23 fevereiro 2024

Janita Salomé: "Zeca"



Foi na sombria e funesta madrugada de 23 de Fevereiro de 1987 que José Afonso partiu deste mundo, sucumbindo a uma doença terrível e fatídica (esclerose lateral amiotrófica). Completaram-se hoje 37 anos e em evocação do maior vulto da Música Popular Portuguesa destacamos a canção "Zeca", com letra de Hélia Correia e música de Janita Salomé, interpretada pelo autor da belíssima melodia. Trata-se de uma versão ao vivo gravada nos espectáculos «José Afonso – "A Utopia e a Música"», realizados no Centro Cultural de Belém, nos dias 22 e 23 de Fevereiro de 1998, mas só publicada em 2004, o que aconteceu – refira-se a título de curiosidade –, um decénio após a edição da gravação original, na voz de Filipa Pais, já objecto de destaque neste blogue, em 2009 [cf. Filipa Pais: "Zeca"]. A revisitação da canção, ainda que noutra interpretação, justifica-se plenamente por seis boas razões: primeira, pelas palavras lapidares que a poetisa Hélia Correia escolheu para retratar o autor d' "Os Vampiros"; segunda, pela inspirada música que se adequa na perfeição ao poema; terceira, pelo primoroso arranjo concebido por João Paulo Esteves da Silva e executado pelo próprio (ao piano) e por outros talentosos instrumentistas; quarta, pela irrepreensível e tocante interpretação de Janita Salomé; quinta, porque as comemorações do 50.º aniversário do 25 de Abril de 1974 não podem (não devem) dispensar a homenagem que é devida aos cantores que desbravaram os caminhos que conduziram à Revolução dos Cravos (e José Afonso foi – é oportuno relembrar – o mais proeminente de todos esses destemidos arautos da Liberdade); e sexta, por se tratar de um espécime pouquíssimo divulgado. Nas 'playlists' das rádios de cobertura nacional, inclusive na da Antena 1, é impossível de apanhá-lo, similarmente, aliás, à generalidade do repertório de Janita. Se o boicote à obra discográfica do categorizado artista, que ocupa, por mérito próprio, um lugar de relevo na História da Música Popular Portuguesa, é grave nas estações privadas, ainda mais o é na estatal, atendendo às particulares obrigações que tem no domínio da divulgação da melhor música que se fez em Portugal. Urge, pois, que sejam tomadas as medidas necessárias para tornar a rádio pública mais justa para com Janita Salomé e, bem assim, para com muitos outros intérpretes (em nome próprio ou integrados em colectivos) que deram um significativo contributo para o enriquecimento do património musical/fonográfico português!



Zeca




Letra: Hélia Correia
Música: Janita Salomé
Intérprete: Janita Salomé* [in CD "Utopia: Vitorino e Janita Salomé cantam José Afonso (ao vivo)", Virgin/EMI-VC, 2004]




[instrumental]

Quero falar-te e o coração, de comovido,
perde as palavras que juntara para ti.
Cantar-te sei e apenas isso faz sentido.
Menino d'oiro,
vem sentar-te aqui!
Menino d'oiro,
vem sentar-te aqui!

Por todo o ano é tempo de cantar janeiras.
Mulher da erva, inda agora a vi passar.
Por mar profundo, terra e todas as fronteiras
venham mais cinco
mil p'ra te saudar.
Venham mais cinco
mil p'ra te saudar.

Pode o Sol morrer de velho,
pode o gelo arder também,
mas a voz que de ti nasce
já não morre com ninguém.

[instrumental]

No céu cinzento, o astro mudo inda revela
um bater de asas, o disfarce do seu pé.
Bebem do sangue, comem tudo... olhai, cautela!
O que faz falta
já se sabe o que é.
O que faz falta
já se sabe o que é.

Junta-te a nós, ó bairro negro! vem, falua,
p'la noite fora até que se erga o sol de Verão!
Solta as amarras, sopra, ó vento! continua,
que este homem não
se foi embora, não!
Que este homem não
se foi embora, não!

Pode o Sol morrer de velho,
pode o gelo arder também,
mas a voz que de ti nasce
já não morre com ninguém.


* Janita Salomé – voz e percussão
João Paulo Esteves da Silva – piano
Ricardo Rocha – guitarra portuguesa
Jorge Reis – saxofone soprano
Rui Alves – percussão

Arranjos e direcção musical – João Paulo Esteves da Silva
Produção – Paulo Pulido Valente e Vitorino
Gravado nos espectáculos «José Afonso – "A Utopia e a Música"», realizados no Centro Cultural de Belém, Lisboa, nos dias 22 e 23 de Fevereiro de 1998
Gravação – Amândio Bastos, no estúdio móvel Nuvem Eléctrica
Misturas e masterização – Estúdio Praça das Flores, Lisboa, por Jorge Cervantes, em Fevereiro e Março de 2004.
URL: https://www.facebook.com/janitasalome
https://music.youtube.com/channel/UC1E-8f0Ab_zxiFZQloSHSGg
https://www.youtube.com/@DoTempoDosSonhos/videos?query=janita+salome



Capa do CD "Utopia: Vitorino e Janita Salomé cantam José Afonso (ao vivo)" (Virgin/EMI-VC, 2004)

___________________________________________

Outros artigos com poemas/canções de homenagem ou dedicados a José Afonso:
Galeria da Música Portuguesa: José Afonso
Filipa Pais: "Zeca"
José Mário Branco: "Zeca (Carta a José Afonso)"
Dulce Pontes: "O Primeiro Canto" (dedicado a José Afonso)
José Medeiros: "O Cantador"
Janita Salomé: "Quando a Luz Fechou os Olhos"
Amélia Muge: "Os Novos Anjos" (ao Zeca Afonso)
Manuel Freire: "O Zeca"
Vitorino: "Postal para D. João III"

___________________________________________

Outros artigos com repertório de Janita Salomé:
Galeria da Música Portuguesa: Janita Salomé
Celebrando Natália Correia
Celebrando Luís Pignatelli
Celebrando Sophia de Mello Breyner Andresen
Al-Mu'tamid: "Evocação de Silves"
Em memória de Herberto Helder (1930-2015)
Janita Salomé: "Reino de Verão"
Janita Salomé: "Quando a Luz Fechou os Olhos"

13 fevereiro 2024

"Onde nos Levam os Caminhos" com Fernando Alves




Amada Rádio

Já corremos de mãos dadas
a mais secreta noite do mundo
já subimos ao alto da montanha
sabemos todos os nomes do medo e da alegria
em ti me transcendo
podia morrer nos teus olhos,
se nestes dias de cigarras doidas
perderes de vista o meu coração vagabundo
dá-me um sinal
abraçar-nos-emos de novo
antes dos rigorosos frios
de novo o grande sobressalto
o formidável estremecimento dos instantes felizes
podia morrer nos teus olhos amada rádio.

Fernando Alves (1988)



O Portugal de Fernando Alves

Por: Eduardo Dâmaso (jornalista)



É no Verão que mais consigo ouvir um jornalista que há muito sigo e aprecio. É no Verão que a rádio repete as jóias que o Fernando Alves vai lapidando ao longo do ano, que nem sempre se cruzam no meu caminho, demasiado apressado, entre estios. É no Verão que consigo parar um bocadinho para ouvir a respiração do Portugal que ele, sempre delicadamente, nos traz, na TSF. Esse País que não está na velocidade das auto-estradas ou nos relatórios macro-económicos. Que não encontro no atavio das leis e, tampouco, nas preocupações políticas, demasiado centradas na batalha do és-por-mim-ou-és-contra-mim. Que não fervilha em projectos milionários, demasiado imperceptíveis na óptica do interesse público, folgazões na despesa e fugidios no escrutínio. Também não encontro esse País no jornalismo de cada dia. Pelo menos, com a regularidade que seria desejável. Mea culpa. Não ignoro a minha quota de responsabilidade. Mas, ainda assim, é o jornalismo que vai limpando as armas e disparando uns tiros nessa luta da memória contra o esquecimento e a indiferença. E Fernando Alves é um dos grandes expoentes dessa teimosia profissional, quase heróica, que insiste em peneirar qualquer rasto de humanidade nos confins da Guarda e de Bragança, nas estradas remendadas do Alentejo e do barrocal algarvio. Que não larga o interior à invernia da desertificação. Que não desiste das pessoas e das suas vidas, que nos fala do trabalho, tantas vezes do trabalho brutalmente penoso, das infâncias talhadas na lavoura e noutros labores do campo. Na disciplina e no ar rarefeito dos seminários, pontos cardeais nesse velho mundo das Beiras de Vergílio Ferreira e de outros escritores, único caminho para o famoso elevador social, de saída da pobreza e da miséria para gerações e gerações de portugueses.
Fernando Alves é um pescador de estórias e de poesia, é um perscrutador da nossa História. Que maravilha a sua caminhada radiofónica, um esplendor de sons e palavras, de encontros e descobertas, pela Viagem a Portugal, de José Saramago, nos 100 anos do escritor. Que maravilha esta série, mais recente, a que chama Onde nos Levam os Caminhos. Que maravilha diária os seus Sinais, exercício maior do cronista pelos caminhos da ironia, das metáforas esculpidas no rigor da palavra, das perífrases, elipses ou apóstrofes, num manejo encantatório dos recursos da língua de Camões, Pessoa, Junqueiro, Eça ou Camilo.
Pois, foi no Verão passado que me senti como se estivesse a levar o mais belo dos livros para a sombra de um chaparro, lá no meu Alentejo, e ali ficasse mergulhado nas curvas do viajante, até a sesta me apanhar. Metido nalguma fila de trânsito, parado num parque de estacionamento abrigado da canícula, a fazer tempo para um almoço qualquer, levando a voz da rádio no telemóvel, deleitado em casa, foi no Verão do ano passado que tive mais prazer a ouvir o Fernando Alves do que a ler a Viagem do Saramago, um e outro artífices da palavra, uma das maiores invenções da humanidade.
Pela mão do Fernando Alves revisito o meu próprio caminho, as origens que se confundem com a terra que arde em Odemira reencontradas no que vou ouvindo nas reportagens do jornalista e andarilho. Reencontro a velha generosidade rural de quem amanha a terra, mas também serve nos bombeiros, no clube desportivo, na misericórdia ou no transporte dos mais velhos e acamados. Gente desse País que raramente é levado, nas suas vidas e estórias, ao parlamento. Que vive amarrada à servidão das taxas de juro, da falta de emprego e de casa para os filhos. Ou que conta os tostões da magra pensão para comprar os remédios e trocar os óculos. Que paga, obediente, nesse mundo de taxas e taxinhas que engorda um Estado ainda longe de um patamar de eficiência decente. [...]
Pela mão, pela voz e engenho do Fernando Alves revisito os tempos de uma adolescência pessoal e colectiva que o 25 de Abril abriu, de Odemira a Setúbal, de Coimbra ao Porto, de Portugal à descoberta do mundo. A adolescência de um País que invadiu as ruas, os campos e as praias, hoje, aqui e ali, já interditas ao passo livre, como acontece em alguns pontos do litoral vicentino, tomado pelas promessas de um turismo de luxo, servido por preços estratosféricos. Descubro, enfim, como aquela moradora do Bairro da Liberdade, no dia em que o Papa [Francisco] ali foi, que para levar o 25 de Abril ao imenso bairro que é Portugal, a caminhada ainda é longa. Com Fernando Alves, porém, fica sempre a esperança do caminho e nunca o pessimismo da sua intransponibilidade.

(in revista "Sábado", 10 Ago. 2023 – p. 52)


