29 maio 2007

"Lugar ao Sul" sofre novo ataque

Em Setembro de 2005, o Sr. Rui Pêgo, então novel director de programas da Antena 1, ao mesmo tempo que amputava o programa "Lugar ao Sul" para metade do tempo de emissão, na manhã sábado, decidia, em jeito de compensação, criar uma edição nocturna, mais concretamente depois da meia-noite de segunda-feira. Como tive oportunidade de lhe comunicar, na ocasião, tal horário parecia-me algo adiantado pois sabia que muitos dos fiéis ouvintes faziam um grande sacrifício para não perderem o programa. Infelizmente, e como já se tornara hábito com os seus antecessores, o Sr. Rui Pêgo limitou-se a fazer orelhas moucas às reclamações que eu e outros ouvintes lhe fizemos chegar. E assim, o programa lá continuou e, ainda que com sacrifício do seu merecido sono, muitos ouvintes continuaram a ouvi-lo. Até ao dia de ontem, data em que deixa de constar na referida faixa horária sendo recambiando – pasme-se! – para depois da 1 hora da madrugada (de domingo para segunda-feira). A que ouvintes é que a actual direcção de programas quer chegar com tão estrambólico e inusitado horário? Aos condutores dos carros do lixo? Aos padeiros? Aos guardas-nocturnos? Com o devido respeito por aqueles profissionais e por quem exerce outras actividades durante a madrugada, não posso deixar de contestar a alteração agora efectuada por ser flagrantemente inadequada e falha de razoabilidade. Para atender ao público residual que ouve a Antena 1 depois da 1 hora da madrugada faz sentido privar muitos dos ouvintes que costumavam ouvir o "Lugar ao Sul" no horário anterior, já que o novo horário se torna de todo impraticável?
Por outro lado, quando o Sr. Rui Pêgo decide colocar – e muito bem – o programa "Escrita em Dia", às 23 horas, fazia toda a lógica que o "Lugar ao Sul" transitasse também para a mesma faixa horária. Mas não! É atirado para um buraco negro, dando a entender que se trata um programa malquisto e perfeitamente dispensável na grelha. Eu e muitos outros ouvintes que sabem apreciar o valoroso trabalho de Rafael Correia não podemos, de forma alguma, subscrever essa visão. Como tal, faço votos para que a direcção de programas tenha o bom senso de corrigir a infeliz decisão, e trate o programa de forma mais digna, não só em reconhecimento do emérito profissional que é Rafael Correia mas sobretudo pelo respeito que é devido aos ouvintes/contribuintes da rádio pública. Se a direcção de programas teimar em não atender as justas reclamações dos ouvintes, só espero que o Sr. Provedor do Ouvinte, José Nuno Martins, tenha em consideração tais procedimentos quando lhe for pedido um relatório sobre o exercício da actual direcção de programas. A não ser que para ele a palavra ‘independente’ não tenha o significado que vem nos dicionários!

Sem comentários: