peditório do Natal, Ano Bom e Reis. O canto aqui registado é na tonalidade frequentemente designada por "modo frígio peninsular" (uma escala menor, cadenciando a melodia por graus conjuntos naturais na dominante). A ronca, com os seus sons "glissados", de intonação não definida, serve-lhe de baixo rítmico. Pelo seu carácter e pela particularidade de acompanhamento instrumental, aproxima-se dos cantos similares correntes em Espanha. (Fernando Lopes-Graça e Michel Giacometti, in LP "Alentejo", série "Antologia da Música Regional Portuguesa", Arquivos Sonoros Portugueses/Michel Giacometti, 1965; 5CD "Portuguese Folk Music": CD 4 – Alentejo, Portugal Som/Strauss, 1998; 6CD "Música Regional Portuguesa": CD 5 – Alentejo, Portugal Som/Numérica, 2008)

Nota 2:
A palavra 'caramelo', nesta acepção, significa 'gelo'.
«O fenómeno da congelação [dos rios] não era desconhecido de Gil Vicente que, no auto da Barca do Inferno, põe na boca do Diabo, ou arrais infernal, estas palavras:
                    E que he isto na má ora?
                    E o batel está em sêcco!
                    O rio s'encaramelou!
A superfície da água, assim solidificada, tem realmente em algumas regiões (bacia do Coa, Guarda, terras de Bragança, etc.) o nome de caramélo, cramélo ou carambélo. Por outro lado, caramélo (Mondim da Beira, etc.) é um fio de água gelada que pende das beiras dos telhados, e paredes dos campos, se estes são aquosos, e a água escorre para fora.» (José Leite de Vasconcelos, in "Etnografia Portuguesa", Volume II, Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1980 – p. 41-42)



Ó Meu Menino Jesus



Letra e música: Popular (Campo Maior, Alto Alentejo)
Informante: António Pereira Ferreira*
Recolha: Michel Giacometti (in série documental "Povo Que Canta", ep. 11, "Ciclo dos Doze Dias I: Cantos de Natal e Janeiras", RTP-1, 27 Dez. 1971; 12 livro/DVD "Michel Giacometti: Filmografia Completa": vol. 3, RTP Edições/Tradisom/Público, 2010) [programa integral >> RTP-Arquivos]


Oh meu Menino Jesus,
Oh meu menino tão belo,
Onde foste a nascer
Ao rigor do caramelo! [bis]

Ó meu Menino Jesus,
Não queiras menino ser;
No rigor do caramelo
A neve te faz gemer! [bis]

E o Menino chora, chora,
Chora pelos sapatinhos;
Haja quem lhe dê as solas,
Qu'eu lhe darei os saltinhos. [bis]

— Dá-me o Deus-Menino!
— Não dou, não dou, não dou!
— Dá-me o Deus-Menino!
— Vai à missa qu'eu já vou!
— Dá-me o Deus-Menino!
— Não dou, não dou, não dou!
— Dá-me o Deus-Menino!
— Vai à missa qu'eu já vou!

Mas o Menino Jesus
Chama pai a S. José,
Que lhe trouxe uns sapatinhos
Da feira de Santo André. [bis]

— Dê-me o Deus-Menino!
— Não dou, não dou, não dou!
— Dê-me o Deus-Menino!
— Vai à missa qu'eu já vou!
— Dê-me o Deus-Menino!
— Não dou, não dou, não dou!
— Dê-me o Deus-Menino!
— Vai à missa qu'eu já vou!

Mas o Menino Jesus
Já é mais velho do que eu,
Que já era Deus-Menino
Quando o meu avô morreu. [bis]

— Dá-me o Deus-Menino!
— Não dou, não dou, não dou!
— Dá-me o Deus-Menino!
— Vai à missa qu'eu já vou!
— Dá-me o Deus-Menino!
— Não dou, não dou, não dou!
— Dá-me o Deus-Menino!
— Vai à missa qu'eu já vou!


* António Pereira Ferreira – voz e sarronca
Texto introdutório – Michel Giacometti
Locução – Celeste Amorim
Som – João Rodrigues
Produção – Francisco d'Orey, Manuel Jorge Veloso
Realização – Alfredo Tropa



Menino Jesus



Letra e música: Popular (Campo Maior, Alto Alentejo)
Informante: António Pereira Ferreira
Recolha: Michel Giacometti (in LP "Alentejo", série "Antologia da Música Regional Portuguesa", Arquivos Sonoros Portugueses/Michel Giacometti, 1965; 5CD "Portuguese Folk Music": CD 4 – Alentejo, Portugal Som/Strauss, 1998; 6CD "Música Regional Portuguesa": CD 5 – Alentejo, Portugal Som/Numérica, 2008)
Intérprete: Brigada Victor Jara* / voz solo de Joaquim Caixeiro (in LP "Quem Sai aos Seus", Vadeca/J.C. Donas, 1981, reed. Edições Valentim de Carvalho/iPlay, 2008; CD "Brigada Victor Jara: Essencial", Edições Valentim de Carvalho/CNM, 2014; Livro/11CD "Ó Brigada!: Discografia Completa da Brigada Victor Jara - 40 Anos": CD "Quem Sai aos Seus", Tradisom, 2015)




[instrumental]

Oh meu Menino Jesus,
Oh meu menino tão belo,
Onde foste a nascer
Ao rigor do caramelo! [bis]

Ó meu Menino Jesus,
Não queiras menino ser;
No rigor do caramelo
A neve te faz gemer! [bis]

[instrumental]

O menino da Senhora
Chama pai a S. José,
Que lhe trouxe uns sapatinhos
Da feira de Santo André. [bis]

[instrumental]

O Menino chora, chora,
Chora pelos sapatinhos;
Haja quem lhe dê as solas,
Que eu lhe darei os saltinhos. [bis]

[instrumental]

— Dá-me o teu menino!
— Não dou, não dou, não dou!
— Dá-me o teu menino!
— Vai à missa que eu lá vou!
— Dá-me o teu menino!
— Não dou, não dou, não dou!
[5x]


* Instrumentos: bandolim, viola, baixo, sarronca, cavaquinho, ocarina e acordeão

[Créditos gerais do disco:]
Brigada Victor Jara:
Amílcar Cardoso – baixo, viola, bombo e coros
Manuel Rocha – violino, bandolim e coros
Ananda Fernandes – viola, bandolim, voz solo e coros
Joaquim Caixeiro – bombo, caixa, sarronca, voz solo e coros
Zé Maria – viola, bandolim, braguesa, baixo, cavaquinho, pífaro, voz solo e coros
Rui Curto – acordeão, concertina, viola, castanholas, adufe e coros
Arnaldo Carvalho – viola, baixo, trancanholas, matrecos, voz solo e coros
Fátima Maia – voz solo e coros
Jorge Seabra – gaita-de-foles, cavaquinho, flauta travessa, ocarina, chincalhos e coros

Assistente de produção – João Donato
Gravado nos Estúdios Arnaldo Trindade, Lisboa
Técnicos de som – Moreno Pinto e Jorge Barata
URL: https://brigadavictorjara.blogspot.pt/
https://www.facebook.com/brigadavictorjara/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Brigada_Victor_Jara
https://soundcloud.com/brigada-victor-jara
https://www.youtube.com/user/LuisGarNunes/videos?query=brigada+victor+jara
https://music.youtube.com/channel/UCxI2DMlDZThBPMRnY8um8pw



Ó Meu Menino Jesus



Letra e música: Popular (Campo Maior, Alto Alentejo)
Informante: António Pereira Ferreira
Recolha: Michel Giacometti (in LP "Alentejo", série "Antologia da Música Regional Portuguesa", Arquivos Sonoros Portugueses/Michel Giacometti, 1965; 5CD "Portuguese Folk Music": CD 4 – Alentejo, Portugal Som/Strauss, 1998; 6CD "Música Regional Portuguesa": CD 5 – Alentejo, Portugal Som/Numérica, 2008)
Intérprete: Canto Chão* / voz solo de Arlindo Costa (in CD "Ventos do Sul", CD Top, 1996)




[instrumental]

Oh meu Menino Jesus,
Oh meu menino tão belo,
Logo havias de nascer
Ao rigor do caramelo! [bis]

Ó meu Menino Jesus,
Não queiras menino ser;
Ao rigor do caramelo
A neve te faz tremer! [bis]

— Dá-me o teu menino!
— Não dou, não dou, não dou!
— Dá-me o teu menino!
— Vai à missa que eu lá vou!
— Dá-me o teu menino!
— Não dou, não dou, não dou!

— Dá-me o teu menino!
— Vai à missa que eu lá vou!
— Dá-me o teu menino!
— Ai, não dou, não dou, não dou!
— Dá-me o teu menino!
— Ai, não dou, não dou, não dou!

[instrumental]

O menino da Senhora
Chama pai a São José,
Que lhe trouxe uns sapatinhos
Da feira de Santo André. [bis]

O menino chora, chora,
Chora pelos sapatinhos;
Haja quem lhe dê as solas
Eu lhe darei os saltinhos. [bis]

— Dá-me o teu menino!
— Não dou, não dou, não dou!
— Dá-me o teu menino!
— Vai à missa que eu lá vou!
— Dá-me o teu menino!
— Não dou, não dou, não dou!

— Dá-me o teu menino!
— Vai à missa que eu lá vou!
— Dá-me o teu menino!
— Ai, não dou, não dou, não dou!
— Dá-me o teu menino!
— Ai, não dou, não dou, não dou!

[instrumental]


* [Créditos gerais do disco:]
Canto Chão:
Arlindo Costa – vozes
Henrique Lopes – guitarra acústica
Adriano Santos – baixo eléctrico
José Emídio – piano e sintetizadores
Augusto Graça – flauta
Leonardo Tomich – bateria
Luís Melgueira – percussão
Participação especial:
José Liaça – piano e sintetizadores

Arranjos – Canto Chão
Produção – CD Top
Gravado no Tâmara Estúdio, Évora, e no Estúdio Profissom, Massamá-Queluz
Técnicos de som – José Liaça e António Cordeiro
Mistura – Canto Chão, José Liaça e António Cordeiro



Menino Jesus



Letra e música: Popular (Campo Maior, Alto Alentejo)
Informante: António Pereira Ferreira
Recolha: Michel Giacometti (in LP "Alentejo", série "Antologia da Música Regional Portuguesa", Arquivos Sonoros Portugueses/Michel Giacometti, 1965; 5CD "Portuguese Folk Music": CD 4 – Alentejo, Portugal Som/Strauss, 1998; 6CD "Música Regional Portuguesa": CD 5 – Alentejo, Portugal Som/Numérica, 2008)
Intérprete: Alma Popular* / voz solo de Pedro Machado (in CD "Cantigas de Terreiro", Açor/Emiliano Toste, 1999)




[instrumental]

Oh meu Menino Jesus,
Oh meu menino tão belo,
Onde foste a nascer
Ao rigor do caramelo! [bis]

Ó meu Menino Jesus,
Não queiras menino ser;
Ao rigor do caramelo
A neve te faz tremer! [bis]

— Dá-me o teu menino!
— Não dou, não dou, não dou!
— Dá-me o teu menino!
— Vai à missa que eu lá vou!
— Dá-me o teu menino!
— Não dou, não dou, não dou!
[bis]

[instrumental]

O menino da Senhora
Chama pai a S. José,
Que lhe trouxe uns sapatinhos
Da feira de Santo André. [bis]

O Menino chora, chora,
Chora pelos sapatinhos;
Haja quem lhe dê as solas,
Eu lhe darei os saltinhos. [bis]

— Dá-me o teu menino!
— Não dou, não dou, não dou!
— Dá-me o teu menino!
— Vai à missa que eu lá vou!
— Dá-me o teu menino!
— Não dou, não dou, não dou!
[bis]

[instrumental]

— Dá-me o teu menino!
— Não dou, não dou, não dou!
— Dá-me o teu menino!
— Vai à missa que eu lá vou!
— Dá-me o teu menino!
— Não dou, não dou, não dou!
[bis]


* [Créditos gerais do disco:]
Alma Popular:
Tibério Carreiro – cavaquinho, bandolim, coros, e voz solo
Evandro Machado – acordeão, bandolim, quirini, coros, e voz solo
José Aurélio – violão baixo e coros
Pedro Machado – flauta, bandolim, cavaquinho, coros, e voz solo
Pedro Forte – banjo, bandola, bandolim e coros
Jorge Areia – violão e coros
Pedro M. Machado – percussões

Arranjos – Alma Popular
Direcção artística – Tibério Carreiro
Gravado na Igreja do Senhor Santo Cristo (Misericórdia), Praia da Vitória, Ilha Terceira (Açores)
Gravação, mistura e masterização – Emiliano Toste



Menino Jesus



Letra e música: Popular (Campo Maior, Alto Alentejo)
Informante: António Pereira Ferreira
Recolha: Michel Giacometti (in LP "Alentejo", série "Antologia da Música Regional Portuguesa", Arquivos Sonoros Portugueses/Michel Giacometti, 1965; 5CD "Portuguese Folk Music": CD 4 – Alentejo, Portugal Som/Strauss, 1998; 6CD "Música Regional Portuguesa": CD 5 – Alentejo, Portugal Som/Numérica, 2008)
Intérprete: Nuno Cristo* (in CD "Minha Terra Banzambira", Nuno Cristo, 2004)




[instrumental / vocalizos]

Oh meu Menino Jesus,
Oh meu menino tão belo,
Onde fostes a nascer
Ao rigor do caramelo! [bis]

Ó meu Menino Jesus,
Não queiras menino ser;
No rigor do caramelo
A neve te faz gemer! [bis]

[instrumental / vocalizos]

O menino da Senhora
Chama pai a S. José,
Que lhe trouxe uns sapatinhos
Da feira de Santo André. [bis]

O Menino chora, chora,
Chora pelos sapatinhos;
Haja quem lhe dê as solas,
Que eu lhe darei os saltinhos. [bis]

[instrumental]

— Dá-me o teu menino!
— Não dou, não dou, não dou!
— Dá-me o teu menino!
— Vai à missa que eu lá vou!
— Dá-me o teu menino!
— Não dou, não dou, não dou!
[6x]


* Nuno Cristo – guitarra clássica, voz, guitarra portuguesa (afinação de Lisboa), bendir, adufe
Louis Simão – contrabaixo, voz, karkabas
Celina Carroll – voz
Arranjo – Nuno Cristo

Produção – Nuno Cristo
Gravado, misturado e masterizado por Richard Greenspoon (Sterling Sound Productions, Toronto, Canadá), em 2003
URL: https://descendencias.pt/nuno-cristo/
https://music.youtube.com/channel/UC_teYr0Ux4qb4_4B-Boy9LA



Menino Jesus



Letra e música: Popular (Campo Maior, Alto Alentejo)
Informante: António Pereira Ferreira
Recolha: Michel Giacometti (in série documental "Povo Que Canta", ep. 11, "Ciclo dos Doze Dias I: Cantos de Natal e Janeiras", RTP-1, 27 Dez. 1971; 12 livro/DVD "Michel Giacometti: Filmografia Completa": vol. 3, RTP Edições/Tradisom/Público, 2010)
Arranjo: Brigada Victor Jara
Intérprete: Brigada Victor Jara*, com Vitorino Salomé (in série documental "Povo Que Canta" (revisitado), de Manuel Rocha e Ivan Dias, ep. 10 – "Autos de Criação: Alentejo 2" e ep. 13 – "Música em 2.ª Mão", Duvideo/RTP, 2004; 6DVD "Povo Que Canta" (revisitado): DVD 4 – "Alentejo" e DVD 6 – "Algarve + Extras", Zon Lusomundo, 2010) [a partir de 46':00 >> RTP-Play] [a partir de 39':49'' >> RTP-Play]




[instrumental]

Oh meu Menino Jesus,
Oh meu menino tão belo,
Onde fostes a nascer
Ao rigor do caramelo! [bis]

Ó meu Menino Jesus,
Não queiras menino ser;
No rigor do caramelo
A neve te faz gemer! [bis]

[instrumental]

O menino da Senhora
Chama pai a S. José,
Que lhe trouxe uns sapatinhos
Da feira de Santo André. [bis]

— Dá-me o Deus-Menino!
— Não dou, não dou, não dou!
— Dá-me o Deus-Menino!
— Vai à missa que eu lá vou!
— Dá-me o Deus-Menino!
— Não dou, não dou, não dou!

[instrumental]

O menino chora, chora,
Chora pelos sapatinhos;
Haja quem lhe dê as solas,
Qu'eu lhe darei os saltinhos. [bis]

— Dá-me o Deus-Menino!
— Não dou, não dou, não dou!
— Dá-me o Deus-Menino!
— Vai à missa que eu lá vou!
— Dá-me o Deus-Menino!
— Não dou, não dou, não dou!
[3x]

[instrumental]


* Brigada Victor Jara:
Arnaldo Carvalho – sarronca
Aurélio Malva – guitarra acústica e coros
José Tovim – baixo
Luís Garção Nunes – viola beiroa
Manuel Rocha – violino
Ricardo J. Dias – piano e coros
Rui Curto – acordeão
Quiné Teles – bateria tradicional
Convidados:
António Pinto – guitarra acústica
Vitorino Salomé – voz

Produção – Idalina Alves
Produção executiva – Ivan Dias
Gravado na Duvideo, Estúdio Torrebela, Pontinha, Odivelas, a 5 de Janeiro de 2003
Técnico de som – Carlos Barbosa
URL: https://brigadavictorjara.blogspot.pt/
https://www.facebook.com/brigadavictorjara/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Brigada_Victor_Jara
https://soundcloud.com/brigada-victor-jara
https://www.youtube.com/user/LuisGarNunes/videos?query=brigada+victor+jara
https://music.youtube.com/channel/UCxI2DMlDZThBPMRnY8um8pw



Ó Meu Menino Jesus



Letra e música: Popular (Campo Maior, Alto Alentejo)
Informante: António Pereira Ferreira
Recolha: Michel Giacometti (in LP "Alentejo", série "Antologia da Música Regional Portuguesa", Arquivos Sonoros Portugueses/Michel Giacometti, 1965; 5CD "Portuguese Folk Music": CD 4 – Alentejo, Portugal Som/Strauss, 1998; 6CD "Música Regional Portuguesa": CD 5 – Alentejo, Portugal Som/Numérica, 2008)
Intérprete: Roda Pé* / voz solo de Agostinho Teodoro (in CD "Escarpados Caminhos", Public-art, 2004)


[instrumental]

Oh meu Menino Jesus,
Oh meu menino tão belo,
Onde foste a nascer
Ao rigor do caramelo! [bis]

Ó meu Menino Jesus,
Não queiras menino ser;
No rigor do caramelo
A neve te faz gemer! [bis]

[instrumental]

O menino da Senhora
Chama pai a S. José,
Que lhe trouxe uns sapatinhos
Da feira de Santo André. [bis]

[instrumental]

O Menino chora, chora
Chora pelos sapatinhos;
Haja quem lhe dê as solas,
Que eu lhe darei os saltinhos. [bis]

[instrumental]

— Dá-me o teu menino!
— Não dou, não dou, não dou!
— Dá-me o teu menino!
— Vai à missa que eu lá vou!
Meu menino não dou, não dou, não dou!
[3x]

[instrumental]


* Agostinho Teodoro – voz
Daniel Canelas – violino
Estêvão – bandolim
Fernando Costa – guitarra acústica
Joaquim Manuel – acordeão e percussão
Manuel Fernandes – percussão e sarronca
João Bacelar – programação/sampling e percussão

Arranjos – Roda Pé
Produção – João Bacelar e Roda Pé
Misturas e masterização – João Bacelar
Gravado no Estúdio da Quinta Dimensão, Azaruja, Évora, de Dezembro de 2003 a Abril de 2004
URL: http://www.roda-pe.com/



Natal Alentejano



Letra e música: Popular (Campo Maior, Alto Alentejo)
Informante: António Pereira Ferreira
Recolha: Michel Giacometti (in LP "Alentejo", série "Antologia da Música Regional Portuguesa", Arquivos Sonoros Portugueses/Michel Giacometti, 1965; 5CD "Portuguese Folk Music": CD 4 – Alentejo, Portugal Som/Strauss, 1998; 6CD "Música Regional Portuguesa": CD 5 – Alentejo, Portugal Som/Numérica, 2008)
Harmonização: Joaquim Vicente Narciso
Intérprete: Coro Misto da Covilhã*, dir.: Luís Cipriano (in CD "Música dos Nossos Avós II", Public-art, 2005)




[vocalizos]

Oh meu Menino Jesus,
Oh meu menino tão belo,
Onde foste a nascer
Ao rigor do caramelo! [bis]

Ó meu Menino Jesus,
Não queiras menino ser;
No rigor do caramelo
A neve te faz gemer! [bis]

— Dá-me o teu menino!
— Não dou, não dou, não dou!
— Dá-me o teu menino!
— Vai à missa que eu lá vou!
— ...teu menino!
— Não dou, não dou, não dou!
[bis]

[vocalizos]

O menino da Senhora
Chama pai a S. José,
Que lhe trouxe uns sapatinhos
Da feira de Santo André. [bis]

O Menino chora, chora
Chora pelos sapatinhos;
Haja quem lhe dê as solas,
Que eu lhe darei os saltinhos. [bis]

— Dá-me o teu menino!
— Não dou, não dou, não dou!
— Dá-me o teu menino!
— Vai à missa que eu lá vou!
— ...teu menino!
— Não dou, não dou, não dou!
[bis]
— ...teu menino!...
— Não dou, não dou, não dou, não dou... não dou!


* Coro Misto da Covilhã:
Sopranos – Joana Cipriano, Andreia Costa, Margarida Barata, Cristina Cruz, Tatiana Cardoso, Rute Mateus, Rita Cipriano
Contraltos – Diana Nunes, Cristina Moreira, Raquel Moreira, Fernanda Mangana, Carina Garcia, Márcia Ferreira, Ana Raquel Marques, Cátia Cruz, Carmo Santos
Tenores – Alexandre Pereira, Pedro Mendes, Diogo Charro, Ricardo Gomes, César Ribeiro
Baixos – Paulo Poço, Carlos Mangana, António Moreira, António Simões, Daniel Almeida
Maestro – Luís Cipriano

Engenheiro de som – Heinz Frieden
URL: https://www.acbi.pt/coro-misto
https://www.youtube.com/@coromistobeirainterior7009/videos
https://music.youtube.com/channel/UCjQeuKRfun3zzB0dhOUKsUw



Ó Meu Menino Jesus



Letra e música: Popular (Campo Maior, Alto Alentejo)
Informante: António Pereira Ferreira
Recolha: Michel Giacometti (in série documental "Povo Que Canta", ep. 11, "Ciclo dos Doze Dias I: Cantos de Natal e Janeiras", RTP-1, 27 Dez. 1971; 12 livro/DVD "Michel Giacometti: Filmografia Completa": vol. 3, RTP Edições/Tradisom/Público, 2010)
Intérprete: Sons do Vagar* / voz solo de Isabel Bilou (in CD "Sons do Vagar", Associ'Arte, 2006)


Oh meu Menino Jesus,
Oh meu menino tão belo,
Quando fostes a nascer
Ao rigor do caramelo! [bis]

Ó meu Menino Jesus,
Não queiras menino ser;
No rigor do caramelo
A neve te faz tremer! [bis]

— Dá-me o Deus-Menino!
— Não dou, não dou, não dou!
— Dá-me o Deus-Menino!
— Vai à missa que eu já vou!
— Dá-me o Deus-Menino!
— Não dou, não dou, não dou!
[bis]

E o Menino chora, chora,
Chora pelos sapatinhos;
Haja quem lhe dê as solas,
Que eu lhe darei os saltinhos. [bis]

O menino da Senhora
Chama pai a S. José,
Que lhe trouxe uns sapatinhos
Da feira de Santo André. [bis]

— Dá-me o Deus-Menino!
— Não dou, não dou, não dou!
— Dá-me o Deus-Menino!
— Vai à missa que eu já vou!
— Dá-me o Deus-Menino!
— Não dou, não dou, não dou!
[3x]

[instrumental]


* [Créditos gerais do disco:]
Sons do Vagar:
Gil Nave, Isabel Bilou e Susana Russo – adufe, almofariz, castanholas, concertina diatónica, ferrinhos, flauta de cana, matraca, pandeireta, pífaro, sarronca, tamboril, viola campaniça e vozes

Direcção musical – Gil Nave
Produção – Associação Cultural do Imaginário
Gravado em Évora, de Agosto a Outubro de 2006
Gravação, mistura e masterização – Wladimiro Garrido
URL: https://doimaginario.pt/musica/#sons
https://raizes-do-som.blogspot.com/2007/02/sons-do-vagar-sons-do-vagar-resultam-de.html



Ó Meu Menino Jesus



Letra e música: Popular (Campo Maior, Alto Alentejo)
Informante: António Pereira Ferreira
Recolha: Michel Giacometti (in LP "Alentejo", série "Antologia da Música Regional Portuguesa", Arquivos Sonoros Portugueses/Michel Giacometti, 1965; 5CD "Portuguese Folk Music": CD 4 – Alentejo, Portugal Som/Strauss, 1998; 6CD "Música Regional Portuguesa": CD 5 – Alentejo, Portugal Som/Numérica, 2008)
Adaptação: José Barros
Intérprete: Navegante* / voz solo de José Barros (in CD "Cantigas Tradicionais Portuguesas de Natal e Janeiras", José Barros/MediaFactory, 2009)




[instrumental]

Oh meu Menino Jesus,
Oh meu menino tão belo,
Onde foste a nascer
Ao rigor do caramelo! [bis]

Ó meu Menino Jesus,
Não queiras menino ser;
No rigor do caramelo
A neve te faz gemer! [bis]

O menino da Senhora
Chama pai a S. José,
Que lhe trouxe uns sapatinhos
Da feira de Santo André. [bis]

O Menino chora, chora,
Chora pelos sapatinhos;
Haja quem lhe dê as solas,
Que eu lhe darei os saltinhos. [bis]

[instrumental]

— Dá-me o teu menino!
— Não dou, não dou, não dou!
— Dá-me o teu menino!
— Vai à missa que eu lá vou!
— Dá-me o teu menino!
— Não dou, não dou, não dou!
— Dá-me o teu menino!
— Vai à missa que eu lá vou!
[5x]


* José Barros – voz, braguesa, bandolim
Carlos SantaClara – violino, coro
Miguel Tapadas – guitarra, coro
Vasco Sousa – baixo, coro
Abel Batista – cajón, coro
Músicos convidados:
José Manuel David – sanfona, coro
António José Martins – sarronca, coro

Arranjos – Navegante
Direcção musical e produção – José Barros
Gravado no grande auditório do Centro Cultural Olga Cadaval, Sintra, nos dias 6, 7 e 8 de Julho de 2008
Gravação e misturas – João Magalhães e José Barros
Masterização – João Magalhães
URL: https://www.facebook.com/jbnavegante/
https://soundcloud.com/josebarros-music
https://www.youtube.com/@jobarnavega/videos
https://music.youtube.com/channel/UCnughxjRYwBsQBZvKGn9U9w



Deus-Menino



Letra e música: Popular (Campo Maior, Alto Alentejo)
Informante: António Pereira Ferreira
Recolha: Michel Giacometti (in série documental "Povo Que Canta", ep. 11, "Ciclo dos Doze Dias I: Cantos de Natal e Janeiras", RTP-1, 27 Dez. 1971; 12 livro/DVD "Michel Giacometti: Filmografia Completa": vol. 3, RTP Edições/Tradisom/Público, 2010)
Intérprete: Macadame* / voz solo de Vânia Couto (in Livro/CD "Firmamento", Macadame, 2016)




[instrumental]

Oh meu Menino Jesus,
Oh meu menino tão belo,
Onde foste a nascer
Ao rigor do caramelo! [bis]

Ó meu Menino Jesus,
Não queiras menino ser;
No rigor do caramelo
A neve te faz gemer! [bis]

— Dá-me o Deus-Menino!
— Não dou, não dou, não dou!
— Dá-me o Deus-Menino!
— Vai à missa que eu lá vou!
— Dá-me o Deus-Menino!
— Não dou, não dou, não dou!
[bis]

O menino da Senhora
Chama pai a S. José,
Que lhe trouxe uns sapatinhos
Da feira de Santo André. [bis]

O menino chora, chora,
Chora pelos sapatinhos;
Haja quem lhe dê as solas,
Que eu lhe darei os saltinhos. [bis]

— Dá-me o Deus-Menino!
— Não dou, não dou, não dou!
— Dá-me o Deus-Menino!
— Vai à missa que eu lá vou!
— Dá-me o Deus-Menino!
— Não dou, não dou, não dou!
[bis]

[instrumental]

— Dá-me o Deus-Menino!
— Não dou, não dou, não dou!
— Dá-me o Deus-Menino!
— Vai à missa que eu lá vou!
— Dá-me o Deus-Menino!
— Não dou, não dou, não dou!

— Dá-me o Deus-Menino!
— Não dou, não dou, não dou!
— Dá-me o Deus-Menino!
— Vai à missa que eu lá vou!
— Dá-me o Deus-Menino!
— Não dou, não dou, não dou!
— Dá-me o Deus-Menino!
— Vai à missa que eu lá vou!...


* [Créditos gerais do disco:]
Macadame:
Vânia Couto – voz e coros
Alexandre Barros – viola braguesa e coros
Paulo Yoshida – baixo e coros
Rui Macedo – guitarra e coros
João Fong – programação, teclados e coros
Músico convidado:
Miguel Ferreira – teclados, guitarra acústica, ukulele e coros

Arranjos – Macadame e Miguel Ferreira
Produção – Miguel Ferreira
Gravação – Mário Pereira e Miguel Ferreira
Mistura e masterização – Mário Pereira
URL: https://macadame.pt/
https://www.facebook.com/osmacadame/
https://soundcloud.com/macadamebanda
https://www.youtube.com/@macadamebanda5164/videos
https://music.youtube.com/channel/UCt0J7-tlQbT8I8q-Qj_CviQ



Menino Jesus



Música: Popular (Campo Maior, Alto Alentejo)
Informante: António Pereira Ferreira
Recolhas: Michel Giacometti (in LP "Alentejo", série "Antologia da Música Regional Portuguesa", Arquivos Sonoros Portugueses/Michel Giacometti, 1965; 5CD "Portuguese Folk Music": CD 4 – Alentejo, Portugal Som/Strauss, 1998; 6CD "Música Regional Portuguesa": CD 5 – Alentejo, Portugal Som/Numérica, 2008 / série documental "Povo Que Canta", ep. 11, "Ciclo dos Doze Dias I: Cantos de Natal e Janeiras", RTP-1, 27 Dez. 1971; 12 livro/DVD "Michel Giacometti: Filmografia Completa": vol. 3, RTP Edições/Tradisom/Público, 2010)
Arranjo: Amadeu Magalhães
Intérprete: Grupo de Cordas da Secção de Fado da AAC* (in álbum digital "Entre Cordas: Ao Vivo no Conservatório de Música de Coimbra", Secção de Fado da Associação Académica de Coimbra, 2018)




(instrumental)


* Grupo de Cordas da Secção de Fado da AAC:
Bruno Oliveira – cavaquinho
Miguel Leitão – baixo acústico
Luís Henriques, Filipa Curto, João Freitas – guitarras clássicas
Jéssica Tavares – guitarra folk
Margarida Beatriz – cajón
David Arnaldo, Rafael Loureiro, Tiago Gonçalves, Catarina Coelho – bandolins

Gravado ao vivo no auditório do Conservatório de Música de Coimbra, no dia 17 de Novembro de 2018
Técnico de gravação – Gonçalo Rui Santos
URL: https://www.facebook.com/grupodecordas
https://music.youtube.com/channel/UCQc-yrpneYj6rRTCZVT4RIg



Dá-me o Deus-Menino



Letra e música: Popular (Campo Maior, Alto Alentejo)
Informante: António Pereira Ferreira
Recolha: Michel Giacometti (in série documental "Povo Que Canta", ep. 11, "Ciclo dos Doze Dias I: Cantos de Natal e Janeiras", RTP-1, 27 Dez. 1971; 12 livro/DVD "Michel Giacometti: Filmografia Completa": vol. 3, RTP Edições/Tradisom/Público, 2010)
Intérprete: Origem Tradicional* / voz solo de Casimiro Pereira (in CD "Natal Tradicional", Origem Tradicional/Brandit Music, 2020)




[instrumental]

Oh meu Menino Jesus,
Oh meu menino tão belo,
Logo vieste a nascer
Ao rigor do caramelo! [bis]

Ó meu Menino Jesus,
Não queiras menino ser;
Ao rigor do caramelo
A neve te faz gemer! [bis]

O menino da Senhora
Chama pai a S. José,
Que lhe trouxe uns sapatinhos
Da feira de Santo André. [bis]

O menino chora, chora,
Chora pelos sapatinhos;
Haja quem lhe dê as solas,
Que eu lhe darei os saltinhos. [bis]

— Dá-me o Deus-Menino!
— Não dou, não dou, não dou!
— Dá-me o Deus-Menino!
— Vai à missa que eu lá vou!
— Dá-me o Deus-Menino!
— Não dou, não dou, não dou!
[bis]

[instrumental]

— Dá-me o Deus-Menino!
— Não dou, não dou, não dou!
— Dá-me o Deus-Menino!
— Vai à missa que eu lá vou!
— Dá-me o Deus-Menino!
— Não dou, não dou, não dou!
[bis]

[instrumental]

— Dá-me o Deus-Menino!
— Não dou, não dou, não dou!...


* [Créditos gerais do disco:]
Origem Tradicional:
Ana Pereira – flauta, tin-whistle e coros
António Melo – percussões (adufe, caixa, udo, bohdram, shakers, djambé) e percussão fina
Casimiro Pereira – coros, e voz solo
Carlos Cruz – coros
Daniel Pereira – cavaquinho, braguesa, guitarra, tin whisle, ocarina, gaita-de-foles, bouzouki, baixo, percussão, coros, e voz solo
Eduardo Castro – contrabaixo
Emanuel Roriz – bandolim e coros
Lucas Gonçalves – violino
Pedro Guimarães – bandolim e coros
Raquel Ferreira – coros, e voz solo
Renaldo Marques – bouzouki e coros
Convidados:
Catarina Silva – coros, e voz solo
Filipa Torres – coros, e voz solo
João Cunha – violoncelo

Direção artística, composições e arranjos – Daniel Pereira
Captação e pré-mistura – Daniel Pereira
Mistura e masterização – Hélder Costa
URL: https://grupoorigem.blogspot.com/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Origem_Tradicional
https://www.facebook.com/Origemtradicional/
https://www.youtube.com/@Origemtradicional/videos
https://music.youtube.com/channel/UCpTEq23u8KKN0H3CjeBUz6Q



Ó Meu Menino Jesus



Letra e música: Popular (Campo Maior, Alto Alentejo)
Informante: António Pereira Ferreira
Recolha: Michel Giacometti (in série documental "Povo Que Canta", ep. 11, "Ciclo dos Doze Dias I: Cantos de Natal e Janeiras", RTP-1, 27 Dez. 1971; 12 livro/DVD "Michel Giacometti: Filmografia Completa": vol. 3, RTP Edições/Tradisom/Público, 2010)
Intérprete: Há Voz e Guitarra* / voz de Joana Silva (in EP digital "Há Voz e Guitarra: Natal 2021", Ricardo Martins, 2022)




[instrumental]

Oh meu Menino Jesus,
Oh meu menino tão belo,
Onde foste a nascer
Ao rigor do caramelo! [bis]

Ó meu Menino Jesus,
Não queiras menino ser;
No rigor do caramelo
A neve te faz gemer. [bis]

— Dá-me o Deus-Menino!
— Não dou, não dou, não dou!
— Dá-me o Deus-Menino!
— Vai à missa que eu já vou!
— Dá-me o Deus-Menino!
— Não dou, não dou, não dou!
— Dá-me o Deus-Menino!
— Vai à missa que eu já vou!
[bis]

O menino da Senhora
Chama pai a S. José,
Que lhe trouxe uns sapatinhos
Da feira de Santo André. [bis]

O Menino chora, chora,
Chora pelos sapatinhos;
Haja quem lhe dê as solas,
Que eu lhe darei os saltinhos. [bis]

— Dá-me o Deus-Menino!
— Não dou, não dou, não dou!
— Dá-me o Deus-Menino!
— Vai à missa que eu já vou!
— Dá-me o Deus-Menino!
— Não dou, não dou, não dou!
— Dá-me o Deus-Menino!
— Vai à missa que eu já vou!
[bis]


* Há Voz e Guitarra:
Joana Silva – voz
Ricardo Martins – guitarras

Arranjos e produção – Ricardo Martins
Gravado no "Estúdio Nazaré", em Dezembro de 2021
URL: https://www.facebook.com/havozeguitarra2021/
https://soundcloud.com/havozeguitarra
https://havozeguitarra.bandcamp.com/
https://www.youtube.com/@havozeguitarra
https://music.youtube.com/playlist?list=OLAK5uy_myoDfvUe2LqCeH_hKID22xo79qIo84moY



Dá-me o Deus-Menino



Letra: Popular (Campo Maior, Alto Alentejo) e António Nobre (quadra incipit "Nossa Senhora faz meia", 14.ª estrofe do poema "Para as Raparigas de Coimbra", in "Só", Paris: Léon Vanier Editeur, 1892 – p. 72)
Música: Popular (Campo Maior, Alto Alentejo)
Informante: António Pereira Ferreira (excepto a quadra de António Nobre)
Recolha: Michel Giacometti (in série documental "Povo Que Canta", ep. 11, "Ciclo dos Doze Dias I: Cantos de Natal e Janeiras", RTP-1, 27 Dez. 1971; 12 livro/DVD "Michel Giacometti: Filmografia Completa": vol. 3, RTP Edições/Tradisom/Público, 2010)
Intérprete: Adiafa* (in CD "Adiafa no Natal dos Reis", Epopeia Records, 2023)




Oh meu Menino Jesus,
Oh meu menino tão belo,
Onde foste a nascer
Ao rigor do caramelo! [bis]

Ó meu Menino Jesus,
Não queiras menino ser;
Ao rigor do caramelo
A neve te faz tremer. [bis]

— Dá-me o Deus-Menino!
— Não dou, não dou, não dou!
— Dá-me o Deus-Menino!
— Vai à missa que eu já vou!
— Dá-me o Deus-Menino!
— Vai à missa que eu já vou!
[bis]

O menino da Senhora
Chama pai a S. José,
Que lhe trouxe uns sapatinhos
Da feira de Santo André. [bis]

O Menino chora, chora,
Chora pelos sapatinhos;
Haja quem lhe dê as solas,
Eu lhe darei os saltinhos. [bis]

— Dá-me o Deus-Menino!
— Não dou, não dou, não dou!
— Dá-me o Deus-Menino!
— Vai à missa que eu já vou!
— Dá-me o Deus-Menino!
— Vai à missa que eu já vou!
[bis]

Nossa Senhora faz meia
Com linha feita de luz:
O novelo é a lua-cheia,
As meias são p'ra Jesus.

— Dá-me o Deus-Menino!
— Não dou, não dou, não dou!
— Dá-me o Deus-Menino!
— Vai à missa que eu já vou!
— Dá-me o Deus-Menino!
— Vai à missa que eu já vou!
[bis]

— Dá-me o Deus-Menino!
— Vai à missa que eu já vou!
[3x]


* Adiafa:
José Emídio – voz
Bernardo Emídio – voz
Ruben Lameira – voz
Convidado:
João Frade – acordeão
URL: https://adiafa5.webnode.pt
https://www.facebook.com/adiafaoficial/
https://www.youtube.com/@adiafaoficial1998/videos
https://music.youtube.com/channel/UCRnf8jQR9K8O0Gj0gY8dY0Q



Sobrecapa do livro "Instrumentos Musicais Populares Portugueses", de Ernesto Veiga de Oliveira (Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1966)
Gaiteiros, desenho da primeira página do "Auto da Segunda Barca" ("Purgatório"), in "Obras de Devaçam", Livro Primeiro da "Copilaçam de todalas obras de Gil Vicente" (2.ª edição, Lisboa: Andres Lobato, 1586) [>> Biblioteca Nacional Digital]



Capa do LP "Alentejo", recolhas feitas por Michel Giacometti e Fernando Lopes-Graça, série "Antologia da Música Regional Portuguesa" (Arquivos Sonoros Portugueses/Michel Giacometti, 1965)



Capa do CD "Alentejo", vol. 4 da série "Portuguese Folk Music" (Portugal Som/Strauss, 1998)
Reedição do conteúdo do LP anterior.



Capa da caixa com 6 CD "Música Regional Portuguesa", recolhas feitas por Michel Giacometti e Fernando Lopes-Graça (Portugal Som/Numérica, 2008)



Capa do vol. 3 (livro + DVD) da "Filmografia Completa", de Michel Giacometti, coordenação de Paulo Lima (RTP Edições/Tradisom/Público, 2010)
Nas fotografias: Manuel Jaleca (tocador de guitarra portuguesa) e Bonecos de Santo Aleixo (na aldeia homónima do concelho de Monforte)
Inclui os episódios 9 a 12 da série documental "Povo Que Canta", de Michel Giacometti e Alfredo Tropa, emitida pela RTP-1, quinzenalmente (com interregnos), de 9 de Agosto de 1971 a 2 de Outubro de 1972 (1.ª temporada) e de 18 de Outubro de 1973 a 2 de Maio de 1974 (2.ª temporada)



Capa do LP "Quem Sai aos Seus", da Brigada Victor Jara (Vadeca/J.C. Donas, 1981)
Gravura – Maria Keil (Estúdio Fotográfico Diorama, trabalho de Arlindo Almeida Santos)
Arranjo gráfico – Victor Lages



Capa do CD "Ventos do Sul", do grupo Canto Chão (CD Top, 1996)
Aguarela – António Caturra
Design gráfico – Roger Alex



Capa do CD "Cantigas de Terreiro", do grupo Alma Popular (Açor/Emiliano Toste, 1999)
Fotografia e concepção gráfica – Carlos Armando (Irislab)



Capa do CD "Minha Terra Banzambira", de Nuno Cristo (2004)
Design – Nuno Cristo



Capa da edição com 6 DVD "Povo Que Canta" (Zon Lusomundo, 2010)
Inclui os 13 episódios da série documental "Povo Que Canta" (revisitado), de Manuel Rocha e Ivan Dias, emitida pela RTP-1, semanalmente, de 8 de Maio a 7 de Agosto de 2005



Capa do CD "Escarpados Caminhos", do grupo Roda Pé (Public-art, 2004)
Concepção gráfica – Fernando Costa e Ricardo Costa



Capa do CD "Música dos Nossos Avós II", do Coro Misto da Covilhã (2005)



Capa do CD "Sons do Vagar", do grupo Sons do Vagar (Associ'Arte, 2006)
Fotografia – Paulo Nuno Silva
Design gráfico – Milideias, Comunicação Visual, Lda.



Capa do CD "Cantigas Tradicionais Portuguesas de Natal e Janeiras", do grupo Navegante (José Barros/MediaFactory, 2009)
Grafismo – Ivone Ralha



Capa do livro com CD "Firmamento", do grupo Macadame (2016)
Ilustração – Ana Biscaia
Grafismo – Paul Hardman



Capa do álbum digital "Entre Cordas: Ao Vivo no Conservatório de Música de Coimbra", do Grupo de Cordas da Secção de Fado da AAC (Secção de Fado da Associação Académica de Coimbra, 2018)



Capa do CD "Natal Tradicional", do grupo Origem Tradicional (Origem Tradicional/Brandit Music, 2020)
Design gráfico – Jorge Portugal Design



Capa do EP digital "Há Voz e Guitarra: Natal 2021", do duo Há Voz e Guitarra (Ricardo Martins & Joana Silva) (Ricardo Martins, 2022)



Capa do CD "Adiafa no Natal dos Reis", do grupo Adiafa (Epopeia Records, 2023)

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Outros artigos com repertório natalício:
Miguel Torga: "Natal"
Música portuguesa de Natal
Celina da Piedade: "Este Natal"
António Gedeão: "Dia de Natal", por Afonso Dias
Vozes do Imaginário: "Não Há Noite Mais Alegre"
Miguel Torga: "Natividade"
Um Natal à viola da terra, por Rafael Carvalho
Cantos de Natal da Galiza e de Portugal
Canções portuguesas de Natal harmonizadas/musicadas por Fernando Lopes-Graça
Um Natal madeirense com o grupo Xarabanda

[reeditado em 28 Dez. 2023]

04 dezembro 2023

Afonso Dias: "Dieta Algarvia"


Roda dos Alimentos, baseada na dieta mediterrânica.
[Para ver a imagem em ecrã inteiro, noutra janela, é favor clicar aqui].


A Dieta Mediterrânica teve a sua origem nos países banhados pelo Mar Mediterrâneo ou que por ele são influenciados.
Este padrão alimentar começou a ser descrito nos anos 50 e 60 do século XX, sobretudo à luz do que se praticava em Creta, noutras regiões da Grécia e no sul de Itália.
A palavra "dieta" deriva do termo grego "diaita" que significa estilo de vida equilibrado. A Dieta Mediterrânica é precisamente isso: um estilo de vida marcado pela diversidade e conjugado com as características seguintes:
  • consumo elevado de alimentos de origem vegetal (cereais pouco refinados, produtos hortícolas, fruta, leguminosas secas e frescas, e frutos secos e oleoginosos);
  • consumo de produtos frescos, pouco ou nada processados e locais, respeitando a sua sazonalidade;
  • utilização do azeite como principal gordura para cozinhar ou temperar alimentos;
  • consumo baixo a moderado de lacticínios;
  • consumo frequente de pescado e baixo e pouco frequente de carnes vermelhas;
  • consumo de água como a bebida de eleição e baixo e moderado consumo de vinho a acompanhar as refeições principais;
  • realização de confecções culinárias simples e com os ingredientes nas proporções certas;
  • fazer as refeições em família ou entre amigos, promovendo a convivência entre as pessoas à mesa;
  • prática de actividade física diária.
(in "Dieta Mediterrânica: um padrão de alimentação saudável", Associação Portuguesa dos Nutricionistas, Maio de 2014)


Desde que fisiologista norte-americano Ancel Keys notou que na orla do Mar Mediterrâneo o índice de enfartes do miocárdio era consideravelmente inferior ao de outras regiões do mundo, onde em vez do azeite se consumia gordura animal, e que a insuspeita revista "Time", na sua edição de 13 de Janeiro de 1961, deu a conhecer ao grande público, mais estudos científicos e evidências empíricas comprovaram os grandes benefícios da dieta mediterrânica para a saúde humana e – coisa nada despicienda – para a sustentabilidade do planeta (imagine-se, por exemplo, o quanto a Terra ganharia com a redução generalizada, à escala mundial, do consumo de carne, sobretudo vermelha, conhecidos que são os efeitos altamente nefastos, para o meio ambiente, da produção pecuária intensiva, especialmente de gado ruminante). Cientes da importância e da necessidade de se promover a tradicional e salutar gastronomia mediterrânica, com um distintivo mundialmente reconhecido, sete países com culturas mediterrânicas milenares – Portugal (Tavira), Espanha (Soria), Itália (Cilento), Croácia (Hvar e Brac), Grécia (Koroni), Chipre (Agros) e Marrocos (Chefchaouen) – acordaram em apresentar uma candidatura conjunta à UNESCO. E a declaração oficial da dieta mediterrânica como Património Cultural Imaterial da Humanidade aconteceu a 4 de Dezembro de 2013, em Baku, capital do Azerbaijão, onde se reuniu o Comité Intergovernamental daquela agência da ONU.
Dez anos exactos passaram e para assinalar a efeméride, sob a forma de canção, a escolha mais óbvia e apropriada é precisamente a "Dieta Algarvia", 'confeccionada' e apresentada pelo cantautor Afonso Dias, no seu álbum "Olhar de Pássaro", editado em 2000, e reexposta, quinze anos mais tarde, no álbum "O Mar ao Fundo". Depois de se degustar este saboroso naco poético-musical mais desejosos ficamos de nos saciarmos com as deliciosas e nutritivas iguarias mediterrânicas e de fugir a sete pés do lixo alimentar que por aí se apregoa. Bom apetite e melhor proveito!