Fernando Alves (n. Lisboa, 1954), depois de colaborar no jornal do liceu de Benguela, deixou-se impressionar pelo sonoplasta Acácio Vieira que fazia emissões em directo com base em dois gira-discos. A 1 de Julho de 1970, ainda não tinha 16 anos de idade, entrou no Rádio Clube de Benguela como locutor, a substituir uma colega que saíra da cidade. Ele tinha voz grave, boa articulação e não dava erros de português. Rapidamente teve um programa próprio, mas revelou-se problemático ao ler textos políticos incómodos e ao passar canções de José Afonso e de Adriano Correia de Oliveira. Em 1973, mudou-se para Sá da Bandeira [actual Lubango] e trocou a rádio por um lugar no centro de emprego local. Mas não demorou a encontrar-se com Emídio Rangel e a aceitar o convite deste para trabalhar no seu programa de três horas na Rádio Comercial de Angola. Rangel tinha um estúdio de rádio, escrevia os conteúdos do programa, angariava a publicidade e empregava sete profissionais. Fernando Alves manteve-se na cidade de Sá da Bandeira após Abril de 1974, ligado ao grupo que tomaria conta da Rádio Comercial de Angola, mas acabou afastado. Ingressou, seguidamente, na Emissora Nacional de Angola, onde permaneceu alguns meses, antes de retornar a Lisboa e ser admitido na RDP, onde fez de tudo, excepto relatos de futebol. Abraçando um novo desafio lançado por Emídio Rangel, Fernando Alves foi um dos jornalistas fundadores (ao lado, entre outros, de Adelino Gomes, António Jorge Branco, David Borges e Joaquim Furtado) da TSF-Cooperativa de Profissionais de Rádio, que se estreou no éter nacional a 17 de Junho de 1984 e que, apesar de ser uma estação 'pirata' (ou talvez por isso mesmo), revolucionou o jornalismo radiofónico português tornando démodé a forma acomodada e cerimoniosa como então a informação era tratada e fornecida ao público. A 29 de Fevereiro de 1988, a TSF-Rádio Jornal passou, finalmente, a emitir legalmente e Fernando Alves continuaria persistentemente fiel a essa sua amada rádio, cujo lema (por si mesmo criado) era «Por uma boa história vamos ao fim da rua, vamos ao fim do mundo». Até que, em Setembro de 2023, desgostoso com a arbitrária destituição do director e seu amigo Domingos Andrade pela nova administração executiva do grupo Global Media, Fernando Alves, num gesto de solidariedade e antevendo «um desfecho triste» para a rádio que ajudara a criar e engrandecer, resolveu meter os papéis para a reforma. Cessou assim, quase quatro décadas volvidas, o vínculo profissional do eminente jornalista-cronista-repórter à TSF, não sem deixar 'órfãos' os rádio-ouvintes que não dispensavam os seus "Sinais" (que estavam no ar desde 1995) e se deliciavam com os maravilhosos programas do repórter-andarilho que se sucederam ao longo dos anos, de que os mais recentes foram os supracitados "Viagem a Portugal" e "Onde nos Levam os Caminhos". Já tivemos o ensejo de dar destaque ao primeiro [cf. "Viagem a Portugal": Fernando Alves nos passos de Saramago] e, hoje, em jeito de celebração do Dia Mundial da Rádio, focamo-nos no segundo: um precioso repositório de 44 saborosas entrevistas com portugueses sábios, quase todos desconhecidos do grande público. Boa escuta!

Uma breve nota adicional para exprimirmos o nosso regozijo por ter sido dada a oportunidade a Fernando Alves de voltar à rádio, no caso à Antena 1, para fazer o programa "Tão Longe, Tão Perto", a emitir nas manhãs de sábado, depois do noticiário das 11h:00, já a partir do próximo dia 17. A não perder!


ONDE NOS LEVAM OS CAMINHOS:
Ep. 1 | 18 Set. 2022 [>> TSF / MP3]
Paulo Teia, missionário jesuíta: «Missão é missa grande».

Ep. 2 | 25 Set. 2022 [>> TSF / MP3]
Cabrita Nascimento, fotógrafo. À sombra da sobreira velha...

Ep. 3 | 02 Out. 2022 [>> TSF / MP3]
Rosa Madeira, professora da Universidade de Aveiro: vamos ao bairro das pessoas invisíveis...

Ep. 4 | 09 Out. 2022 [>> TSF / MP3]
Amélia Mendoza: a bailarina espanhola que pôs o Alentejo a dançar.

Ep. 5 | 16 Out. 2022 [>> TSF / MP3]
Carlos Portela, professor de Física e Química: A aula é o lugar mágico das perguntas.

Ep. 6 | 23 Out. 2022 [>> TSF / MP3]
Rui Mendes, geógrafo: diante de um Picasso, no mosteiro de Ancede...