Artista multifacetado nas áreas da música, da poesia e do teatro, Afonso Dias iniciou-se profissionalmente, na arte da musa Euterpe, antes de 1974, a trabalhar com José Afonso, Fausto, Francisco Fanhais, Manuel Freire, Pedro Barroso e outros do chamado canto de intervenção. Na mesma senda, Afonso Dias foi um dos fundadores do Grupo de Acção Cultural (GAC), no seio do qual participou, como autor e intérprete, nos LPs "A Cantiga É uma Arma" (1975), "...E Vira Bom" (1977) e "Ronda de Alegria!!" (1978), além de vários discos de pequeno formato (singles e EPs). "O Que Vale a Pena" (Diapasão/Sassetti, 1979) foi o primeiro dos seus álbuns de canções em nome próprio, que até à data se cifram em onze (o número de discos de poesia recitada é ainda superior). Um deles, justamente o "Olhar de Pássaro" (2000), onde saiu a canção "Dieta Algarvia", hoje em destaque, contou-se entre os nomeados para o então bastante prestigiado Prémio José Afonso, instituído pela Câmara Municipal da Amadora. E os trabalhos discográficos que publicou posteriormente dão também bom testemunho do talento do cantautor e, nessa medida, digno de estar representado na 'playlist' da Antena 1. Não é isso, porém, que acontece. E porquê? Quem decide o que entra e o que não entra nessa lista de difusão musical tem real noção da tremenda injustiça que está a fazer ao meritório artista e do que esse injustificado e leviano acto significa de sonegação cultural aos ouvintes da rádio pública?



Dieta Algarvia



Letra e música: Afonso Dias
Intérprete: Afonso Dias* (in CD "Olhar de Pássaro", Concertante, 2000; CD "O Mar ao Fundo", Bons Ofícios - Associação Cultural, 2015)




(Esta é sobre a boa comidinha algarvia!)

[instrumental]

Ele é grão e mais feijão p'ra os intestinos,
porque a tripa tem preciso desta fibra;
peixe assado com tomates e pepinos,
salpicados com orégãos, equilibra
pouca carne, pouca banha e pouco sal;
da gordura só queremos do azeite,
um alhinho bem picado não faz mal
num charrinho alimado a preceite.

Entre o verde e a proteína,
a gula é que se consola;
se engorda, não contamina,
dá gosto e não "colesterola".

[instrumental]

E por falar nos cheirinhos principais,
falta picar os coentros na sertã
da amêijoa e da conquilha, e, nos finais,
não esquecer, dos guisados, a hortelã;
mas no peixe é que a fartura é por demais:
lulas, chocos com ferrado dão rijeza,
cavala, sargo, sardinha e outros tais,
e o rascasso que mantém a "vela acesa".

Entre o verde e a proteína,
a gula é que se consola;
se engorda, não contamina,
dá gosto e não "colesterola".

[instrumental]

A laranja, que é rainha, desenjoa,
o albricoque de damasco delicia;
vira um medronho, do bom, para a desmoa,
mas se os doces forem muitos, desconfia!
E com tantos comeres tão "bestiais",
ainda há gostos p'rá papinha mastigada
dessas coisas, "fast-foods", "hamburgais"
e que para mim não sabem mesmo a nada!

Entre o verde e a proteína,
a gula é que se consola;
se engorda, não contamina,
dá gosto e não "colesterola".

(Mas não esquecer quem não tem!...)

[instrumental]

Tantas modas, modernices nas dietas,
estrangeirices que vemos todos os dias...
Vê se fazes como eu: não vás em tretas,
que as dietas, para mim, são algarvias!
Sejam secos ou molhados, com azeite,
peixe ou carne com salada, o que vier...
Que alguém de prato vazio não se aceite,
porque triste, mesmo, é não ter que comer.

Entre o verde e a proteína,
a gula é que se consola;
se engorda, não contamina,
dá gosto e não "colesterola".

[instrumental]


* [Créditos gerais do disco:]
Afonso Dias – voz, e guitarra (em "Dieta Algarvia")
Pedro Louzeiro – guitarra, percussões e xilofone
Paulo Ribeiro – teclados, acordeão
Pedro Glória – bateria e percussões
Pedro Guerreiro – baixo eléctrico e acústico, contrabaixo
Zé Alegre – guitarras clássica e de 12 cordas, bandolim, harmónica, baixo acústico e caixa de rufos
Fernando Guerreiro – bandolim (em "Dieta Algarvia")
Francisco Brazão – flauta

Arranjos e direcção musical – Zé Alegre, Banda Zawaia e Afonso Dias
Produção – Afonso Dias e Luís de Abreu
Gravado e misturado no Estúdio InforArte, Chinicato, Lagos
Técnicos de som – Fernando Guerreiro e Joaquim Guerreiro
URL: https://www.algarvios.pt/members/afonso-dias/info/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Afonso_Dias
https://www.tsf.pt/programa/onde-nos-levam-os-caminhos/afonso-dias-fundador-do-gac-poeta-deputado-honorario-nao-vos-esquecais-da-constituicao-16109037.html
https://www.facebook.com/afonso.dias.31
https://www.youtube.com/@afonsodias4584/videos
https://music.youtube.com/channel/UCChoajupsYfGsG5uIGj8XMA



Capa do CD "Olhar de Pássaro", de Afonso Dias (Concertante, 2000)



Capa do CD "O Mar ao Fundo", de Afonso Dias (Bons Ofícios - Associação Cultural, 2015)
Design – Daniel Domingues Dias
Fotografia – Telma Veríssimo

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Outro artigo relacionado com a dieta mediterrânica:
A vitória do azeite

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Outros artigos com repertório de Afonso Dias:
Galeria da Música Portuguesa: José Afonso
Amália: dez anos de saudade
A infância e a música portuguesa
Ser Poeta
Celebrando Natália Correia
Em memória de António Ramos Rosa (1924-2013)
Celebrando Sophia de Mello Breyner Andresen
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Camões recitado e cantado (VI)
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