Ep. 7 | 30 Out. 2022 [>> TSF / MP3]
Miguel de Carvalho, o livreiro, editor e poeta da Figueira da Foz que se enamorou dos surrealistas.

Ep. 8 | 06 Nov. 2022 [>> TSF / MP3]
José Antelo, engenheiro. O regresso ao Técnico, aos 90 anos...

Ep. 9 | 13 Nov. 2022 [>> TSF / MP3]
Maria Antónia Lopes, historiadora da Universidade de Coimbra: «A maior infâmia é ser pobre, tendo emprego».

Ep. 10 | 20 Nov. 2022 [>> TSF / MP3]
Os "outros tempos" de António Mota, revividos em Baião por entre "milhões com roncante".

Ep. 11 | 27 Nov. 2022 [>> TSF / MP3]
Álvaro Costa de Matos, investigador da História do Jornalismo: os carnavais de Bordalo em Torres Vedras...

Ep. 12 | 04 Dez. 2022 [>> TSF / MP3]
Ernestino Maravalhas, um entomólogo rendido à magia do Barroso: «Boticas é um santuário de borboletas».

Ep. 13 | 11 Dez. 2022 [>> TSF / MP3]
Teresa Perdigão, antropóloga, Caldas da Rainha: as festas, a religião popular, os comeres, a invisível âncora.

Ep. 14 | 18 Dez. 2022 [>> TSF / MP3]
Aníbal Zola, contrabaixista e cantor: a rua do Paraíso, no Porto, é uma inspiração...

Ep. 15 | 25 Dez. 2022 [>> TSF / MP3]
Luís Antero, paisagista sonoro, em Alvoco das Várzeas: vamos escutar o rio Alvoco?

Ep. 16 | 08 Jan. 2023 [>> TSF / MP3]
Fernando Mão de Ferro, editor: três mil livros depois, todos os caminhos levam à Ribeira de Nisa.

Ep. 17 | 15 Jan. 2023 [>> TSF / MP3]
Vítor Nogueira, poeta e director da Biblioteca de Vila Real, leva-nos pelos caminhos da Idade Média.

Ep. 18 | 22 Jan. 2023 [>> TSF / MP3]
José Caldeira Martins, o veterinário aposentado que guarda o estranho falar dos de Alpalhão.

Ep. 19 | 29 Jan. 2023 [>> TSF / MP3]
Luísa Pinto, encenadora, actriz e professora de teatro: porque é que «Anónimo não é nome de mulher».

Ep. 20 | 05 Fev. 2023 [>> TSF / MP3]
Conceição Lopes, arqueóloga do mundo: «Eu sou aquela do casaco verde, na foto do Gageiro, no Piódão».

Ep. 21 | 12 Fev. 2023 [>> TSF / MP3]
Manuel Jorge Marmelo, escritor: tantos romances conversados, esticando o pernil à mesa do Zé Bota, no Porto.

Ep. 22 | 19 Fev. 2023 [>> TSF / MP3]
Custódia Casanova, a guardiã das memórias de Pavia.

Ep. 23 | 26 Fev. 2023 [>> TSF / MP3]
José Castanheira, historiador do mar algarvio: uma murejona contra o sueste, no velho cais de Olhão.

Ep. 24 | 05 Mar. 2023 [>> TSF / MP3]
José Manuel Mendes, escritor, professor universitário, presidente da APE: as memórias de um bracarense nascido em Luanda.

Ep. 25 | 12 Mar. 2023 [>> TSF / MP3]
Francisco Lopes, historiador: uma paixão pelas árvores com quartel-general em Abrantes.

Ep. 26 | 19 Mar. 2023 [>> TSF / MP3]
Ana Cristina Martins, responsável pelo Museu Municipal de Arouca: vamos botar cantas!

Ep. 27 | 26 Mar. 2023 [>> TSF / MP3]
Almiro Mateus, médico jubilado em Penafiel: «Há por aí muitos doutores e poucos médicos».

Ep. 28 | 02 Abr. 2023 [>> TSF / MP3]
Afonso Dias, fundador do GAC, músico, poeta, deputado honorário: «Não vos esqueçais da Constituição».

Ep. 29 | 09 Abr. 2023 [>> TSF / MP3]
Luís Farinha, historiador, autor de "Sipote, uma aldeia do Pinhal": regresso às amoras da infância.

Ep. 30 | 16 Abr. 2023 [>> TSF / MP3]
Jorge Vaz de Carvalho, cantor lírico, professor, tradutor premiado, poeta, ensaísta: conversa num caramanchão com vista para o rio.

Ep. 31 | 23 Abr. 2023 [>> TSF / MP3]
Padre Telmo Ferraz, 97 anos, capelão de barragens: ele tocou o lodo e as estrelas.

Ep. 32 | 30 Abr. 2023 [>> TSF / MP3]
João Nunes da Silva, fotógrafo de Natureza: a paixão de um dos fundadores da Quercus pelos flamingos e pelo sal da Ria de Aveiro.

Ep. 33 | 07 Mai. 2023 [>> TSF / MP3]
A paisagem no olhar do pintor João Queiroz, um rapaz dos Olivais que gosta de bétulas. Talvez caminhos?

Ep. 34 | 14 Mai. 2023 [>> TSF / MP3]
Manuel Pinheiro, "rei da lampreia" no Gaveto, em Matosinhos: para Mário Soares ele era «o melhor nas tripas à moda do Porto».

Ep. 35 | 21 Mai. 2023 [>> TSF / MP3]
João Luís Sequeira, director do Espaço Miguel Torga, em São Martinho de Anta: «Qualquer português devia conhecer o miradouro de São Leonardo de Galafura».

Ep. 36 | 28 Mai. 2023 [>> TSF / MP3]
Francisco Clamote, o notário reformado em Almada e a sua discreta paixão por plantas e pássaros.

Ep. 37 | 04 Jun. 2023 [>> TSF / MP3]
Joaquim Igreja, professor na escola secundária da Guarda: o que o agarra a este lugar são os grandes penedos de granito.

Ep. 38 | 11 Jun. 2023 [>> TSF / MP3]
António José Correia, do surf em Peniche à Rede de Estações Náuticas: ele é o homem de todas as águas.

Ep. 39 | 18 Jun. 2023 [>> TSF / MP3]
António dos Santos, 83 anos, tipógrafo, guardião das memórias do antigo orfanato municipal de Setúbal.

Ep. 40 | 25 Jun. 2023 [>> TSF / MP3]
António Durães, actor e encenador, à mesa, em Baião: «O teatro salvou-me».

Ep. 41 | 02 Jul. 2023 [>> TSF / MP3]
Pedro Caldeira Cabral: o grande cuidador e estudioso da guitarra portuguesa e dos sons da Terra Quente.

Ep. 42 | 17 Set. 2023 [>> TSF / MP3]
Jorge Monteiro, armador sem barco, na Fuseta: "Em noite de lua cheia, não se anda ao carapau".

Ep. 43 | 24 Set. 2023 [>> TSF / MP3]
Joaquim Gonçalves, o livreiro de Sines: «Gostava de receber Itamar Vieira Júnior, aqui na A das Artes. Ele é um dos maiores escritores do nosso século».

Ep. 44 | 01 Out. 2023 [>> TSF / MP3]
António Ramalho Almeida, pneumologista, autor do livro "A Face Romântica da Tuberculose": «José Maria Pedroto foi uma pessoa que me ensinou medicina».



Capa do livro "Sinais", de Fernando Alves (Oficina do Livro, 2000)
O livro colige 62 crónicas e é acompanhado de um CD com as gravações de 22. Porque, como escreveu Emídio Rangel, seu amigo e companheiro de aventuras radiofónicas, «não chega saborear o texto destes "sinais" mas ouvir/sentir a forma como ele morde as sílabas ou injecta ternura nos versos que cria».



Capa do livro "Sinais: As Últimas 50 Crónicas na TSF", de Fernando Alves (Âncora Editora, Nov. 2023)

Arquivo áudio das 500 crónicas mais recentes:
https://podcasts.apple.com/pt/podcast/tsf-sinais-podcast/id120508046